Como evitar preocupações e começar a viver | Sextante
Livro

Como evitar preocupações e começar a viver

Dale Carnegie

AUTOR COM 50 MILHÕES DE LIVROS VENDIDOS.

Aprenda a acabar com as preocupações antes que elas acabem com você.

“Dale Carnegie mudou a minha vida.”  – Warren Buffett

 

Um dos escritores mais influentes de todos os tempos, Dale Carnegie mostra neste livro como superar a angústia gerada pela preocupação constante – seja em relação à saúde, ao trabalho, aos relacionamentos ou ao próprio futuro.

Reunindo interessantes histórias, conselhos práticos e valiosos princípios que podem ser implementados de imediato, ele nos ensina a adotar uma atitude mental voltada para a ação, a eliminar a ansiedade e a lidar com os problemas de forma objetiva e serena.

“Este livro é uma coleção de receitas bem-sucedidas e testadas ao longo do tempo para remover a preocupação da nossa vida.

Nosso problema não é a ignorância, mas a inatividade.

O propósito deste livro é reformular, ilustrar, otimizar, modernizar e enaltecer muitas verdades antigas e elementares – e dar um empurrãozinho para que você finalmente as coloque em prática.”Dale Carnegie

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Ficha técnica
Lançamento 14/01/2020
Título original How To Stop Worrying And Start Living
Tradução Marcelo Schild
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 320
Peso 400 g
Acabamento brochura
ISBN 978-85-431-0929-9
EAN 9788543109299
Preço R$ 59,90
Ficha técnica e-book
eISBN 978-85-431-0930-5
Preço R$ 34,99
Ficha técnica audiolivro
ISBN 9786555641530
Duração 12h 49min
Locutor Cido Tavares
Lançamento 14/01/2020
Título original How To Stop Worrying And Start Living
Tradução Marcelo Schild
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 320
Peso 400 g
Acabamento brochura
ISBN 978-85-431-0929-9
EAN 9788543109299
Preço R$ 59,90

E-book

eISBN 978-85-431-0930-5
Preço R$ 34,99

Audiolivro

ISBN 9786555641530
Duração 12h 49min
Locutor Cido Tavares
Preço US$ 5,59

Leia um trecho do livro

Como e por que este livro foi escrito

Em 1909, eu era um dos homens mais infelizes de Nova York. Ganhava a vida vendendo caminhões, mas não sabia como eles funcionavam. Na verdade, nem queria saber. Eu detestava meu trabalho. Detestava morar no quarto ordinário e infestado de baratas que eu alugara já mobiliado na Rua 56. Ainda lembro: eu deixava um monte de gravatas penduradas nas paredes e, de manhã, quando estendia a mão para pegar uma, as baratas saíam correndo em todas as direções. Eu detestava ter que comer em restaurantes vagabundos que provavelmente também estavam infestados de baratas.

À noite, voltava para meu quarto solitário com uma dor de cabeça nauseante – uma dor criada e alimentada por frustração, preocupação, amargura e revolta. Eu me revoltava porque os sonhos que tinha na época da faculdade haviam se transformado em pesadelos. A vida era aquilo? Era aquela a aventura pela qual eu esperara tão ansiosamente? Seria assim dali em diante: exercer um trabalho que eu detestava, viver cercado de baratas, comer mal e não ter esperanças de futuro? Eu ansiava por tempo livre para ler e para escrever os livros que queria.

Eu sabia que não tinha muito a perder se desistisse daquele emprego que odiava. Não estava interessado em ganhar uma montanha de dinheiro, mas em ganhar um monte de vida. Em resumo, eu tinha chegado a um ponto sem volta – aquele momento decisivo com o qual a maioria dos jovens se depara quando começa a vida adulta. Então tomei minha decisão – e essa decisão alterou completamente meu futuro. O restante da minha vida foi feliz e gratificante para além das minhas aspirações mais utópicas.

Minha decisão foi esta: largar aquele trabalho. Como tinha passado quatro anos na Faculdade Estadual de Professores em Warrensburg, no Missouri, preparando-me para lecionar, eu poderia dar aulas para adultos em escolas noturnas. Assim, teria os dias livres para ler livros, preparar palestras e escrever romances e contos. Eu queria “viver para escrever e escrever para viver”.

Mas o que eu ensinaria para os adultos à noite? Ao olhar para trás e avaliar minha trajetória na faculdade, percebi que minha experiência em oratória tinha tido mais valor prático do que a soma de todas as disciplinas do curso superior. Por quê? Porque acabou com minha timidez e minha insegurança e me deu coragem e autoconfiança para me relacionar com as pessoas. Também ficou claro para mim que, em geral, a liderança cabe àquele que consegue se levantar e dizer o que pensa.

Candidatei-me a uma vaga de professor de oratória nos cursos de extensão noturnos das universidades Columbia e de Nova York, mas ambas me rejeitaram.

Fiquei decepcionado na época – mas hoje em dia dou graças a Deus, pois comecei a dar aulas nos cursos noturnos da YMCA (Associação Cristã de Moços), onde eu precisava apresentar resultados concretos, e rápido. Foi um grande desafio! Aqueles adultos não iam às minhas aulas porque queriam créditos na faculdade ou prestígio social. Eles iam por uma única razão: queriam solucionar seus problemas. Queriam se levantar e dizer algumas palavras em uma reunião de trabalho sem tremer de medo. Vendedores desejavam visitar um cliente difícil sem precisar dar três voltas no quarteirão para tomar coragem. Todos queriam desenvolver equilíbrio e autoconfiança. Queriam progredir na carreira. Ter mais dinheiro para sua família. Eles pagavam o curso em parcelas – e paravam de pagar quando não obtinham resultados. Como eu recebia não um salário, mas uma porcentagem dos lucros, precisava ser objetivo se quisesse pôr comida em casa.

Na época, eu me sentia em certa desvantagem, mas hoje percebo que recebi um treinamento inestimável. Eu tinha que motivar meus alunos. Eu tinha que ajudá-los a solucionar seus problemas. Eu tinha que transformar cada aula em um momento tão inspirador que eles quisessem voltar correndo para a aula seguinte.

Era um trabalho empolgante. Eu adorava. Estava impressionado em ver como aqueles homens de negócios eram rápidos em ganhar autoconfiança e como muitos conseguiam promoção e aumento de salário – um sucesso que superava todas as minhas expectativas. Depois de três semestres, a YMCA, que de início se recusou a me pagar 5 dólares por noite, me oferecia 30 dólares por noite. No começo, eu dava somente aulas de oratória, mas, com o passar dos anos, vi que aqueles adultos também precisavam aprender a fazer amigos e influenciar pessoas. Como eu não conseguia encontrar um livro adequado sobre relações humanas, escrevi um. Não da maneira habitual: ele cresceu e evoluiu a partir das experiências dos adultos naquelas aulas. Dei-lhe o título de Como fazer amigos e influenciar pessoas.

Como ele foi escrito somente como um livro de apoio para minhas aulas e como eu tinha escrito outros quatro livros dos quais ninguém jamais ouvira falar, nunca sonhei que venderia muito… e fiquei perplexo com o resultado.

O tempo me mostrou que outro grande problema daqueles adultos era a preocupação. Quase todos os meus alunos eram executivos, vendedores, engenheiros, contadores: uma amostragem de todos os negócios e profissões – e a maioria deles tinha problemas! Havia também mulheres nas aulas, profissionais e donas de casa. Elas também tinham problemas! Claramente, eu precisava de um livro sobre como vencer as preocupações – portanto, mais uma vez, tentei encontrar um. Fiz uma pesquisa na grande Biblioteca Pública de Nova York, na Quinta Avenida com a Rua 42, e descobri, com enorme espanto, que ali havia apenas 22 livros listados sob o tema preocupação. Também percebi, mais surpreso ainda, que havia 189 livros sobre minhocas. Quase nove vezes mais livros sobre minhocas do que sobre preocupação! Impressionante, não é? Como a preocupação é um dos maiores problemas da humanidade, seria de esperar que toda escola e faculdade na face da Terra oferecesse um curso sobre como parar de se preocupar, certo? No entanto, mesmo que haja, nunca ouvi falar a respeito. Não é de surpreender que David Seabury tenha escrito em seu livro How to Worry Successfully (Como se preocupar com sucesso): “Chegamos à maturidade tão despreparados para as pressões da experiência quanto uma traça convidada a dançar balé.”

O resultado? Mais da metade dos leitos dos hospitais é ocupada por pessoas com problemas nervosos e emocionais.

Folheei os 22 livros sobre preocupação que havia nas prateleiras da Biblioteca Pública de Nova York. Além disso, comprei todos os livros sobre preocupação que encontrei; ainda assim, não consegui descobrir nenhum que pudesse usar como referência no meu curso. Portanto, resolvi escrever um.

Comecei a me preparar para escrever este livro há sete anos. Como? Lendo o que os filósofos de todas as eras disseram sobre preocupação. Também li centenas de biografias, de Confúcio a Churchill. Entrevistei dezenas de pessoas proeminentes em todas as áreas, entre elas, Jack Dempsey, o general Omar Bradley, o general Mark Clark, Henry Ford, Eleanor Roosevelt e Dorothy Dix. Mas isso foi apenas o começo.

Fiz algo muito mais importante do que as entrevistas e a leitura: trabalhei durante cinco anos em um laboratório onde pesquisávamos como vencer as preocupações – as nossas próprias aulas para adultos. Até onde sei, foi o primeiro e único laboratório desse tipo no mundo. Eis o que fizemos: demos aos alunos um conjunto de regras sobre como parar de se preocupar e pedimos a eles que as aplicassem nas próprias vidas e, depois, contassem à turma os resultados. Outros relatavam as técnicas que tinham usado no passado.

Como resultado dessa experiência, presumo que ouvi mais palestras sobre “Como venci as preocupações” do que qualquer indivíduo que tenha caminhado pela face da Terra. Além disso, li centenas de outras palestras que me foram enviadas pelo correio sobre o assunto – palestras que foram premiadas em nossos cursos, que eram ministrados em todo o mundo. Portanto, este livro não veio de uma torre de marfim. Ele tampouco é uma pregação acadêmica sobre como as preocupações poderiam ser vencidas. Tentei escrever um relatório documental dinâmico e conciso sobre como milhares de adultos derrotaram as preocupações. Uma coisa é certa: este livro é prático. Você pode segui-lo com interesse e entusiasmo.

“Ciência”, disse o filósofo francês Valéry, “é uma coleção de receitas bem-sucedidas.” E este livro é isto: uma coleção de receitas bem-sucedidas e testadas ao longo do tempo para remover a preocupação da nossa vida. Contudo, permita-me avisá-lo: você não encontrará nada de novo nele, mas descobrirá muita coisa que não costuma ser aplicada. Você e eu não precisamos ouvir nada de novo. Já sabemos o bastante para levarmos vidas perfeitas. Todos já lemos o Sermão da Montanha. Nosso problema não é ignorância, mas inatividade. O propósito deste livro é reformular, ilustrar, otimizar, modernizar e enaltecer muitas verdades antigas e elementares – e dar um empurrãozinho para que você finalmente as coloque em prática.

Mas você não pegou este livro para entender como foi escrito. Você está em busca de ação. Tudo bem, vamos lá. Leia as Partes 1 e 2 – e se, depois disso, não sentir que adquiriu um novo poder e uma nova inspiração para deixar de se preocupar e aproveitar a vida, passe-o adiante. Ele não serve para você.

Dale Carnegie

Nove sugestões para tirar o máximo proveito deste livro

1. Para extrair o máximo deste livro, existe um requisito indispensável e infinitamente mais importante do que qualquer regra ou técnica. Se você não possuir esse único requisito fundamental, mil regras sobre como estudar não valerão de nada. Por outro lado, se tiver esse talento essencial, você poderá conquistar maravilhas sem ler nenhuma das sugestões a seguir.

O que é esse requisito mágico? Apenas isto: um desejo profundo e motivador de aprender, uma determinação vigorosa a parar de se preocupar e começar a viver.

Como você pode começar a desenvolver tal impulso? Lembrando constantemente a si mesmo quanto os princípios deste livro são importantes para você. Dominá-los o ajudará a levar uma vida mais rica e mais feliz. Repita várias vezes para si mesmo: “Minha paz de espírito, minha felicidade, minha saúde e talvez até minha renda, a longo prazo, dependerão da aplicação das verdades antigas, óbvias e eternas ensinadas neste livro.”

2. Primeiro, leia cada capítulo rapidamente para ter uma noção do assunto. Depois, provavelmente você ficará tentado a passar para o seguinte, mas só faça isso se estiver lendo apenas por diversão. Se seu objetivo realmente for parar de se preocupar e começar a viver, então volte e releia o capítulo com atenção. No longo prazo, isso significará economia de tempo e maximização de resultados.

3. Faça pausas frequentes na leitura para refletir sobre o que está aprendendo. Pergunte a si mesmo precisamente como e quando você pode aplicar cada sugestão. Esse tipo de leitura será muito mais útil do que avançar às pressas, como um cão de caça perseguindo um coelho.

4. Leia com um marcador, um lápis ou uma caneta vermelha na mão; quando deparar com uma ideia interessante, trace uma linha ao lado dela. Se for uma sugestão muito relevante, sublinhe cada frase ou marque um “XXXX” na margem da página. Marcar e sublinhar um livro o torna muito mais rico e facilita encontrar o que você achou importante.

5. Conheço uma mulher que trabalha como gerente de uma grande seguradora há 15 anos. Todos os meses ela lê todos os contratos de seguro emitidos pela empresa. Sim, os mesmos contratos repetidamente, mês após mês, ano após ano. Por quê? Porque a experiência ensinou a ela que essa é a única maneira de memorizar as cláusulas com clareza.

Uma vez, passei quase dois anos escrevendo um livro sobre oratória, mas ainda preciso consultá-lo de tempos em tempos para lembrar o que eu mesmo escrevi. A rapidez com que esquecemos é impressionante.

Portanto, se você quiser obter um benefício real e duradouro desta obra, não imagine que folheá-la uma vez será suficiente. Depois de lê-la com atenção, volte a ela uma vez por mês e revise alguns conceitos. Mantenha este livro diante de você, na sua mesa, todos os dias. Folheie-o com frequência. Não perca a capacidade de se impressionar com as ricas possibilidades de melhoria que ainda residem no futuro próximo. Lembre-se de que o uso destes princípios só se tornará um hábito automático se você se dedicar com constância e vigor, revisitando-os e aplicando-os sempre. Não existe outra maneira.

6. Bernard Shaw disse: “Se você ensinar qualquer coisa a um homem, ele nunca aprenderá.” Shaw estava certo. Aprender é um processo ativo. Aprendemos fazendo. Portanto, se você deseja dominar os princípios que está estudando neste livro, aplique-os em todas as oportunidades. Se não fizer isso, vai esquecer tudo num piscar de olhos. Somente o conhecimento que é utilizado permanece na mente.

Talvez você ache difícil pôr estas sugestões em prática o tempo todo. Eu sei, pois escrevi este livro e mesmo assim acho difícil aplicar tudo que defendo aqui. Portanto, lendo-o, lembre-se de que você não está apenas tentando adquirir informação; está tentando formar novos hábitos. Mais do que isso: está buscando uma nova maneira de viver. Isso exige tempo, persistência e prática diária.

Portanto, consulte estas páginas com frequência. Considere este livro um manual prático sobre como vencer as preocupações e, quando estiver enfrentando algum problema difícil, não fique aflito. Não faça o que lhe parecer natural; não aja por impulso. Em geral, é errado. Em vez disso, volte a estas páginas e releia os parágrafos que você sublinhou. Então experimente os novos caminhos que proponho e observe: eles farão mágica para você.

7. Ofereça a seus familiares uma moeda sempre que eles flagrarem você violando um dos princípios deste livro. Você vai ficar de bolsos vazios!

8. Por favor, vá para a página 220 e leia como H. P. Howell, o banqueiro de Wall Street, e o velho Benjamin Franklin corrigiam seus erros. Por que não usa as técnicas de Howell e de Franklin para avaliar sua aplicação dos princípios discutidos neste livro? Haverá dois resultados.

Primeiro, você estará comprometido com um processo educativo que é intrigante e de valor inestimável.

Segundo, você descobrirá que sua capacidade de parar de se preocupar e começar a viver crescerá como uma árvore em solo fértil e espalhará suas sementes.

9. Mantenha um diário e registre nele seus triunfos na aplicação destes princípios. Seja específico. Anote nomes, datas, resultados. Esse registro inspirará você a realizar esforços maiores; daqui a alguns anos, quando voltar a ele, você verá como suas anotações foram fascinantes!

EM RESUMO

Nove sugestões para tirar o máximo proveito deste livro

1. Cultive um desejo profundo de dominar as regras para vencer as preocupações.

2. Leia cada capítulo duas vezes antes de seguir para o seguinte.

3. Faça pausas frequentes para refletir sobre como aplicar cada sugestão.

4. Sublinhe as ideias importantes.

5. Revise os conceitos deste livro todo mês.

6. Aplique estes princípios em todas as oportunidades. Use este volume como um manual prático para resolver os problemas cotidianos.

7. Transforme seu aprendizado em uma brincadeira divertida oferecendo a um amigo ou parente uma moeda sempre que você for pego violando algum princípio.

8. Confira seu progresso toda semana. Pergunte a si mesmo que erros você cometeu, em que setores melhorou e quais lições aprendeu para o futuro.

9. Anote em um diário como e quando você aplicou estes princípios.

Parte um

Fatos fundamentais sobre as preocupações

1   Viva em “compartimentos de dias incomunicáveis”

No final de 1871, um jovem pegou um livro e leu 21 palavras que tiveram um efeito profundo sobre seu futuro. Estudante de Medicina no Hospital Geral de Montreal, ele tinha mil preocupações: a prova final, o que fazer quando terminasse a faculdade, em qual cidade morar, os desafios de abrir um consultório, como ganhar a vida.

As 21 palavras que aquele jovem estudante leu em 1871 o ajudaram a se tornar o médico mais famoso da sua geração. Um dos fundadores da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, célebre no mundo todo, ele tornou-se professor régio em Oxford – a maior honra que se podia conceder a um profissional de Medicina no Império Britânico. Foi nomeado cavaleiro pelo rei da Inglaterra. Quando morreu, foram necessários dois grandes volumes, com 1.466 páginas no total, para contar a história da sua vida.

Seu nome era Sir William Osler. Estas são as 21 palavras que ele leu naquele ano – 21 palavras de Thomas Carlyle que o ajudaram a levar uma vida livre de preocupações: “Nossa principal função não é enxergar o que jaz vagamente a distância, e sim fazer o que está claramente à mão.”

Quarenta e dois anos depois, em uma noite suave de primavera, quando as tulipas floresciam no campus, esse homem, Sir William Osler, fez um discurso para alunos da Universidade Yale. Disse-lhes que um homem como ele, que fora professor em quatro universidades e autor de um livro popular, supostamente tinha “um cérebro de qualidade especial”, mas que aquilo não era verdade. Seus amigos íntimos, falou, sabiam que seu cérebro era “do caráter mais medíocre”.

Qual era, então, o segredo de seu sucesso? Sir William explicou: devia-se ao que ele chamava de viver em “compartimentos de dias incomunicáveis”. O que queria dizer com aquilo? Alguns meses antes de falar em Yale, o ilustre médico atravessara o Atlântico a bordo de um grande navio de cruzeiro no qual o capitão, de pé na ponte de comando, apertava um botão e – pronto! – começava o barulho ensurdecedor das máquinas e várias partes do navio eram imediatamente isoladas umas das outras em compartimentos incomunicáveis.

“Cada um de vocês”, disse o Dr. Osler para os alunos de Yale, “é uma organização muito mais maravilhosa do que o navio e destina-se a viagens muito mais longas. Insisto em que aprendam a controlar as máquinas de modo a viver em ‘compartimentos de dias incomunicáveis’; essa é a maneira mais correta de garantir a segurança durante a viagem. Subam à ponte de comando e observem que, enfim, as grandes anteparas estão em condições de funcionamento. Apertem um botão e ouçam, em todos os níveis das suas vidas, as portas de ferro isolando o passado: os ‘dias de ontem’ que estão mortos. Apertem outro botão e isolem, com uma cortina de metal, o futuro: os amanhãs que ainda não nasceram. Então estarão seguros: seguros no hoje! Isolem o passado! Deixem que o passado morto enterre seus mortos… Isolem os dias de ontem que iluminaram para os tolos o caminho rumo à morte empoeirada… O fardo de amanhã, somado ao de ontem, carregado hoje faz os mais fortes fraquejarem. Isolem o futuro tão bem quanto o passado. O futuro é hoje. Não existe amanhã. O dia da salvação do homem é agora. Desperdício de energia, sofrimento mental e preocupações acompanham o homem que está ansioso quanto ao futuro… Isolem, portanto, as grandes anteparas da proa e da popa e preparem-se para cultivar o hábito de uma vida em ‘compartimentos de dias inco-municáveis’.”

Será que o Dr. Olsen queria dizer que não deveríamos fazer nenhum esforço para nos prepararmos para o amanhã? Não. De modo algum. Ele afirmou que a melhor maneira de se preparar para o futuro é concentrando toda a sua inteligência e todo o seu entusiasmo em executar maravilho-samente hoje o trabalho de hoje. Essa é a única maneira de se preparar para o futuro.

Sir William Osler recomendou aos alunos de Yale que começassem o dia com o Pai-Nosso.

Observe que essa oração pede somente o pão de hoje. Ela não reclama do pão dormido que precisamos comer ontem, tampouco diz: “Ó Deus, não tem chovido ultimamente e podemos ter outra seca. Então como terei pão para comer no mês que vem? E se eu perder meu emprego, como conseguirei me alimentar do pão?”

O Pai-Nosso nos ensina a pedir somente o pão de hoje. O pão de hoje é o único tipo de pão que você pode comer.

Anos atrás, um filósofo paupérrimo estava vagando por um país pedregoso no qual as pessoas tinham dificuldade em ganhar a vida. Um dia, uma multidão reuniu-se em torno dele em uma montanha e ele fez o que é provavelmente o discurso mais famoso de todos os tempos. Esse discurso contém 21 palavras que vêm ressoando através dos séculos: “Portanto, não pensem no amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.”

Muitos homens rejeitam estas palavras de Jesus: “Não pensem no amanhã.” Eles o fazem por achar que é um conselho irreal, carregado de misticismo. “Eu preciso pensar no amanhã”, argumentam. “Preciso fazer um seguro para proteger minha família. Preciso guardar dinheiro para minha velhice. Preciso planejar e me preparar para seguir em frente.”

Sim! É claro que precisa. A verdade é que essas palavras de Jesus não significam hoje o que significavam na época do rei James, quando foram traduzidas. Há trezentos anos, a palavra pensar, com frequência, queria dizer ansiedade. Versões modernas da Bíblia citam Jesus com mais precisão: “Não fique ansioso com o amanhã.”

É claro, pense no amanhã. Sim, pense, planeje e prepare com cuidado. Mas sem ansiedade.

Durante a Segunda Guerra Mundial, nossos líderes militares planejavam para o amanhã, mas não podiam se dar ao luxo de sentir ansiedade. “Forneci aos melhores homens o melhor equipamento que temos”, disse o almirante Ernest J. King, que comandava a Marinha dos Estados Unidos, “e atribuí a eles o que me pareceu ser a missão mais sábia. Isso é tudo que posso fazer. Se um navio afundou, não posso trazê-lo de volta à tona. Se ele será atacado, não posso impedir. Usarei meu tempo muito melhor trabalhando no problema de amanhã do que me preocupando com o de ontem. Além disso, se permitisse que essas coisas me afetassem, eu não viveria muito tempo.”

Na guerra ou na paz, a principal diferença entre bons e maus modos de pensar é a seguinte: o bom modo de pensar lida com causas e efeitos e leva a um planejamento lógico e construtivo; o mau modo de pensar leva quase sempre à tensão e a colapsos nervosos.

Tive o privilégio de entrevistar Arthur Hays Sulzberger, editor (1935-1961) de um dos jornais mais famosos do mundo, The New York Times. Sulzberger me disse que, quando a Segunda Guerra Mundial se espalhou por toda a Europa, ele estava tão em choque, tão preocupado com o futuro que achava quase impossível dormir. Com frequência, levantava-se da cama no meio da noite, pegava uma tela e uns tubos de tinta, olhava no espelho e tentava pintar um autorretrato. Ele não sabia nada sobre pintura, mas pintava mesmo assim, para livrar a mente das preocupações. Sulzberger me disse que só conseguiu afastar suas preocupações e encontrar a paz quando adotou como lema cinco palavras de um hino religioso: Um passo basta para mim.

Conduz-me, Luz suave…

Vigia os meus pés: não peço para ver

A paisagem distante; um passo basta para mim.

Mais ou menos na mesma época, em algum lugar na Europa, um jovem soldado aprendia a mesma lição. Ted Bengermino, natural de Baltimore, Maryland, tinha se preocupado tanto que estava sofrendo de um caso grave de fadiga de combate.

“Em abril de 1945”, escreveu Ted, “de tanta preocupação, desenvolvi o que os médicos chamam de ‘cólon transverso espasmódico’, uma condição que provocava uma dor intensa. Se a guerra não houvesse acabado, tenho certeza de que teria tido um colapso físico total. Eu estava absolutamente exausto. Como oficial não comissionado da 94a Divisão de Infantaria, meu trabalho era ajudar a organizar e manter registros de todos os homens mortos, desaparecidos em combate e hospitalizados. Também era minha função desenterrar os corpos, tanto de soldados aliados quanto inimigos, que haviam sido mortos e enterrados às pressas em covas rasas no auge da batalha. Eu precisava coletar os pertences pessoais desses homens e enviá-los para os pais ou parentes mais próximos, que tanto prezariam aqueles objetos. Eu vivia preocupado, com medo de cometer erros constrangedores e graves. Estava preocupado com a minha capacidade, ou incapacidade, de superar tudo aquilo. Estava preocupado por não saber se viveria para segurar meu único filho nos meus braços – um bebê de 16 meses que eu ainda não conhecia. Eu estava tão preocupado e exausto que tinha perdido 17 quilos. Vivia de um modo tão frenético que estava quase enlouquecendo. Olhava para minhas mãos; eram pouco mais do que pele e ossos. Estava apavorado com a ideia de voltar para casa como uma ruína humana. Entrei em colapso e chorei como uma criança. De tão abalado, minhas lágrimas corriam sempre que eu estava sozinho. Houve um período, logo após o início da Batalha das Ardenas, no qual eu chorava tanto que quase abandonei a esperança de voltar a ser um ser humano normal.”

Bengermino acabou em uma enfermaria do Exército, onde um médico lhe deu alguns conselhos que mudaram completamente sua vida: “Depois de fazer um exame físico detalhado, ele me informou que meus problemas eram mentais. ‘Ted’, disse, ‘quero que você pense na sua vida como se fosse uma ampulheta. Você sabe que há milhares de grãos de areia na parte de cima, e todos eles passam de modo lento e uniforme para a parte de baixo. Não há nada que eu ou você possamos fazer para que mais grãos de areia passem pelo estreitamento sem estragar a ampulheta. Todos nós somos como essa ampulheta. Quando começamos o dia, há centenas de tarefas que precisamos executar, mas se não encararmos uma de cada vez e as deixarmos passar pelo dia lenta e uniformemente, como os grãos de areia pela passagem estreita da ampulheta, destruiremos nossa estrutura física ou mental.’ Tenho seguido essa filosofia desde o dia memorável em que aquele médico do Exército a transmitiu para mim. ‘Um grão de areia de cada vez… Uma tarefa de cada vez.’ Foi um conselho que me salvou física e mentalmente durante a guerra e também tem me ajudado na minha posição atual de relações-públicas e diretor de publicidade da Adcrafters Printing & Offset Co. Os mesmos problemas que surgiram durante a guerra aparecem nos negócios: dezenas de tarefas a serem feitas ao mesmo tempo e pouco tempo para fazê-las. Estávamos com o estoque baixo. Tínhamos formulários para preencher, mudanças de endereço, aberturas e fechamentos de escritórios, entre outras coisas. Em vez de ficar tenso e nervoso, lembrei-me do que o médico me disse. ‘Um grão de areia de cada vez. Uma tarefa de cada vez.’ Repetindo essas palavras para mim constantemente, conseguia realizar minhas tarefas com mais eficiência e fazia meu trabalho sem as sensações de confusão e atordoamento que quase me destruíram no campo de batalha.”

Uma das constatações mais assustadoras sobre nosso modo de vida atual é que, em certo momento, metade de todos os leitos nos nossos hospitais estava reservada para pacientes com problemas psicológicos e psiquiátricos – pessoas que tinham entrado em colapso sob o fardo esmagador de ontens acumulados e de amanhãs temerosos. A maioria dessas pessoas poderia ter evitado a internação – e levado vidas felizes e úteis – se tivesse dado ouvidos às palavras de Jesus: Não fiquem ansiosos com o amanhã; ou às palavras de Sir William Osler: Vivam em compartimentos de dias incomunicáveis.

Neste exato momento, você e eu nos encontramos no ponto de interseção de duas eternidades: o vasto passado que existe desde sempre e o futuro que está mergulhando na última sílaba do tempo registrado. Não nos é permitido viver em nenhuma dessas eternidades – nem por uma fração de segundo. Ao tentar fazer isso, podemos devastar nosso corpo e nossa mente. Portanto, contentemo-nos em viver o único tempo que temos a possibilidade de viver: de agora até a hora de dormir. “Qualquer um pode carregar esse fardo, por mais difícil que seja, até o anoitecer”, escreveu Robert Louis Stevenson. “Qualquer um pode fazer seu trabalho, por mais difícil que seja, por um dia. Qualquer um pode viver com doçura, paciência, amor e pureza até o sol se pôr. Esse é o significado real da vida.”

Sim, isso é tudo que a vida exige de nós; mas a Sra. E. K. Shields, de Saginaw, Michigan, conheceu o desespero – chegou a pensar em suicídio – antes de aprender a viver apenas até a hora de dormir.

“Em 1937, perdi meu marido”, ela me contou. “Eu estava muito deprimida… e praticamente sem dinheiro. Escrevi para meu ex-chefe, o Sr. Leon Roach, da Roach Fowler Company, de Kansas City, e consegui meu antigo emprego de volta. Antes, eu ganhava a vida vendendo enciclopédias para conselhos escolares rurais e municipais. Tinha me desfeito do meu carro dois anos antes, quando meu marido adoeceu; mas consegui juntar dinheiro para dar entrada em um usado e recomecei a vender enciclopédias.”

Ela acreditava que pegar a estrada outra vez a ajudaria a aliviar a depressão, mas dirigir sozinha e comer sozinha era mais doloroso do que imaginara. “Além disso, eu não conseguia vender como antes e ficou difícil até pagar as prestações do carro. Em 1938, eu visitava escolas pobres, pegava estradas ruins; estava tão solitária e desanimada que cheguei a cogitar o suicídio. Uma melhora parecia impossível. Não havia nada que me motivasse a viver. Eu tinha horror de me levantar toda manhã e encarar a vida. Tinha medo de tudo: de não conseguir pagar as prestações do carro; de não conseguir pagar o aluguel; de não ter o que comer; de não poder pagar um médico se tivesse algum problema de saúde. O que me impedia de cometer suicídio era pensar que minha irmã ficaria profundamente triste e que eu não tinha dinheiro para pagar as despesas do meu funeral.”

Foi então que, um dia, ela leu um artigo que lhe deu coragem para seguir vivendo. “Serei sempre grata por uma frase inspiradora que li naquele artigo. Era assim: Todo dia é uma nova vida para um homem sábio. Datilografei a frase e colei-a no para-brisa do meu carro, onde era obrigada a olhar para ela o tempo todo. Descobri que não era tão difícil viver apenas um dia de cada vez. Aprendi a esquecer os ontens e a não pensar nos amanhãs. Toda manhã, eu dizia para mim mesma: Hoje é uma nova vida. Obtive sucesso em superar meu medo da solidão e meu medo de passar necessidade. Agora sou feliz e bem-sucedida, e tenho muito entusiasmo e amor pela vida. Sei que nunca mais sentirei medo, não importa o que a vida me dê. Não preciso temer o futuro. Posso viver um dia de cada vez – pois cada dia é uma nova vida para um homem sábio.”

Tente adivinhar quem escreveu estes versos:

Feliz é o homem, e somente ele é feliz,

Aquele que pode chamar o hoje de seu:

Aquele que, seguro interiormente, pode dizer:

“Amanhã, seja o pior possível, pois vivi hoje.”

Essas palavras soam modernas, não é mesmo? Mas foram escritas 30 anos antes de Cristo nascer pelo poeta romano Horácio.

Uma das coisas mais trágicas da natureza humana é que todos nós tendemos a adiar a vida. Sonhamos com algum jardim de rosas mágico além do horizonte em vez de apreciar as rosas que estão florescendo diante das nossas janelas hoje.

Por que somos tão tolos – tão tragicamente tolos?

“Como é estranha nossa breve procissão de vida!”, escreveu Stephen Leacock. “A criança diz: ‘Quando eu for grande.’ Mas o que é isso? A criança grande diz: ‘Quando eu crescer.’ Depois, crescida, ela diz: ‘Quando eu me casar.’ Mas o que significa estar casado, afinal de contas? O pensamento muda para ‘quando eu puder me aposentar’. Então, quando chega a aposentadoria, a pessoa olha para trás, para o caminho que percorreu; um vento frio parece soprar; ela perdeu tudo, tudo se foi. A vida, aprendemos tarde demais, está no viver, no tecido de cada dia e de cada hora.”

O falecido Edward S. Evans, de Detroit, quase se matou de preocupação antes de aprender que a vida “está no viver, no tecido de cada dia e de cada hora”. Criado na pobreza, ganhou seu primeiro dinheiro vendendo jornais e depois passou a trabalhar como balconista em uma mercearia. Mais tarde, com sete pessoas dependendo dele para o sustento, conseguiu um emprego como assistente de bibliotecário. Por mais baixo que fosse o salário, Edward Evans tinha medo de pedir demissão. Oito anos se passaram até ele tomar coragem de abrir um negócio, mas, quando o fez, com um empréstimo de 55 dólares, passou a ganhar 20 mil dólares por ano. Mais tarde, sofreu uma decepção mortal: avalizou uma promissória para um amigo e o amigo faliu. Logo veio outro desastre: o banco no qual guardava todo o seu dinheiro também faliu. Ele não só perdeu tudo que tinha como ficou com uma dívida de 16 mil dólares. E não suportou os baques: “Eu não conseguia dormir ou comer. Fui acometido por uma doença estranha. Preocupação, e nada além de preocupação, provocou essa doença. Um dia, enquanto caminhava na rua, desmaiei e caí. Eu não conseguia mais caminhar. Fiquei acamado e meu corpo se cobriu de furúnculos. Eles se tornaram internos, até o ponto em que o simples fato de ficar deitado na cama causava dores atrozes. Eu ficava mais fraco a cada dia. Por fim, meu médico me disse que eu tinha apenas duas semanas de vida. Fiquei chocado. Preparei meu testamento e me recostei na cama, aguardando a morte. Não adiantava mais lutar ou me preocupar. Desisti, relaxei e adormeci. Eu não dormia duas horas seguidas fazia semanas; mas agora, com meus problemas mundanos próximos do fim, dormi como um bebê. Meu cansaço exaustivo começou a desaparecer. O apetite voltou. Ganhei peso.”

Algumas semanas depois, ele já conseguia andar com muletas. Passadas mais seis semanas, voltou ao trabalho.

“Eu chegara a ganhar 20 mil dólares por ano, mas agora estava feliz por ter um emprego que pagava 30 dólares por semana, vendendo calços para colocar atrás das rodas de automóveis quando eles são transportados em carretas. Aprendi minha lição. Chega de preocupações para mim. Chega de arrependimentos pelo que aconteceu no passado e de medo do futuro. Concentrei todo o meu tempo, o meu entusiasmo e toda a minha energia em vender aqueles calços.”

Edward S. Evans progrediu rapidamente. Em poucos anos, tornou-se presidente da Evans Product Company, uma empresa de capital aberto na bolsa de valores de Nova York. Se você for à Groenlândia, poderá aterrissar no Evans Field – um aeroporto batizado em homenagem a ele. No entanto, Edward S. Evans jamais teria conquistado tais vitórias se não tivesse aprendido a viver em compartimentos de dias incomunicáveis.

Você deve se lembrar do que a Rainha Branca disse para Alice: “A regra é esta: geleia amanhã e geleia ontem, mas nunca geleia hoje.” A maioria de nós vive assim, aflita com a geleia de ontem e preocupada com a de amanhã em vez de passar agora um monte da geleia de hoje no pão.

Até Montaigne, o grande filósofo francês, cometeu esse erro. Ele disse: “Minha vida foi cheia de desgraças terríveis, a maioria das quais nunca ocorreu.” Assim como a minha – e a sua.

“Pense”, disse Dante, “que este dia nunca amanhecerá outra vez.” A vida está escapando a uma velocidade incrível. Estamos disparando pelo espaço a 30 quilômetros por segundo. Hoje é nosso bem mais precioso. É nosso único bem verdadeiro.

Essa é a filosofia de Lowell Thomas. Certa vez, passei um final de semana na fazenda dele e reparei nestas palavras do Salmo 68 emolduradas e penduradas na parede de seu estúdio de radioamador, onde ele as via com frequência:

Este é o dia que o Senhor fez;

Regozijemo-nos e sejamos felizes nele.

O escritor John Ruskin tinha sobre sua escrivaninha um simples pedaço de pedra no qual havia uma única palavra entalhada: HOJE. Embora eu não tenha um objeto assim sobre a minha mesa de trabalho, colei um poema no espelho do banheiro e toda manhã, quando faço a barba, eu o releio. Trata-se de um poema que Sir William Osler mantinha em sua escrivaninha, escrito pelo famoso dramaturgo indiano Kalidasa:

Saudação ao Amanhecer

Olhe este dia!

Por sua vida, a própria vida da vida.

Em seu breve curso

Jazem todas as verdades e realidades da sua existência:

O êxtase do crescimento

A glória da ação

O esplendor da beleza.

Pois ontem é apenas um sonho

E o amanhã é somente uma visão,

Mas o hoje bem vivido faz de cada ontem um sonho de felicidade

E de cada amanhã uma visão de esperança.

Olhe bem, portanto, este dia!

Assim é a saudação do amanhecer.

Portanto, a primeira coisa que você deve saber sobre preocupação é isto: se quer mantê-la fora da sua vida, faça como Sir William Osler:

Feche as portas de ferro para o passado e para o futuro. Viva em compartimentos de dias incomunicáveis.

Por que não faz a si mesmo estas perguntas e anota as respostas?

1. Minha tendência é adiar viver no presente para me preocupar com o futuro, ou cobiçar algum “jardim de rosas mágico além do horizonte”?

2. Às vezes torno o presente amargo ao me arrepender de acontecimentos do passado – que estão encerrados e resolvidos?

3. Acordo pela manhã determinado a “aproveitar o dia”, a obter o máximo dessas 24 horas?

4. Posso obter mais da vida “vivendo em compartimentos de dias incomunicáveis”?

5. Quando devo começar a fazer isso? Semana que vem?… Amanhã?… Hoje?

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Dale Carnegie

Sobre o autor

Dale Carnegie

Dale Carnegie (1888-1955) foi um escritor e palestrante americano. Nascido numa família pobre no Missouri, escreveu livros que marcaram época e venderam mais de 50 milhões de exemplares em dezenas de idiomas ao redor do mundo. O legado de Carnegie, no entanto, vai além de seus livros: anos antes de publicar Como fazer amigos e influenciar pessoas, ele fundou o Dale Carnegie Training, instituto que ministra cursos de desenvolvimento pessoal, vendas, treinamento corporativo, oratória e habilidades interpessoais. Criado em 1912, hoje é uma organização internacional presente em mais de 90 países.

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Dale Carnegie apresentou ideias pioneiras sobre como a preocupação excessiva pode inviabilizar o desenvolvimento pessoal e profissional e indicou caminhos para a superação.

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