“O poder da resiliência”: como lidar com as adversidades e se tornar o seu melhor amigo | Sextante
“O poder da resiliência”: como lidar com as adversidades e se tornar o seu melhor amigo
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“O poder da resiliência”: como lidar com as adversidades e se tornar o seu melhor amigo

Enxergar a vida com outro olhar. Ser mais positivo diante dos problemas e das dores. Prestar atenção nas experiências prazerosas do nosso dia a dia. Livro ensina a cultivar o bem-estar e a fazer as pazes consigo mesmo.

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Enxergar a vida com outro olhar. Ser mais positivo diante dos problemas e das dores. Prestar atenção nas experiências prazerosas do nosso dia a dia. Livro ensina a cultivar o bem-estar e a fazer as pazes consigo mesmo.

O poder da resiliência, escrito por Rick Hanson em parceria com o filho, Forrest Hanson, auxilia os leitores a “se curar do passado, lidar com o presente e construir um futuro melhor”. De certa forma, é uma reconexão com o tempo, com o propósito de nossas vidas e, especialmente, com aquilo que nos forma, de dentro para fora. As lições elaboradas nessas páginas visam o cultivo de potencialidades interiores como a bondade, a determinação e o amor-próprio. Essas qualidades, além de outras, são recursos mentais que nos fazem enxergar a vida de maneira mais otimista.

“Quando internalizamos experiências agradáveis, desenvolvemos potencialidades interiores que, por sua vez, nos tornam mais resilientes. Ou seja: bem-estar e resiliência estimulam um ao outro, num círculo virtuoso”, explicam eles ao introduzir o conceito da neuroplasticidade positiva. É a própria vida que abastece o combustível de nossa regeneração. Só precisamos saber acessá-lo. 

O exercício de aprimoramento proposto no livro leva justamente ao fortalecimento desse circuito, tendo a mente, nosso eu representado pelo cérebro, como aliado. O desenvolvimento acontece em duas etapas. Os autores explicam que, primeiro, é preciso vivenciar o que queremos cultivar – a gratidão ou a autoconfiança, por exemplo – para, em seguida, converter essa experiência passageira numa mudança que se fixe no sistema nervoso. É quando a experiência de bem-estar se torna não só um aprendizado fugaz, mas um modo de vida consistente. Precisamos aceitar o clichê de que a vida é uma jornada – e ela não é mesmo? – e buscar as ferramentas que tornem esse percurso menos sinuoso. 

Assim, criado a partir de princípios da neurociência,O poder da resiliência destaca 12 potencialidades interiores. Embora estejam divididas em quatro partes, elas são pontos de uma rede interligada, cujo foco está sempre no caminho do bem-estar. Além disso, o há sugestões de práticas que ajudam a compreender o processo de forma mais efetiva. 

A prática de viver bem

Na primeira parte, Rick e Forrest Hanson afirmam que reconhecer nossas necessidades mais profundas e ter vontade de satisfazê-las é um passo fundamental. Nesse sentido, a compaixão é tida como um sentimento primordial, pois estabelece as bases de uma relação mais harmoniosa consigo mesmo. Não devemos nos cobrar tanto, tampouco ignorar o que sentimos, eles insistem. “A compaixão é algo suave e forte ao mesmo tempo. Alguns estudos mostram que, quando sentimos compaixão, as áreas de planejamento motor do cérebro se preparam para a ação”, sustentam. Nos tratar bem deveria ser uma obrigação tanto quanto tratar bem o outro.

Aliás, os autores lembram que ser bom para si também faz bem aos outros e que, quando possuem mais bem-estar, as pessoas tendem a se tornar mais pacientes e afetuosas. Esse é o melhor dos mundos: um ciclo de positividade que se alimenta. 

Aqui, talvez, seja preciso ratificar o percurso já citado no começo do post: primeiro, vivenciar o que queremos cultivar para, então, transformar a experiência positiva num modo de vida. Os leitores não devem perder isso de vista. Como sugerem os autores, devemos prestar atenção em nós mesmos e reparar, por exemplo, quando tivermos uma sensação de cuidado. “Procure prolongar essa experiência por mais alguns instantes, sentindo-a no corpo”, aconselham. O segredo para conquistar os preciosos recursos mentais é ter experiências repetidas, de modo que esse sentimento se acostume com sua presença e, por fim, faça parte do que você é. 

Um olhar cuidadoso sobre si

A perspectiva acima vale para a compaixão ou para qualquer outro sentimento relacionado ao bem-estar. A repetição provoca mudanças duradouras em nosso sistema nervoso, reforçam Rick e Forrest Hanson, que sugerem: “Quando você quiser ficar mais motivado para determinadas atividades como fazer exercícios, comer alimentos saudáveis ou seguir adiante num projeto difícil no trabalho, concentrar-se no que há de agradável nelas vai levá-lo naturalmente a querer fazê-las”. A proposta é, acima de tudo, buscar um olhar atento e cuidadoso, que sabe extrair o melhor de cada momento. Dessa maneira, como diz a máxima, será possível enxergar a vida com outros olhos. 

Por que às vezes isso parece tão complicado, apesar de termos consciência de que momentos agradáveis melhoram nossos dias? É preciso investigar os obstáculos que nos impedem de encontrar e reconhecer o prazer nosso de cada dia. Ele existe. Precisamos enxergá-lo.

Segurança, satisfação e conexão

De qualquer forma, trata-se de um movimento contínuo. O processo de prestar atenção em nossos sentimentos, devemos levar em conta três necessidades básicas do ser humano: necessidade de segurança (proteção), necessidade de satisfação (estar bem com a vida) e necessidade de conexão (se sentir amado e ligados a outras pessoas). Ter consciência de anseios e angústias – ou seja, das necessidades que não foram atendidas – é fundamental para que seja possível lidar com as turbulências da melhor maneira possível. O livro não se propõe a eliminar as sensações ruins – elas existem e vão continuar existindo -, mas ensina modos de resgatar e lapidar a positividade e o otimismo. 

O oposto disso é a negatividade, e vivê-la intensamente traz consequências imediatas. Afinal, nossa tendência é sempre remoer esses sentimentos por horas a fio, até perturbar o sono. “Passar repetidamente por esses circuitos é como correr em círculos na terra fofa, deixando sulcos cada vez mais profundos na trilha – o que torna mais fácil cair em novas ponderações negativas no futuro”, ensinam.

A opção de internalizar e ecoar vivências positivas está ligada à consciência de si e do presente no qual se vive – um e outro são inseparáveis. São as pequenas ações que nos conduzem ao trajeto da plenitude. A repetição, consequentemente, nos faz jamais esquecê-lo: “Quando terminar alguma tarefa (quando tiver enviado um e-mail, escovado o cabelo da filha, enchido o tanque de gasolina), permaneça com a sensação de satisfação. Quando alguém lhe sorrir ou você se lembrar de uma pessoa amada, continue se sentindo conectado. Esteja consciente dessas experiências, valorize-as e permaneça com elas. Deixe que entrem em você e dedique alguns segundos para ajudá-las a construir seu caminho até o cérebro”.

Outros cinco ensinamentos de “O poder da resiliência”:

1) “O bem-estar surge quando nossas necessidades são atendidas, não negadas. Quando sentimos que nossas necessidades estão satisfeitas o bastante, o corpo e a mente entram no modo responsivo da ‘zona verde’ e temos uma sensação de paz, contentamento e amor”.

2) “Podemos aprender a aprender. Aprender é a potencialidade interior que cultiva todas as outras”.

3) “Não adie ações sensatas a favor da saúde física. Sempre parece mais fácil começar amanhã. Em vez disso, pergunte-se: ‘O que posso fazer hoje?’”.

4) “Buscamos nos sentir bem no futuro, o que, no entanto, é estressante no presente. É doloroso, mas a busca pela felicidade pode deixá-la fora do alcance. Já a gratidão nos faz sentir algo bom na mesma hora”.

5) “Assim como você reconhece que os outros são boas pessoas, elas também o veem dessa forma. Ajude a si mesmo a saber que você é fundamentalmente uma boa pessoa. Aconteça o que acontecer, a base da autoconfiança duradoura é a certeza de que há bondade no seu coração”. 

Este post foi escrito por:

Filipe Isensee

Filipe é jornalista, especialista em jornalismo cultural e mestrando do curso de Cinema e Audiovisual da UFF. Nasceu em Salvador, foi criado em Belo Horizonte e há oito anos mora no Rio de Janeiro, onde passou pelas redações dos jornais Extra e O Globo. Gosta de escrever: roteiros, dramaturgias, outras prosas e alguns poucos versos estão em seu radar.

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