Filipe Isensee | Sextante
Conselhos infalíveis para quem deseja ter “Atitude empreendedora”
EMPREENDEDORISMO

Conselhos infalíveis para quem deseja ter “Atitude empreendedora”

Livro apresenta as lições que nortearam a carreira de empreendedores de sucesso e ensina práticas determinantes para o êxito de um negócio

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Livro apresenta as lições que nortearam a carreira de empreendedores de sucesso e ensina práticas determinantes para o êxito de um negócio

Espécie de bíblia do empreendedorismo, Atitude empreendedora explora os principais ensinamentos adquiridos sobre o tema ao longo das últimas décadas. Pesquisas, entrevistas, análise da vida de grandes empresários, além do conhecimento acumulado pela Junior Achievement (JA), organização sem fins lucrativos especializada na formação de empreendedores, tornam imprescindível o livro concebido por Larry C. Farrell. A publicação, robusta, é dividida em duas partes, abarcando 12 capítulos, que apresentam regras, pressupostos e desafios desse universo ainda tão instigante para milhões de pessoas. Assim, o autor reforça um ponto de vista que guia todo o livro: o talento para empreender não é genético e pode ser praticado. 

Autoridade absoluta no ensino do empreendedorismo, Farrell compartilha nessas páginas um manual de como fazer, o que inclui formulários para exercícios e lições já testadas e comprovadas por empresários de diversos ramos.  O autor analisa os nichos de mercado da economia global, a explosão de startups e os riscos financeiros atrelados às atividades. Diante desse cenário, ele sustenta que a meritocracia é irrevogável no empreendedorismo: “Não importa seu gênero, sua cor de pele, seu país de origem, quem são seus pais ou qual a sua formação acadêmica. Se você inventar uma boa ideia para um produto ou serviço, nada poderá detê-lo”. 

As quatro práticas fundamentais

O caminho rumo ao sucesso tem passos essenciais, ele reforça. Farrell identifica quatro práticas presentes em iniciativas comandadas por diferentes empreendedores. Os desdobramentos dessas práticas ocupam a primeira parte do livro e, aqui, selecionamos alguns dos principais pontos discutidos com profundidade em Atitude empreendedora

1ª prática: senso de missão

Diz respeito a compreender o “o quê” e o “como” do empreendimento. Em outras palavras, significa  “entender o quê é a estratégia nos negócios (quais produtos, para quais clientes) e como temos que operar (em quais fatores ou valores operacionais temos que focar) para realizar a estratégia”, explica o autor, que considera essa clareza um tópico determinante para o êxito da missão. Segundo ele, ser muito bom nas duas coisas é uma característica que todos os grandes empreendedores compartilham.

Uma das maneiras de saber se você domina seu futuro negócio é responder com segurança a essas perguntas: O que eu realmente gosto de fazer?; O que faço muito bem?; Identifico alguma necessidade não satisfeita pelo mercado? Quais são?; Quais capacitações eu preciso ter?; De que fluxo de caixa vou precisar?. Se algo ainda desperta dúvida, é melhor esticar mais um pouco sua permanência no atual emprego. A criação de uma cultura e de valores empreendedores são desafiadores. Mais desafiador ainda é mantê-los vivos durante décadas. As perguntas anteriores, portanto, são apenas o começo da jornada. 

2ª prática: visão cliente/produto

Farrell recupera a trajetória de Steve Jobs para reforçar os valores intrínsecos a essa prática, entre eles a especialidade tanto em produtos quanto em clientes – a união desses dois elementos forma a figura de um empreendedor de base sólida. “A lição mais importante de Jobs e de outros grandes empreendedores é que no fundo eles são artesãos. Têm uma visão única integrada de clientes e produtos. Estão, na verdade, obcecados em fazer produtos que os consumidores irão comprar. O truque é tornar-se um apaixonado especialista em seus próprios produtos e clientes. Afinal, essas são as duas palavras mais importantes nos negócios”, sintetiza o autor.

Não é exagero dizer que amar os clientes e amar os produtos são fundamentais para o crescimento de um negócio. E, de fato, há inúmeras maneiras de demonstrar essa afeição: funcionários gentis, atendimentos personalizados, conhecimento de seus produtos, resposta imediata às dúvidas e aos anseios dos clientes, fazer melhor que o concorrente etc. “Quase não importa quais serão as ações específicas que você adotará para ‘amar o cliente’ e ‘amar o produto’. É quase impossível que um investimento de tempo nessas ideias dê errado. Assim, eis um pensamento final e muito importante sobre o poder que há em focar em clientes e produtos: chamamos isso de fazer crescer seu negócio à moda antiga”.

3ª prática: inovação em alta velocidade

A necessidade de invenção guia os apontamentos sobre essa prática. Farrell explica as duas regras de ouro para inovar: a primeira é considerar a inovação uma necessidade absoluta; e a segunda é que deve haver um alto sentido de urgência na tomada de ações e na implementação de novas ideias. Por isso, a liberdade de agir precisa ser incluída nesse pacote. “Todos sabemos que a necessidade é a mãe das invenções e que se alcança mais num dia de crise do que num mês de complacência. O truque então é aprender como manter esse senso de urgência vivo em seu negócio, de modo que a inovação se torne uma necessidade e que cada um tenha liberdade para agir, e agir com rapidez”, salienta.

Pôr essas ferramentas em prática depende basicamente do fundador, que deve ter a capacidade de perceber o desafio que está enfrentando para fazer melhor e mais rápido. Cabe a ele implementar isso na empresa. “Ir além das expectativas de seus clientes e superar a concorrência é um nobre desafio para qualquer companhia. O que é certo é que você não pode simplesmente ficar sentado esperando que alguma coisa grande e empolgante aconteça no seu negócio. Felizmente, você pode fazer acontecer”, diz Farrell.

4ª prática: comportamento automotivado

O segredo aqui é amar o que faz e, assim, tornar-se ainda melhor no negócio. Essa chave pressupõe a conexão direta entre o alto comprometimento e o alto desempenho. O autor conta que empreendedores são automotivados porque enfrentam as consequências, positivas ou negativas, de seu desempenho todos os dias. E são os clientes os principais mensageiros do que deu certo e do que não funcionou. “Para inspirar seus funcionários, você vai precisar instilar neles também a sensibilidade a essas consequências positivas ou negativas”, ensina ele. Se para começar seu próprio negócio você tem que ser automotivado e nunca desistir, para fazê-lo crescer você deve inspirar outras pessoas, introjetando nelas também a ideia da força das consequências. “Líderes empreendedores que demonstram ter alto nível de comprometimento com seu pessoal recebem esse comprometimento de volta para eles e para a empresa”, frisa.

Este post foi escrito por:

Filipe Isensee

Filipe é jornalista, especialista em jornalismo cultural e mestrando do curso de Cinema e Audiovisual da UFF. Nasceu em Salvador, foi criado em Belo Horizonte e há oito anos mora no Rio de Janeiro, onde passou pelas redações dos jornais Extra e O Globo. Gosta de escrever: roteiros, dramaturgias, outras prosas e alguns poucos versos estão em seu radar.

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