Autor: Renata Vieira
Um livro-manifesto sobre a responsabilização desigual de homens e mulheres em casos de gravidez indesejada
Gabrielle Blair propõe uma mudança na visão sobre a gravidez indesejada e inclui de vez os homens nesse problema.
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Segundo uma pesquisa realizada pelo IPEC, cerca de 62% das mulheres já tiveram pelo menos uma gravidez indesejada no Brasil. Esse índice alarmante chama atenção principalmente porque, quando levantamos esse debate, vemos apenas as mulheres nessa equação, como se fossem as únicas responsáveis por cuidar de uma contracepção.
É necessário mudar a visão sobre a gravidez não planejada e incluir de vez os homens nesse problema. E é isso que propõe Gabrielle Blair no livro-manifesto Ejaculação responsável, nosso lançamento do mês.
“Uma gravidez indesejada não acontece porque duas pessoas fazem sexo, acontece se um homem ejacular de forma irresponsável. Encaramos a ejaculação como se fosse algo aleatório e involuntário, sendo impossível de antecipar ou prever. E encaramos a ovulação como algo que pode ser determinado com antecedência e facilmente previsível. Estamos trocando as coisas”, afirma a autora.
Gabrielle traz argumentos superimportantes, como o fato de os homens serem férteis 100% do tempo, enquanto as mulheres apenas em poucos dias do mês, além de apontar que os métodos contraceptivos masculinos são mais acessíveis, baratos e menos dolorosos do que os femininos.
Apesar de ser um tópico considerado polêmico por muitos, o livro traz uma visão esperançosa de que essa discussão possa alcançar cada vez mais pessoas e ser levada a sério por todas as camadas da sociedade. Só assim as responsabilidades poderão ser, finalmente, compartilhadas.
Alguns argumentos que provam que precisamos repensar a responsabilidade masculina por uma gravidez indesejada: