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Colocando ordem na casa: arrumação é qualidade de vida
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Colocando ordem
na casa: arrumação é
qualidade de vida

Os números estão a favor de Marie Kondo, uma jovem autora japonesa cujo sorriso pintando o rosto é uma constante. Também pudera. Ao redor do mundo já foram vendidos mais de cinco milhões de exemplares de “A mágica da arrumação”, livro escrito por ela que promete colocar em ordem a casa e a vida de […]

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Os números estão a favor de Marie Kondo, uma jovem autora japonesa cujo sorriso pintando o rosto é uma constante. Também pudera. Ao redor do mundo já foram vendidos mais de cinco milhões de exemplares de “A mágica da arrumação”, livro escrito por ela que promete colocar em ordem a casa e a vida de seus leitores. A proposta é instigante. O volume de vendas, igualmente, comprovando como essa tal magia se conecta aos anseios de muitos por aí.

Os pensamentos encadeados em dicas e frases da obra vão além do básico dobrar e guardar, mas não se esquivam disso. É, de certa forma, uma filosofia que se encaixa no senso-comum sobre os nipônicos, mais compactos e organizados que os irmãos ocidentais. Descrita como obcecada por arrumação, KonMari, como é chamada, já foi tema de matéria do The New York Times e convidada do programa de Ellen DeGeneres – e lá estava ela no palco, com uma tradutora a tiracolo, abraçando roupas, ora com alegria, ora com desapego, numa tentativa de exemplificar seu método.

Aos curiosos, vale espiar o Instagram da moça. As imagens postadas lá são capazes de levar ao orgasmo os que veem beleza na instantânea harmonia das coisas, todas arrumadas, ocupando a parte que lhes cabe. Mas é bom lembrar: a mágica não pressupõe objetos que se deslocam sozinhos ou que escolhem eles próprios ficarem ou serem jogados fora. O abracadabra aqui é outro.

Sem medo do método

“Já ajudei clientes que, sozinhos, jogaram fora 200 sacos de lixo de 45 litros em um único dia”

Para KonMari arrumação pode e deve ser ensinada – inclusive aos habituados às atividades domésticas – , e é isso que ela propõe no livro.  Logo nas primeiras páginas, deixa claro: organizar não é o mesmo que guardar. E mais: é muito mais vantajoso arrumar tudo de uma só vez do que aos poucos. “Quando as pessoas falham é porque não conseguiram mudar de postura. A raiz do problema está no fato de que não foram capazes de enxergar os resultados nem sentir seus efeitos. É exatamente por isso que é necessário obter resultados palpáveis de imediato”, reforça a autora.

“A mágica da arrumação” é composto por inúmeras dicas, eventualmente pautadas num episódio vivido por KonMari, espalhadas por mais de uma centena de páginas. A leitura é bem rápida e agradável. Abaixo, você conhece melhor oito passos-ideias recomendadas. E sabem por que oito? Porque é considerado o número do equilíbrio, que abre espaço para um novo ciclo. “Sua casa nunca vai ficar organizada se você não se entregar por inteiro. O trabalho envolve basicamente ações: decidir se vai ou não jogar algo fora, e definir onde guardá-lo. Se você é capaz de fazer essas duas coisas, pode sim alcançar a perfeição”, ela explica.

1 – Separe por categoria e não por localização

– Muitas vezes objetos do mesmo tipo são guardados em lugares diferentes. Livros, por exemplo, podem estar espalhados pela casa toda. Da mesma forma, roupas não ficam restritas a um único cômodo. Agindo dessa maneira, é possível ter uma dimensão real dos itens que você possui. É o primeiro passo a fim de evitar o excesso de coisas, uma das causas da desorganização.

2 – Descartar é preciso

– É um sofrimento para os acumuladores, mas necessário. Não adianta fazer um pouquinho a cada semana, ou a cada mês. Isso só resultará num cansaço anunciado a cada nova empreitada. “O segredo é fazer uma mudança drástica e repentina a ponto de levar a uma mudança interna igualmente drástica”, KonMari ensina. Assim como no dicionário, descartar vem antes de guardar.

3 – Escolha o que faz você feliz

– Todo mundo já deve ter ser debatido diante do armário aberto: jogar fora ou não jogar fora? Mas você já pensou em segurar cada item que possui e se perguntar: “isso me traz alegria?”. Pois é o que sugere  KonMari. Se a resposta for sim, guarde-o. Se for não, descarte-o. Simples assim.

4 – O ambiente faz a diferença

– Escolher entre o que fica e o que vai. Organizar, enfim. Para a autora, trata-se de uma conversa com você mesmo, um exercício de autoconhecimento comparado por ela à meditação. Se essa atividade requer certas condições de silêncio e ambiente favorável, o mesmo deve ser perseguido na hora da arrumação. “Se precisar de algum som para relaxar, escolha músicas instrumentais”, aconselha.

5-  Todas as roupas no chão

– Procure tudo que você tem – até mesmo o que está nos cestos e escondido numa gaveta. KonMari costuma dizer a seus clientes que qualquer item encontrado depois será imediatamente descartado. A proposta é avaliar peça por peça. O ideal é começar pelas roupas de estações seguintes: “Será que vou usar isso novamente?”. Na dúvida, desapegue.

6- Bom mesmo é na vertical

– A melhor maneira de arrumar as roupas é colocá-las na vertical. Assim, você consegue ver todos os itens sem nenhuma dificuldade. E não se preocupe com os vincos, já que eles são causados pela pressão das roupas empilhadas. No Youtube, há muitos vídeos com pessoas que testaram e seguem o método KonMari, com recomendações de como dobrar  itens diferentes.

7 –  Organização na cozinha e no banheiro

– O raciocínio é simples e prescinde da pergunta: estou usando tudo que está espalhado no box? O que não é utilizado deve ser guardado longe do banheiro. Com apenas os itens mais importantes, certamente ficará mais fácil a limpeza. KonMari também não recomenda o uso das cestinhas com mil e uma coisas dentro – o segredo não muda: descartar e guardar. O mesmo é recomendado para a cozinha. Não deixe os condimentos na bancada, próximos ao fogão, expostos. Faça bom uso da gaveta ou do armário ao lado. 

8 – Elimine o excesso de informação visual

– Uma dica para os que estão avançados na organização. É o polimento: livre-se das etiquetas das roupas, dos adesivos usados para organizar, dos plásticos que cobrem as coisas sem necessidade, dos embrulhos camuflando objetos, mesmo os que estão na gaveta. “Ao eliminar o excesso de informação visual, você deixa o ambiente mais tranquilo e confortável. A diferença é tão impressionante que seria uma pena não tentar”, ela sustenta.

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