Autor: Editora Sextante
“Me poupe!”: cinco passos para não faltar dinheiro no bolso
Quem quer dinheiro? Para além do bordão de Silvio Santos, a pergunta vem a calhar em tempos de recessão e desemprego. Difícil encontrar alguém que não responda com um “sim” entusiasmado à pergunta. O caminho para consegui-lo licitamente – sem contar com a sorte premiada na loteria ou por herança – passa pelo trabalho. Sobre […]
|
Quem quer dinheiro? Para além do bordão de Silvio Santos, a pergunta vem a calhar em tempos de recessão e desemprego. Difícil encontrar alguém que não responda com um “sim” entusiasmado à pergunta.
O caminho para consegui-lo licitamente – sem contar com a sorte premiada na loteria ou por herança – passa pelo trabalho. Sobre isso não há dúvida. A indesejada interrogação se estende quando se pensa em como fazer a grana render. A palavra de ordem é poupar. É isso, embora não só isso, que ensina Nathalia Arcuri em Me poupe!.
O livro é um desdobramento do bem-sucedido canal de finanças da jornalista no YouTube. Organizada, destemida e pechinchadora profissional, Nathalia recorda o percurso que a levou a se tornar milionária aos 32 anos e apresenta 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no bolso. Aqui, você conhece resumidamente cinco deles:
Fale sobre dinheiro
Sim, é preciso falar para não faltar. A fala liberta, como sugere a psicanálise, mas você não precisa necessariamente ir ao divã para resolver o problema. Só que não adianta empurrá-lo para debaixo do tapete e transformá-lo em tabu. Quer dizer, tabu ele já é. Quer ver? Sentir vergonha de pedir desconto, achar feio discutir a divisão de gastos e ter medo de pedir aumento de salário estão entre os sintomas que Nathalia Arcuri chama de dinheirofobia. Conhece alguém assim? “A dinheirofobia se manifesta até fisicamente. É uma espécie de angústia acompanhada de uma sensação de nó na garganta, como se você quisesse falar alguma coisa, mas não conseguisse. Se já te convenceram a comprar algo de que não precisava, você sabe do que estou falando”, conta.
Essa aversão muitas vezes é reforçada dentro de casa e acentuada pela educação financeira incipiente – ou até mesmo inexistente – nas escolas. Em contrapartida, os que falam sobre dinheiro acabam ganhando fama de mercenários, mesquinhos e por aí vai. O que Nathalia aponta é um olhar mais consciente diante desse substantivo – dinheiro – que atravessa a vida de todos nós. Falar dele, esquivando-se da vergonha, é o princípio fundamental para aguçar essa percepção: “Fale de maneira positiva, no dia a dia, fale sobre seus planos, seus desejos e suas dificuldades. Busque ajuda com quem sabe mais do que você, leia sobre o tema, pergunte a outras pessoas como elas lidam com suas finanças. Apenas fale”, insiste Nathalia. Falou?
Tenha objetivos claros
Falar é imprescindível, mas esse movimento precisa estar articulado a outros. Afinal, o dinheiro é, quase sempre, um passe para comprar algo. E aí mora o nó da questão. Desatá-lo depende das respostas a perguntas como estas: O que você quer? Quanto custa o que você quer? Quanto você tem? O que você vai fazer para diminuir a diferença entre um e outro? Esse horizonte se torna mais fácil de modelar a partir do momento em que se tem um objetivo. Não um objetivo qualquer, mas sim um autêntico (um desejo realmente seu), importante (que faça diferença para você) e justificável (não é da moda; tem significado para você e para sua vida).
Encontrar o objetivo pode ser uma tarefa ingrata para muitos. Uma das dicas da Nathalia é pensar o que faria você superar os obstáculos do dia a dia para alcançar esse objetivo, levando em conta que o percurso muitas vezes envolve renúncias. Não é simples. “Só quando nos conhecemos bem é que conseguimos ter clareza sobre o porquê de desejarmos tanto uma determinada conquista”, pondera. Mantenha por perto o que a jornalista chama de os 4Fs da riqueza: foco (saiba para onde você vai), fé (acredite no seu taco e trace planos), força (determinação para não desanimar) e foda-se (use-o toda vez que tentarem diminuir seu potencial).
Cuide do autoconhecimento
Norte de qualquer mudança positiva, o autoconhecimento é também um dos pilares da educação financeira. Através de suas lentes aguçadas é que se pode ter firmeza na hora de eleger prioridades e não se deixar seduzir por vitrines convidativas e fugazes. Nathalia é a rainha da pechincha e se orgulha de batalhar por descontos, sempre tendo em vista o que vale mesmo a pena. “Conhecer-se bem significa entender quais são seus valores e, com base neles, definir seus propósitos”, sustenta a jornalista. Neste capítulo, ela propõe um raio x da vida financeira do leitor, com informações sobre fonte de renda, listas de gastos e tipos de investimento. Esse método é importante, pois em nenhum momento ela sugere um milagre, mas sim um olhar maduro e consciente para lidar com o dinheiro.
Entre a grana e o objetivo, existe planejamento. Pensando nele, Nathalia destaca a importância das metas financeiras (de curtíssimo a longuíssimo prazo). Do café após o almoço à casa própria, tudo é traduzido como meta. E toda meta se encaixa no esquema de cinco itens fundamentais: 1) definição do que você quer; 2) a meta é mensurável? É importante ter uma forma de medir o quanto você precisa para atingir a meta; 3) mesmo ousada, a meta tem que ser possível; 4) você tem que saber por que a meta é importante para você; 5) dê um prazo para ela se tornar realidade.
Não desperdice
Um dos lemas da Nathalia é: pensar em dinheiro não faz de você uma pessoa mesquinha. Ao contrário, pensar nele mostra que você tem consciência de que foi suado consegui-lo. A jornalista, milionária aos 32 anos, conta que um pensamento guiou suas escolhas financeiras: “Cada centavo é fruto do meu esforço. Se eu o desperdiçar ou ignorar seu valor agora, estarei jogando no lixo também o meu valor e o meu trabalho”.
Para Nathalia, a tão almejada independência financeira está relacionada ao tesão de se fazer aquilo que gosta. Não é o caso de trabalhar sem pensar em dinheiro, mas é ter consciência de que trabalhar no que ama – com esforço, interesse e criatividade – é o melhor caminho para ser reconhecido; ou, em outras palavras, ganhar mais valor de mercado e ser mais bem remunerado.
Poupe
Para alguém acostumada a poupar desde muito cedo, o quinto passo é previsível. Previsível, mas impossível para muita gente. Por isso não custa ressaltar: poupar está conectado a um objetivo específico – se não, você está apenas guardando. Planejar, poupar e, então, comprar.
Diante da perspectiva do aumento da população idosa – em 2050, a previsão é que existam mais idosos que jovens no Brasil – e as tentativas já em prática de mudar os rumos da aposentadoria, poupar se torna essencial para quem vislumbra uma velhice mais confortável. O grande desafio para muitos é controlar os impulsos de compra. Uma técnica sugerida por Nathalia pode fazer você pensar melhor. São cinco perguntas que devem ser feitas antes de comprar algo: 1) Eu quero?; 2) Eu mereço? – quer dizer, você está em dias com suas contas? Quitou suas dívidas?; 3) Eu preciso?; 4) Eu posso?; 5) Eu devo? – ou seja, será que esse dinheiro não estava reservado para algo realmente importante?
No fim do capítulo, Nathalia elenca 25 hábitos para economizar. Aqui, você conhece cinco deles:
1) Pesquisar muito antes de comprar. Eu esgoto todas as possibilidades: internet, brechó, o comércio popular da cidade etc.
2) Pedir desconto sempre. Já reparou que as pessoas ricas sempre pechincham? Uma pergunta que sempre me intrigou: elas são ricas porque pedem desconto ou pedem desconto porque são ricas?
3) Usar um cartão de crédito que tenha programa de milhas e utilizá-las. Não faz sentido deixar que expirem.
4) Não pagar tarifas bancárias. Eu negocio, ameaço o gerente, digo para ele que vou levar meu dinheiro para uma instituição bancária que saiba valorizar meu saldo de investimentos. Sempre funciona.
5) Não sair de casa sem uma lista de compras e me manter fiel a ela.