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Precisamos falar sobre trauma!
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Precisamos falar sobre trauma!

Não é possível enxergar o trauma em si; só se vê seu funcionamento – ele é silencioso e cruel.
Em Trauma: A epidemia invisível, o psiquiatra americano Paul Conti examina as pesquisas mais recentes sobre o assunto, explica as melhores práticas clínicas e conta dezenas de histórias reais para apresentar uma visão profunda sobre o trauma.

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Trauma
substantivo masculino
Qualquer coisa que cause dor física ou emocional e deixe sua marca no decorrer da vida da pessoa.

Não é possível enxergar o trauma em si; só se vê seu funcionamento – ele é silencioso e cruel. Em Trauma: A epidemia invisível, o psiquiatra americano Paul Conti examina as pesquisas mais recentes sobre o assunto, explica as melhores práticas clínicas e conta dezenas de histórias reais para apresentar uma visão profunda sobre o trauma.

De acordo com o especialista, precisamos encarar o trauma como uma epidemia e entender que esta doença que pensávamos ser invencível pode ser curada e prevenida. Segundo o autor, os sintomas externos da doença são sutis, mas ela é capaz de dominar todo o corpo sem aviso-prévio, e pode ser transmitida entre pais e filhos, levando a graves consequências se não for tratada.

“O trauma sequestra nossas histórias. É como um vírus que passa a residir dentro de nós, provocando conflitos a respeito de quem somos, do que somos capazes e do que merecemos”, analisa Conti.

No livro, ele traça um panorama completo do assunto e apresenta uma série de mudanças que podemos fazer, como indivíduos e como sociedade, para aliviar os efeitos do trauma e evitar que suas raízes se alastrem para o futuro.

Lady Gaga, uma de suas pacientes mais célebres, assina o prefácio da obra e vai direto ao ponto em sua avaliação: “Dr. Paul Conti me ajudou a iniciar um processo de cura que eu pensava ser impossível. Posso dizer com certeza que esse homem salvou a minha vida.” Posteriormente, a superestrela reforçou pelo Twitter a importância do tema: “Meu amigo Paul Conti escreveu um livro formidável. Eu fiquei orgulhosa de escrever o prefácio da obra. Este livro pode ser extremamente útil para todas as pessoas que estejam enfrentando um momento difícil.”

Filho de imigrantes italianos, Conti inicia o livro revelando as próprias tragédias pessoais. Seu irmão, Jonathan, se matou aos 20 anos com um tiro e o corpo foi encontrado pela sua mãe. Depois do ocorrido, o autor conheceu aos poucos o histórico de doença mental e suicídio na família. 

“Decidi me tornar psiquiatra porque queria fazer diferença para pessoas como meu irmão. Os psiquiatras precisam ter em mente que as doenças médicas e neurológicas são às vezes a verdadeira causa que leva as pessoas a buscar tratamento, e também têm que se concentrar em como a mente e o corpo se influenciam mutuamente o tempo todo”, explica o autor.

Confira cinco reflexões do psiquiatra Paul Conti sobre como o trauma atua na mente e no corpo e quais os possíveis caminhos para a cura:

1. O vírus do trauma
Uma resposta sábia à pandemia viral é se fechar mais até a vacina ficar amplamente disponível. Uma resposta sábia à pandemia de trauma é se abrir mais até nós mesmos virarmos a vacina.

2. A biologia do trauma
O trauma altera a forma como o cérebro e o corpo se comunicam e transforma nosso ambiente interno num terreno hostil onde a inflamação e a dor ganham mais influência do que normalmente teriam. A fibromialgia – transtorno caracterizado por dor crônica, fadiga e perda de memória – é só um exemplo com uma conexão estabelecida com o trauma.

3. A sociologia do trauma
Se a sociedade não tratar o sistema de assistência médica, ele nunca será capaz de curar o país. Também não deterá a maré enchente do trauma, assunto do qual deveríamos ter tanta consciência quanto temos das mudanças climáticas, da poluição do ar e de outros problemas significativos de saúde pública (a corrida por uma vacina viável numa pandemia, por exemplo).

4. Como o trauma afeta o pensamento
Quantos de nós sofrem com uma narrativa constante de diálogo interno negativo? O trauma muda nossas emoções; as emoções alteradas determinam nossas decisões.

5. Um caminho para a cura do trauma
Podemos entender como o trauma assume o controle. É possível aprender a reconhecê-lo, denunciá-lo, enfrentar sua força e até impedir que continue agredindo a nós ou a quem amamos. A meta suprema é não permitir que ele aconteça, embora seja igualmente importante curar o que já ocorreu. Isso significa nos curar, mas compaixão, comunidade e humanidade também têm a ver com curar os outros. Os dois esforços não são separáveis. Na verdade, são interdependentes.

Este post foi escrito por:

Felipe Maciel

Jornalista com 20 anos de experiência no mercado e pós-graduação em Mercado Editorial e em Tradução, trabalhou em jornais, revistas e agências de comunicação. Foi coordenador de comunicação do Sesc Rio. Desde 2010, trabalha no mercado editorial com passagens por algumas das principais editoras do país.

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