10 coisas que toda mulher precisa saber sobre a menopausa - seja para se informar ou acolher uma pessoa amada
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10 coisas que toda mulher precisa saber sobre a menopausa - seja para se informar ou acolher uma pessoa amada

De repente, parece que várias celebridades, médicos e influenciadores começaram a falar sobre menopausa. Em redes sociais, jornais, programas de TV e podcasts, o assunto tem entrado cada vez mais nas rodas de conversa. E você pode até achar que é coisa do algoritmo, mas não: essa não é uma percepção individual. Se em um passado recente a menopausa era tratada como tabu — ou algo que, na sua memória afetiva, vinha relacionado apenas conectado à sua avó —, agora os tempos mudaram. Ou melhor: estão mudando. Ainda assim, muitas mulheres entram nessa fase despreparadas, sem saber o que está acontecendo com o próprio corpo. Informar-se é o primeiro passo para viver essa transição com mais consciência e acolhimento. A Dra. Sheila de Liz, autora de Fazendo as pazes com a menopausa, destacou 10 pontos que podem ajudar a fazer essa travessia com mais clareza e poder de escolha. 

1. A menopausa não é o fim
A menopausa não é um buraco negro para o qual somos sugadas, mas uma rota que nos leva a uma nova fase da vida. Ao chegar do outro lado, você verá uma nova versão de si. Ela marca o encerramento do ciclo reprodutivo, sim. Tente encarar como um processo natural e intenso de transformação.

2. Ela pode começar antes do que você imagina
A perimenopausa, fase de transição que antecede a menopausa, pode começar por volta dos 40 anos, enquanto você ainda menstrua regularmente, e durar anos. É nesse período que surgem os primeiros sintomas: ondas de calor, alterações de humor, insônia, perda de libido e fadiga.

3. Informação é poder
Cada história é única: a minha não é igual à sua, e a sua não precisa ser como a da sua mãe. Algumas mulheres têm sintomas típicos, outras experimentam apenas um sintoma atípico, como enxaqueca ou dores articulares. Procure dados claros que ajudem você a entender o que está acontecendo por dentro.

4. Você tem o direito de conversar com seu médico de igual para igual
Reposição hormonal, alternativas naturais, exames complementares, saúde cardiovascular, sexualidade — tudo isso pode (e deve) ser discutido com maturidade e liberdade, seja com um ginecologista, endocrinologista ou outro profissional especializado nessa fase da vida da mulher. Infelizmente, a menopausa é pouco abordada na formação médica, e mesmo ginecologistas aprendem pouco sobre o tema. Questione sempre.

5. A janela de oportunidade
Uma das regras mais importantes da reposição hormonal e, infelizmente, um segredo ainda pouco difundido, é que ela não pode ser iniciada a qualquer momento. Estudos mostram que existe uma janela de oportunidade ideal: ela começa na perimenopausa e termina de seis a dez anos após a última menstruação. Iniciar a reposição hormonal bioidêntica nesse período pode prevenir desconfortos vaginais, incontinência, doenças cardiovasculares, osteoporose e até demência. Depois que essa janela se fecha, iniciar a terapia pode elevar os riscos de trombose, infarto ou AVC, por causa dos danos aos vasos sanguíneos típicos da idade.

6. Saúde mental importa
A queda hormonal afeta diretamente o humor, a concentração e a autoestima. É comum sentir instabilidade emocional, tristeza, irritação ou esgotamento. Muitos sintomas inexplicáveis são consequência direta dessa deficiência hormonal. Depressão, transtornos de saúde mental, problemas articulares, arritmias cardíacas, doenças neurológicas e até alterações de pele podem aparecer na menopausa.

7. A libido pode mudar
A vida sexual na segunda metade da vida é influenciada por três fatores principais: nosso estado de saúde (e/ou o do parceiro ou parceira), nossa postura em relação ao sexo e nossa condição hormonal após a menopausa. Mas desejo e prazer podem continuar existindo, ainda que de forma diferente. Com diálogo, autoconhecimento e acolhimento, é possível manter (ou redescobrir) uma vida sexual satisfatória.

8. Cuidar do corpo agora é um investimento para o futuro
Alimentação, movimento, sono, controle do estresse e acompanhamento médico tornam essa fase muito mais leve. Seja bondosa com seu corpo e pratique atividades físicas. De preferência, escolha modalidades com peso, seja em aparelhos, com halteres ou com o peso do próprio corpo, como yoga. O exercício não serve apenas para manter o corpo bonito ou para aquela sensação de renascimento após o treino: ele fortalece ossos e músculos, melhora o humor e ajuda a eliminar toxinas.

9. Falar sobre isso é um ato de coragem
Há décadas, mulheres vêm sendo excluídas das discussões sobre seus próprios tratamentos. Decisões sobre nossos corpos ainda são tomadas a portas fechadas, em fóruns científicos majoritariamente masculinos. A medicina da meia-idade precisa incluir você — e isso só será possível se houver conhecimento, entendimento dos fatos e liberdade de escolha. Quando uma mulher compartilha sua experiência com a menopausa, ela abre espaço para que outras façam o mesmo. Falar sobre isso é romper o ciclo do silêncio, da culpa e da vergonha.

10. Você não está sozinha
Essa talvez seja a lembrança mais importante. Outras mulheres estão vivendo essa mesma travessia. Há livros, conteúdos, grupos, redes. E cada vez mais vozes se unindo para dizer: estamos aqui, de corpo inteiro.


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