Ambição feminina: o que ainda impede o crescimento das mulheres na carreira?
Segundo um levantamento do Hub Labs, homens têm pretensões salariais mais ambiciosas que as mulheres: em média, eles solicitam uma remuneração 77% maior do que a exigida por elas para posições de diretoria.
E tem mais: 60% das mulheres nunca negociaram salário e as que tentam têm menos chances de sucesso do que os homens.
Mas por que isso acontece?
Crenças limitantes, medo de ser vista como inadequada e autocobrança excessiva são apenas alguns dos motivos que explicam os salários mais baixos e a discrepância nos postos de liderança.
No livro “Bem-comportadas” a autora Elise Loehnen explica que, na verdade, os homens são incentivados desde cedo a se arriscar, competir e demonstrar confiança. Já as mulheres são ensinadas a ir atrás do que é mais seguro e a não incomodar.
Com isso, elas não pedem aumento, evitam cargos altos e hesitam mesmo quando têm competência de sobra. E o custo é alto, gerando quase sempre estagnação, muita frustração e perda de oportunidades.
Em "Viver com ousadia" a psicóloga Luana Marques relata que esse pensamento é um tipo de "distorção cognitiva": padrões mentais automáticos e negativos, que deformam a realidade.
Mesmo diante de provas concretas da sua capacidade, isso faz com que muitas pessoas – e, nesse caso, mulheres – pensem: “Não sou suficiente”, “Uma hora vão perceber”, “Melhor não tentar”.
Já no livro “Seja dona dos seus limites”, Terri Cole, terapeuta especializada em autoestima e limites, aponta que o resultado disso é um ciclo de autoexigência e silêncio que vem prejudicando as mulheres há muito tempo.
E o mercado continua interpretando isso erroneamente como falta de interesse ou de preparo.
Como as mulheres podem se libertar disso?
1. Enfrentando gradualmente esse medo.
Segundo Luana Marques, é possível treinar o cérebro para agir mesmo com insegurança, identificando padrões distorcidos e desafiando essas crenças com fatos.
2. Fortalecendo a autoestima com base em limites claros.
Terri Cole acredita que aprender a dizer “não”, a negociar e a ocupar espaços com firmeza é essencial para sair do modo de sobrevivência e assumir o controle da própria trajetória.
3. Questionando o padrão.
Elise Loehnen alerta para o condicionamento cultural que associa ambição feminina a algo negativo e propõe que mulheres sejam mais questionadoras e rejeitem o ideal de “boazinha” que só agrada, mas nunca reivindica.
Quer aprender mais com as especialistas? Leia os livros escritos por elas!

Bem-comportadas

Viver com ousadia

Seja dona dos seus limites
Escrito por Editora Sextante