Uma trilha sonora afetiva: a playlist de John Lennon

Lançamento do livro "John, Yoko e Eu", de Elliot Mintz, mergulha nos bastidores emocionais, criativos e musicais de um dos nomes mais icônicos da música
Durante quase uma década, o radialista Elliot Mintz foi muito mais do que um amigo próximo de John Lennon e Yoko Ono. Foi confidente, conselheiro, assessor de imprensa, companheiro de viagens e até quase uma espécie de “babá” . Em "John, Yoko e Eu", lançamento da Editora Sextante, ele abre os bastidores de sua convivência com o casal, revelando histórias inéditas, encontros memoráveis e uma intimidade rara com dois dos maiores ícones da cultura pop do século XX.
Entre os muitos elementos que tornam esse livro uma leitura envolvente, há um aspecto que conquista o leitor de forma quase imperceptível: a música. E não apenas como pano de fundo para a vida de Lennon. Ao longo das páginas, Mintz mostra como ela era parte essencial da narrativa — uma trilha para conversas profundas, um meio de expressão e até uma forma de comunicação silenciosa (e emotiva) durante longas viagens de carro.
Em uma dessas viagens, John levou uma pilha de discos de vinil de 45 rotações para cruzar a costa da Califórnia. Instalou uma vitrola no painel da perua apelidada de “Dragon Wagon” e, ali mesmo, criou sua própria trilha sonora. Clássicos como “Don’t be cruel”, “Born to be wild” e “A whiter shade of pale” preenchiam o carro, revelando suas memórias e influências.
Mais do que um artista, John era um ouvinte atento. E ao lado de Yoko, passou a explorar a música como uma forma de resistência, de liberdade e de transformação. O livro também mergulha nos bastidores de álbuns como Some Time in New York City, marcado pelo engajamento político e pela ousadia criativa do casal. Yoko, muitas vezes injustamente criticada, surge em sua real potência: parceira artística, curadora e força criativa que ajudou Lennon a romper fronteiras.
"John, Yoko e Eu" não traz apenas relatos íntimos e bem-humorados, mas também uma visão profundamente humana e complexa de duas figuras muitas vezes incompreendidas. Mintz nos conduz por telefonemas intermináveis no edifício Dakota, sessões de estúdio, festas privadas e silêncios cheios de significado — tudo permeado por uma trilha sonora que ajuda, de forma tocante, a contar essa história.
A playlist de John:
Sobre o livro: Em John, Yoko e Eu, o radialista Elliot Mintz revela, pela primeira vez, os bastidores de sua amizade com o casal entre 1971 e 1980. Confidente e presença constante, Mintz acompanhou momentos marcantes, conversas íntimas e encontros inusitados. Um relato pessoal sobre lealdade, amor, música e perda, vivido de perto por quem esteve lá.
Escrito por Editora Sextante