Dinheiro feliz | Sextante
Livro

Dinheiro feliz

Ken Honda

A arte japonesa de fazer as pazes com o seu dinheiro

A arte japonesa de fazer as pazes com o seu dinheiro

 

Como viver bem com o que temos, seja pouco ou muito?

Conhecido no Japão como o “Milionário Zen”, Ken Honda já ajudou milhões de pessoas a curar suas feridas na relação com o dinheiro e se tornarem prósperas.

Autor com mais de 7 milhões de livros vendidos.

“Honda faz com que o leitor investigue os sentimentos que o dinheiro desperta, construindo um caminho de potencial riqueza adiante.” — Booklist

 

Dinheiro é energia. Pode ser feliz ou infeliz. Pode fazer sorrir ou chorar, dependendo de como for ofertado ou recebido. Pode trazer paz – ou dor.

Observe as pessoas que se relacionam bem com o dinheiro: elas equilibram austeridade e abundância, sucesso e felicidade, motivação e inspiração. Para elas, o dinheiro é feliz.

Neste livro, Ken nos leva a desenvolver uma inteligência emocional financeira e a usar o dinheiro para construir relacionamentos sólidos e honestos que nos acompanharão pela vida.

Inspirado nos conceitos do Zen, ele nos mostra como ganhar, gastar e proteger nosso dinheiro. Nos ensina a receber e a desfrutar. A confiar e a compartilhar.

Segundo Ken, “o comentário mais frequente que recebo é: ‘Nunca pensei no dinheiro desse jeito’. Espero que você tenha o mesmo sentimento. Espero que este seja o começo da sua vida com Dinheiro Feliz.”

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Ficha técnica
Lançamento 11/01/2022
Título original Happy Money
Tradução Ivanir Calado
Formato 14 x 21 cm
Número de páginas 192
Peso 250 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-259-9
EAN 9786555642599
Preço R$ 49,90
Ficha técnica e-book
eISBN 978-65-5564-260-5
Preço R$ 29,99
Ficha técnica audiolivro
ISBN 9786555643671
Duração 06h 10min
Locutor Sergio Stern
Lançamento 11/01/2022
Título original Happy Money
Tradução Ivanir Calado
Formato 14 x 21 cm
Número de páginas 192
Peso 250 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-259-9
EAN 9786555642599
Preço R$ 49,90

E-book

eISBN 978-65-5564-260-5
Preço R$ 29,99

Audiolivro

ISBN 9786555643671
Duração 06h 10min
Locutor Sergio Stern
Preço US$ 7,99

Leia um trecho do livro

PREFÁCIO

Seu dinheiro está sorrindo?

Há alguns anos, tive uma experiência que se tornou a inspiração para o conceito e o título deste livro. Uma mulher que eu havia acabado de conhecer numa festa perguntou se poderia dar uma olhada na minha carteira.

Por mais estranha que essa pergunta possa parecer para alguns, na cultura japonesa não é incomum pedir para ver o conteúdo da carteira de alguém. Como havia muita gente no salão, não tive medo de que ela fugisse com meus documentos – ou com o meu dinheiro. Assim, com alguma hesitação, entreguei a ela a carteira de couro.

Fiquei um tanto espantado quando a mulher foi direto ao dinheiro e começou a tirar todas as notas de valor mais alto, dizendo baixinho enquanto avaliava cada cédula:

– Esta serve. Esta aqui está boa. Esta aqui está boa também. Por um momento achei que ela estivesse procurando alguma coisa específica. Será que há símbolos ou marcas especiais nas notas? Mas logo percebi que a mulher não estava buscando nada desse tipo. Então ela me surpreendeu de novo ao separar as notas de um modo que eu nunca havia visto.

– Parabéns. Todo o seu dinheiro está bom – disse, colocando de volta as notas reorganizadas e me devolvendo a carteira.

– Isso é ótimo – falei, confuso, porém com certo alívio por ter passado no teste. – Mas, se não se incomoda com a pergunta, o que você estava procurando?

– Ah, eu fui olhar se o seu dinheiro estava sorrindo ou não. Ela começou a me explicar que o dinheiro pode rir ou chorar, dependendo de como foi dado ou recebido. Se foi entregue com culpa, raiva ou tristeza, o dinheiro vai “chorar”. Por outro lado, se foi ofertado com amor, gratidão ou felicidade, vai sorrir – até mesmo gargalhar –, porque estará impregnado da energia positiva de quem deu.

O dinheiro tem a capacidade de sorrir ou chorar?

O dinheiro muda quando é oferecido com determinada energia ou sentimento?

O QUÊ?

Ainda que na época eu já estivesse financeiramente bem e achasse que sabia muito sobre dinheiro, fiquei pasmo com essas ideias. Veja bem, sempre tive muita sorte com dinheiro. Aos 20 anos decidi que seria feliz e rico aos 30. Por isso abri uma empresa de consultoria e contabilidade e ajudei muitas pessoas com suas necessidades financeiras e empresariais.

E me saí bem nesse processo – na verdade, tão bem que, aos 29 anos, quando minha mulher e eu havíamos acabado de ganhar uma menininha, pude escolher, e escolhi, ficar em casa e cuidar dela. Foi um dos períodos mais felizes da minha vida – e a melhor decisão que já tomei. Não somente porque pude passar o máximo de tempo possível com minha filha, mas também porque foi com ela que descobri minha segunda carreira: ajudar milhões de pessoas a levar uma vida feliz, próspera e tranquila.

Isso aconteceu quando eu estava num parque com minha filha, num dia lindíssimo. Brincávamos, felizes, quando vi uma mãe brigando com sua filhinha – mais ou menos da mesma idade que a minha. A mulher, atarantada e com pressa, gritava:

– Sua mãe precisa trabalhar! Vamos para casa.

E a criança respondia:

– Mas a gente chegou agora. Quero brincar mais! Por favor! Depois de alguns minutos de batalha, a menina foi embora, relutante, arrastada pela mãe. Eu me senti péssimo pelas duas. Sabia que, se a mãe tivesse opção, também preferiria ficar no parque. Afinal de contas, o dia estava lindo e ensolarado. Que pai ou mãe não gostaria de brincar com os filhos ao ar livre? Naquele momento, decidi que precisava fazer alguma coisa. Queria ajudar não somente aquela mulher, mas todos os pais e todas as pessoas que lutam para ganhar a vida. Queria reduzir a dor, o estresse e a frustração deles. Assim, naquela tarde mesmo, depois de minha filha ter se cansado de brincar, decidi que escreveria um texto curto para compartilhar as ideias que eu havia amadurecido ao longo dos anos sobre ganhar dinheiro e prosperar.

No começo, achei que escreveria cinco páginas. Porém, ao terminar o dia, fiquei pasmo ao ver que havia escrito 26 páginas de uma vez. Estava tão empolgado que imprimi o texto, grampeei as folhas e comecei a distribuí-las para os amigos. Para minha surpresa, eles adoraram. Logo desconhecidos começaram a me telefonar pedindo cópias do texto, sobre o qual tinham ouvido falar. Assim, durante vários dias, imprimi, grampeei e mandei cópias para quem desejasse. Rapidamente me cansei de montar apostilas todo dia. Reclamei com um amigo sobre o processo e ele sugeriu uma gráfica local. O vendedor ao telefone me convenceu a encomendar uma tiragem de 3 mil exemplares para reduzir os custos. E, sem pensar, concordei!

Antes que eu percebesse, duas caminhonetes chegaram à minha casa para deixar o que parecia um armazém cheio de caixas. Elas lotaram a sala da nossa casa – imagine a cara da minha mulher. Como é uma pessoa ótima, ela me perdoou. Mais ou menos. Deixaria passar, com uma condição: eu tinha um mês para me livrar de todas as caixas.

E o que eu fiz? Comecei a dar os livretos a todo mundo que eu conhecia – e também a quem não conhecia. No entanto, depois de distribuir todos os exemplares, continuei a receber encomendas. A princípio, não sabia se as pessoas estavam pedindo porque o conteúdo era bom ou porque era grátis. Mesmo assim, sabia que havia descoberto alguma coisa. Quando cheguei a 100 mil exemplares doados gratuitamente, um editor me ligou e perguntou se eu estaria interessado em escrever um livro inteiro. Minha primeira reação foi:

– De jeito nenhum! Não sou escritor!

Mas o editor insistiu:

– Você tem todo o tempo do mundo. Por que não tenta?

Isso eu não podia contestar. Logo minha filha iria para o jardim de infância, e então o que eu faria com o meu tempo?

Achei que poderia escrever.

E foi exatamente o que fiz.

Desde aquele dia decisivo no parquinho, publiquei mais de 50 livros e vendi quase 8 milhões de exemplares no Japão. Nada mau para um pai aposentado que teve uma ideia enquanto estava com a filha na pracinha. O que começara como uma ideia repentina e o desejo de ajudar uma mãe trabalhadora se transformou não somente numa carreira, mas também no meu objetivo de vida. Percebi que esse objetivo era ajudar os outros a encontrar o objetivo deles – e, ao mesmo tempo, a se tornarem prósperos e livres. Desnecessário dizer que, depois de escrever 50 livros, achei que havia resolvido bastante bem esse “negócio do dinheiro”. Mas quando minha nova amiga, a Misteriosa Mulher da Carteira, devolveu a minha carteira, comecei a refletir de novo sobre isso, como fizera tantos anos antes no parquinho.

Dessa vez, comecei a pensar no dinheiro como energia.

DINHEIRO COMO ENERGIA

Segurando a carteira que minha nova amiga acabara de me devolver, pensei: Que alívio. Todo o dinheiro que ganhei ao longo dos anos veio de pessoas felizes – pessoas agradecidas e jubilosas. Então me lembrei brevemente de como eu havia ganhado meu dinheiro. Sim, eu realmente recebera todo o meu dinheiro servindo. Tinha ajudado algumas pessoas a se tornarem bem- -sucedidas, ricas e empoderadas. Ajudara outras a adquirir paz, alegria e gratidão. Pensei em como aqueles que me pagavam se sentiam ao ler meus livros ou ao assistir aos meus seminários e cursos. (Promovi seminários em todo o mundo, para milhares de pessoas de cada vez.) Então pensei nos meus livros e em como muitas pessoas mudaram de vida por causa deles. Trocaram de emprego, se casaram, tiveram filhos ou saíram de relacionamentos infelizes ou tóxicos. Ouvi falar de muitas que abriram empresas. Algumas partiram do zero em seus empreendimentos e os transformaram em companhias de capital aberto. Também ouvi falar de outras que não ficaram fabulosamente ricas, mas se sentiam ricas – e muito felizes, independentemente do que seu extrato bancário informava. Sem o estresse relacionado ao dinheiro, sentiam-se livres para levar uma nova vida. Ainda que eu seja frequentemente chamado de “guru do dinheiro” ou “médico do dinheiro”, meu verdadeiro trabalho na última década – como percebi enquanto estava ali parado, olhando para minha carteira – havia sido ajudar os outros a encontrar as ferramentas que já possuíam dentro deles para curar a própria vida e sua relação com o dinheiro. Então me ocorreu que, sim, todas as pessoas que tinham me dado seu dinheiro o haviam impregnado de sentimentos de gratidão e alegria – uma quantidade enorme de energia feliz. Todo aquele dinheiro sorridente na minha carteira estava ali por causa dos outros. Claro! Claro que dinheiro é energia! Comecei, então, a observar meus sentimentos e a energia que repasso aos outros quando uso dinheiro.

Permaneci parado por alguns segundos e percebi: Nosso dinheiro guarda um mundo de emoções! Muitos caminham com toda essa energia e ela causa impacto não somente em nós mesmos, mas também nos outros. Gostamos de pensar que o dinheiro é apenas uma cifra ou um pedaço de papel, mas ele é muito mais do que isso e carrega mais emoções do que imaginamos. Mesmo quando temos consciência disso – como ao nos sentirmos estressados com as intermináveis pilhas de contas, o salário baixo ou a ausência de economias para o futuro –, muitas vezes nos sentimos impotentes. Sentimo-nos desesperançados e derrotados. Ficamos até ressentidos e com inveja de outras pessoas que têm mais do que nós. Há quem desista de tentar merecer mais ou ganhar mais. Em vez disso, dizemos coisas do tipo: “É o que é, não podemos fazer nada a respeito!” Muitos pensam que o dinheiro é o inimigo, uma força sombria que nos impede de levar a vida que deveríamos ter ou de fazer as coisas que amamos. Poucos enxergam o potencial do dinheiro para trazer alegria, gratidão e felicidade – em especial quando nós o passamos adiante livremente e com a mesma energia positiva com a qual o recebemos.

Depois que minha nova amiga, a Misteriosa Mulher da Carteira, devolveu meu dinheiro, olhei para baixo e pensei nas cédulas que ela havia examinado. E isso me fez refletir: Existe tanto dinheiro no mundo! Existe tanto dinheiro por aí neste momento, espalhando felicidade e amor! Mas uma quantidade muito grande também está espalhando tristeza e medo.

Imaginei se poderia fazer alguma coisa para ajudar a distribuir amor, gratidão, alegria, prosperidade e paz. Imaginei como poderia espalhar o máximo possível de Dinheiro Feliz. E assim tive uma ideia, como havia acontecido tantos anos antes no parque com minha filha: escreveria um livro. Compartilharia essas ideias com os outros – com o maior número possível de pessoas. Este livro, Dinheiro Feliz, é a essência do que ensinei e aprendi com tantas pessoas. Tentarei ajudar você a responder às perguntas que me fizeram no decorrer dos anos:

• Como lidar com o dinheiro?

• Posso ter mais dinheiro sem fazer um sacrifício muito grande?

• Posso ter paz enquanto estou vivo?

• O que posso fazer para criar uma vida feliz, realizada, próspera e com propósito?

Essas perguntas serão respondidas neste livro. Assim como meus outros livros mudaram a vida de milhões de pessoas, este mudará a sua.

Espero que, com este livro, você passe a olhar sua vida de um modo totalmente diferente e transforme sua relação com o dinheiro. O comentário mais frequente que recebo dos meus leitores é: “Uau, isso é novo. Nunca pensei no dinheiro desse jeito.” Espero que você tenha o mesmo sentimento. Espero que este seja o começo da sua vida com Dinheiro Feliz.

Garanto que será uma vida empolgante.

INTRODUÇÃO

Dinheiro Feliz e Dinheiro Infeliz

Existem dois tipos de dinheiro: Dinheiro Feliz e Dinheiro Infeliz. O primeiro é aquele que um menino de 10 anos usa para comprar flores para a mãe no Dia das Mães. Dinheiro Feliz é quando, com prazer, os pais economizam um pouco a cada mês a fim de mandar os filhos para uma colônia de férias ou estudar piano. Existem muitas maneiras de transformar o velho dinheiro comum em Dinheiro Feliz:

• ajudando um parente a sair de uma dificuldade;

• mandando uma contribuição para pessoas afetadas por uma catástrofe natural;

• vendendo biscoitos para ajudar um albergue de pessoas sem teto;

• investindo numa empresa ou num projeto comunitário;

• recebendo pagamento de clientes satisfeitos em troca de um trabalho ou serviço.

Todo dinheiro que circula com amor, carinho e amizade é Dinheiro Feliz. O Dinheiro Feliz faz as pessoas sorrirem, se sentirem profundamente amadas e protegidas. Em muitos sentidos, é uma forma ativa de amor. Frequentemente o dinheiro pode ajudar os outros de uma forma que nada mais consegue. Quando alguém está passando por uma grande dificuldade, como ter perdido a casa em um incêndio, “pensamentos e orações” e “boas energias” só ajudam até certo ponto. Mas garanto que dinheiro auxiliará a família a se reerguer, comprar comida e obter um teto temporário. Só “boas energias” não resolvem o problema.

Por outro lado, Dinheiro Infeliz é aquele que você usa de má vontade para pagar seu aluguel, suas contas e seus impostos. Não precisamos forçar muito a imaginação. Todos já tivemos contato com Dinheiro Infeliz:

• pagando ou recebendo dinheiro como pensão alimentícia depois de um divórcio ruim;

• recebendo salário por um emprego que você detesta, mas não consegue largar;

• pagando de má vontade faturas de cartão de crédito com juros astronômicos;

• recebendo dinheiro de alguém que se ressente de ter que pagar – como um cliente insatisfeito que diz: “Você não merece, mas vou pagar só para honrar o contrato”;

• roubando – seja de quem for.

O dinheiro que circula com frustração, raiva, tristeza e desespero é Dinheiro Infeliz. Esse tipo deixa as pessoas estressadas, desesperadas, ofendidas, deprimidas e, às vezes, violentas. Priva- -as de sua dignidade, autoestima e gentileza. Sempre que você recebe ou gasta dinheiro com energia negativa, ele se torna Dinheiro Infeliz.

ESCOLHA O SEU FLUXO

Se existem dois tipos de dinheiro, então só existem dois modos de lidar com o dinheiro: num fluxo de Dinheiro Feliz ou de Dinheiro Infeliz. O fluxo que você escolher determinará os resultados da sua vida.

Deixe-me ser claro: não importa quanto você ganha ou tem; é a energia com a qual seu dinheiro é dado e recebido que define o Dinheiro Feliz ou Infeliz. O que você ganha, seja muito ou pouco, pode estar em qualquer fluxo. Em última instância, a escolha é sua.

Se quiser estar no fluxo do Dinheiro Feliz, você pode optar por se sentir agradecido quando recebe o dinheiro e pode passá- -lo adiante generosamente, com alegria e entusiasmo. No entanto, com base na minha experiência com milhares de indivíduos que me procuraram em palestras e cursos buscando conselhos sobre finanças, percebi que é mais fácil falar do que fazer. A maioria das pessoas não dá atenção ao fluxo do dinheiro. Na verdade, eu diria que a maioria, percebendo ou não, já está num relacionamento profundamente comprometido e infeliz com o próprio dinheiro.

E onde existe Dinheiro Infeliz existem pessoas infelizes. Gente infeliz e dinheiro infeliz andam de mãos dadas. Se a sua família e as pessoas em volta – na escola, no trabalho ou em grupos sociais – estão no fluxo do Dinheiro Infeliz, há boas chances de que você seja o receptor de algum dinheiro seriamente ressentido, ingrato ou sem alegria.

Como a maioria de nós não tem um relacionamento saudável com o dinheiro, passamos grande parte do nosso precioso tempo nos preocupando e brigando com ele. Alguns se ressentem do dinheiro e o consideram tão difícil de entender que nem querem pensar no assunto – jamais. Mesmo sabendo que precisarão lidar com dinheiro em algum momento, evitam isso a todo custo. Estamos tão cansados de nos preocuparmos com a falta dele que sobra pouca energia para qualquer outra coisa na vida. Somos pressionados pela necessidade de trabalhar, pagar as contas e equiparar nossa condição à dos vizinhos. Isso se torna tão esmagador que não pagamos as contas. Não contamos as notas que estão na carteira. Evitamos olhar os extratos bancários. E então nossos problemas, como se fossem juros, vão se multiplicando.

São poucas as pessoas que percebem quanta energia é necessária para pensar no dinheiro e como ele determina até mesmo nossas decisões mais básicas.

Quero que você pare um momento e pense. Seus amigos e sua família são muito diferentes em termos de recursos financeiros e de origem? Seu grupo de amigos está sempre no clube ou a maioria deles trabalha das nove às cinco? Seus amigos têm casas ou carros parecidos? Muitos de nós pensam que é acaso ou sorte conhecermos determinadas pessoas ou nos relacionarmos com elas, mas há boas chances de que o status socioeconômico determine muita coisa na nossa vida – gostemos disso ou não.

Portanto, sim, até certo ponto nossa vida é controlada pelo dinheiro. Quem somos, qual escola frequentamos, onde crescemos, de quem ficamos amigos, com quem fazemos conexões no mundo profissional e como optamos por ganhar e gastar dinheiro são questões que determinam muita coisa na nossa existência. E eu garanto: não só os pobres e a classe média são afetados pelo fluxo do dinheiro e podem dar e receber dinheiro impregnado de energia negativa. A classe média alta e os ricos também são influenciados pelo fluxo negativo do dinheiro. Muitos clientes meus, mesmo sendo mais ricos do que o lendário rei Midas, morrem de medo de perder o que têm. Não fazem ideia de como aproveitar o que conquistaram: vivem estressados, tentando implacavelmente manter-se no mesmo patamar que os vizinhos.

Claro, se o seu objetivo é ficar rico, você pode buscar isso. Porém, a maioria das pessoas percebe que ganhar uma fortuna não vai resolver todos os seus problemas. Na verdade, muitas sabem que nem precisam de muito para alcançar seus ideais. Pelo contrário: os que descobrem como mudar sua atitude e sua relação com o dinheiro, curando as feridas do passado ligadas a ele, parecem sentir-se mais ricos, independentemente de quanto possuem.

ENTÃO O QUE É O DINHEIRO?

Durante a segunda metade da minha carreira, me concentrei em curar as feridas relacionadas ao dinheiro. Quando as pessoas percebem quais são essas feridas, como surgiram e como afetam seu cotidiano, começam a traçar prioridades saudáveis. Se você curar a dor que associa ao dinheiro, sua situação financeira mudará completa e drasticamente. O seu dinheiro – e, portanto, a sua vida – reflete suas convicções sobre ele. Se você acredita que ele é abundante, que pode ser usado para o bem, ou ainda dado e recebido livremente, sua vida exterior refletirá essa mudança interna. Mas se você se apegar a mentalidades negativas e a falsas convicções sobre o dinheiro – que ele é ruim, que causa tragédias, que é a raiz de todo mal que acontece na vida  –, pode apostar que sua realidade exterior vai reproduzir esse monólogo interno.

PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS COM O DINHEIRO INFELIZ

Apesar de eu nunca ter pretendido virar um escritor que ajuda as pessoas a lidar com dinheiro, minha busca pelo Dinheiro Feliz começou quando eu era muito pequeno. Naquela época, o dinheiro tinha um impacto gigantesco na minha vida. Em muitos sentidos, as lições que aprendi na infância permanecem comigo até hoje.

Meu pai era contador, dono de um negócio bem-sucedido. Quando seus clientes apareciam, meu trabalho era recebê-los e servir chá. Eu me divertia fazendo perguntas que aqueles empresários bem-sucedidos jamais esperariam de um garoto de 8 anos. Muitos não sabiam como reagir quando eu começava a perguntar sobre os lucros daquele mês, os retornos sobre o capital investido, a taxa de participação ou os incentivos para acionistas. Era um passatempo divertido.

No início, alguns clientes do meu pai usavam roupas modestas. Num determinado momento, passei a notar que começavam a aparecer com ternos bons e sapatos caros. Muitos haviam trocado o carro. Observei que outros, no entanto, pareciam ir na direção oposta.

Mesmo entre os clientes que pareciam ricos, com o tempo ficou claro para meu eu de 8 anos que a maioria das pessoas podia ser dividida em dois grandes grupos: os irritados, apressados e ocupados, e os serenos, contentes e felizes.

Numa tarde, aconteceu algo que me deixou completamente chocado e jamais esqueci. Cheguei da escola e encontrei meu pai – que sempre havia sido estoico – chorando. Aquele era o homem que tinha me ensinado caratê e kendo. Tinha me ensinado a enfrentar os valentões e a proteger os mais frágeis. Não consegui pensar em nada que pudesse levá-lo a chorar, mas ali estava ele, num contraste nítido com seu jeito costumeiro, aparentemente desmoronando diante dos meus olhos

Minha mãe me puxou de lado e disse que meu pai se sentia responsável por uma tragédia. Um de seus clientes tinha assassinado toda a família e depois se matado. Alguns dias antes, meu pai lhe havia negado um empréstimo pelo qual o sujeito tinha implorado, em desespero. Ele se sentia culpado.

Mais tarde fiquei sabendo que, apesar de inicialmente ter recusado, meu pai pretendia emprestar o dinheiro, numa data posterior. Queria ajudar a família do cliente a se recuperar de uma situação financeira ruim, mas desejava impedir que o dinheiro caísse diretamente nos bolsos de agiotas, que lucrariam com o sofrimento daquelas pessoas.

Com o coração pesado, meu pai organizou o enterro. As consequências de seu ato jamais abandonaram sua mente e ele caiu num período de depressão sombria. Começou a abusar do álcool. Nunca se recuperou totalmente. Seu sorriso desapareceu, e o da nossa família também. Foi devastador.

Até então eu nunca havia olhado o dinheiro com sentimentos que não fossem positivos. As crianças não associam inerentemente dinheiro a medo. Pela primeira vez percebi que podia trazer muito mais do que sucesso e felicidade: bastava um erro e você podia perder toda a família. Essa lembrança deixou em mim uma impressão nítida das consequências funestas do dinheiro.

Nesse dia decidi que, quando crescesse e me casasse, buscaria segurança financeira, de modo que minha família jamais tivesse um destino parecido.

Embora eu fosse jovem demais para ter plena consciência disso, esse evento impactou toda a minha visão sobre o dinheiro. De que adiantava minha família estar confortável financeiramente, se as pessoas ao redor passavam por tantas dificuldades? Afinal de contas, somos sempre afetados e influenciados pelos mais próximos.

Resolvi buscar o significado do dinheiro. Qual era o propósito dele? Alguns anos depois, observei uma espécie de fenômeno. O Japão passava então pelo que mais tarde seria chamado de “economia da bolha”. Voltei a testemunhar diretamente a relação das pessoas com o dinheiro – o que acontecia quando elas tinham muito e, de repente, perdiam tudo.

Na faculdade, procurei professores qualificados que pudessem me ensinar sobre negócios e dinheiro. Outra vez reconheci uma dicotomia – havia dois tipos de pessoas ricas: as felizes e as infelizes. As felizes pareciam ter um excelente relacionamento com a família e todas amavam seu trabalho. Além disso, eram muito respeitadas por seus funcionários e clientes e estavam dispostas a tirar a roupa do corpo para dar a quem precisasse. Por outro lado, observei, os ricos infelizes pensavam em quanto dinheiro a mais poderiam ganhar e em como aumentar sua fortuna. Só conseguiam pensar em criar novas empresas e em se aproveitar das outras pessoas sem infringir leis. Eram os clássicos picaretas de duas caras: costumavam tratar mal os empregados e eram grosseiros com garçons e motoristas, mas se comportavam bem com quem podia lhes dar dinheiro ou ajudá-los a progredir.

O que fazia com que os dois tipos fossem tão diferentes?

Eu sabia que devia existir um motivo por trás de cada comportamento. Também devia existir algum tipo de fórmula, algo que explicasse aquilo. Por que algumas pessoas que tinham dinheiro eram felizes e generosas e outras não?

Eu mal sabia que estava começando uma eterna busca pelo Dinheiro Feliz.

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Ken Honda

Sobre o autor

Ken Honda

KEN HONDA fez fortuna como consultor e investidor no Japão. Aos 29 anos, durante uma pausa nos negócios para cuidar da filha recém-nascida, escreveu 8 passos para a felicidade & prosperidade, distribuído gratuitamente. Na base do boca a boca, chegou a mais de 1 milhão de leitores, o que lhe rendeu o convite de uma editora para escrever sobre os princípios zen aplicados ao dinheiro. Desde então, o “Milionário Zen”, como é conhecido, já vendeu mais de 7 milhões de livros. Atualmente vive em Tóquio.

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