Olá
É bom se sentir inspirado. Mas é incrível se sentir inspirado pelo próprio trabalho.
Essa ideia é a essência da visão que adotei para a vida: construir um mundo no qual as pessoas acordem todas as manhãs inspiradas para ir ao trabalho, sintam-se seguras enquanto desempenham suas funções e voltem para casa realizadas pelo que fizeram.
Não será fácil criar esse mundo, e isso não acontecerá dentro de um ou dois anos. Porém, se nos comprometermos a trabalhar em conjunto, se cada um fizer a sua parte para se aproximar dessa visão compartilhada, poderemos construir o mundo que imaginamos.
É essa jornada que espero registrar neste livro.
Esta é a história de três amigos que moram num lugar bom. Não é maravilhoso – apenas bom. Embora tenham momentos felizes no parquinho, eles, como todas as crianças, vivem com medo do “rei do parquinho”, que se importa apenas consigo e com sua posição, e que lidera pelo medo. Como consequência, os outros garotos não falam nada, temendo chamar a atenção.
Essa história é uma metáfora.
O parquinho representa as organizações para as quais trabalhamos, especialmente aquelas com ambiente tóxico. O rei do parquinho representa o chefe ou a empresa que parece se importar mais com números do que com as pessoas, que comanda pela intimidação ou apenas não faz ideia de como criar um lugar que inspire os funcionários todos os dias (ou talvez nem se importe com isso). Essa é a política corporativa que muitos de nós vivenciamos no dia a dia do ambiente de trabalho. Vamos para um local onde fofocar, colocar a culpa nos outros e cuidar dos próprios interesses triunfam sobre a visão compartilhada, a confiança e a cooperação.
E, como as crianças no parquinho, muitos de nós suportamos essa situação. “É um bom emprego”, respondemos quando nos perguntam se gostamos do trabalho. Não é maravilhoso – apenas bom. Alguns sonham em pedir demissão ou encontrar algo melhor. Outros toleram esse ambiente, racionalizando que há contas a pagar ou bocas para alimentar. Seria possível mudar essa situação?
Os três amigos, nossos heróis, são arquétipos que nos representam. Em vários momentos de nossa carreira fomos cada um deles. As crianças sonham em deixar o parquinho da mesma forma que sonhamos com um lugar diferente ou melhor para trabalhar. E mesmo que consigam sair do parquinho – mesmo que larguemos o emprego em busca de algo melhor –, a dúvida é: para onde vamos e como chegaremos lá?