Você já ficou intrigado pensando no que faz com que um produto, um serviço ou mesmo atitudes virem moda da noite para o dia? Já imaginou que tipo de mudança faz, por exemplo, com que livros desconhecidos se transformem em best-sellers? Ou o que explica o aumento do consumo de cigarros entre os adolescentes, apesar da campanha antitabagista?
Neste livro − que já vendeu 5 milhões de exemplares em todo o mundo e está há mais de 200 semanas a lista de best-sellers do New York Times − Malcolm Gladwell apresenta uma maneira instigante e original de entender fenômenos sociais desse tipo: vê-los como epidemias.
“Idéias, produtos, mensagens e comportamentos se espalham como vírus”, diz o autor. E o momento decisivo em que essas novidades se alastram − ou se acabam − é o que ele chama de o Ponto da Virada. Esse instante crítico surge com mudanças que, embora pequenas, surtem um efeito extraordinário.
Mas nem sempre as novidades contagiantes são benéficas. Basta pensar na epidemia de suicídios que arrebatou adolescentes da Micronésia por uma década depois que um jovem rico e carismático tirou a própria vida.
Partindo dessa tremenda influência que sofremos do meio, Gladwell pergunta: por que então algumas epidemias que poderiam ser “boas” não emplacam, como é o caso da campanha antitabagista entre os jovens?
Sua reposta é que as pessoas podem transformar radicalmente seus comportamentos ou suas crenças desde que estejam diante do estímulo certo. E aqui ele nos mostra como identificar e até construir esses estímulos.
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Neste livro, você verá que, ao contrário do que estamos habituados a pensar, nossa maneira de ser e agir não é algo orientado unicamente por nossos genes. Sofremos uma influência extrema do meio em que vivemos e da personalidade e do comportamento das pessoas que nos cercam.
Em grande parte, é graças a isso, segundo Malcolm Gladwell, que se propagam os fenômenos que ele chama de epidemias sociais. O Ponto da Virada, explica o autor, é justamente o momento em que pequenas mudanças entram em ebulição, fazendo com que a trajetória de uma tendência ou de um comportamento dê uma guinada e se alastre. Ou se acabe.
Desempenhando um papel essencial nessas epidemias estão três tipos interessantes: os Experts − indivíduos que atuam como “bancos de dados”, fornecendo a mensagem −, os Comunicadores − ou “cola social”, aqueles que espalham a informação − e os Vendedores − pessoas capazes de nos convencer quando não acreditamos no que estamos ouvindo.
Gladwell nos apresenta ainda a outros dois elementos fundamentais nesse processo. Um deles é o Fator de Fixação − aquilo que evita que a mensagem entre por um ouvido e saia pelo outro, garantindo a assimilação de uma mudança ou inovação. O segundo é o Poder do Contexto − as fortes influências que o tempo e o ambiente exercem sobre nós.
O objetivo de toda essa reflexão, afirma o autor, é, em suma, responder a duas perguntas: “Por que alguns comportamentos, produtos e idéias deflagram epidemias e outros não? E o que podemos fazer intencionalmente para desencadear e controlar as nossas próprias epidemias positivas?”
Gladwell responde às duas questões dizendo basicamente o seguinte: o mundo, por mais que queiramos, não corresponde àquilo que a nossa intuição nos diz. As pessoas que têm sucesso na criação de uma epidemia social testam sua forma de ver as coisas e a adaptam para que a inovação possa ser assimilada e disseminada.
“Quando procuramos fazer com que uma ideia, uma atitude ou um produto alcance o Ponto da Virada, estamos tentando mudar o nosso público em algum aspecto, pequeno porém crítico: pretendemos contaminá-lo, arrebatá-lo com nossa epidemia, fazer com que passe da hostilidade para a aceitação”, conclui ele.