Por dentro da mente de Warren Buffett | Sextante

Por dentro da mente de Warren Buffett

Robert G. Hagstrom

“Este livro contextualiza os princípios e o raciocínio do investidor mais inteligente da nossa era. É uma obra-prima.” – Lawrence Cunningham, organizador de As cartas de Warren Buffett

Este não é um método de investimento, mas uma forma de pensar sobre como ganhar dinheiro.

 

Neste livro, o gestor de capitais Robert Hagstrom mergulha na sabedoria de Warren Buffett para revelar as ideias e atitudes que compõem o que o megainvestidor chama de “Mente Monetária”.

Uma Mente Monetária é um modo de pensar sobre grandes questões de finanças – como alocação de capital – e, ao mesmo tempo, um mindset que contempla o aprendizado contínuo, a adaptação e a capacidade de não se deixar levar pelos ruídos do mercado.

Para atingir esse elevado estado mental nos investimentos, o autor nos convida a um passeio pela filosofia, mostrando o papel do estoicismo, do racionalismo e do pragmatismo nas inteligentes decisões de negócio de Buffett.

Ele também explica como evoluiu o investimento em valor e traça paralelos com a arte e o esporte, revelando conexões surpreendentes e plenas de sentido.

Este é um guia para entender os princípios da Mente Monetária de Warren Buffett e investir com sucesso em mercados cada vez mais imprevisíveis.

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Ficha técnica
Lançamento 13/09/2022
Título original Warren Buffett: Inside The Ultimate Money Mind
Tradução George Schlesinger
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 256
Peso 300 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-448-7
EAN 9786555644487
Preço R$ 59,90
Ficha técnica e-book
eISBN 978-65-5564-449-4
Preço R$ 34,99
Lançamento 13/09/2022
Título original Warren Buffett: Inside The Ultimate Money Mind
Tradução George Schlesinger
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 256
Peso 300 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-448-7
EAN 9786555644487
Preço R$ 59,90

E-book

eISBN 978-65-5564-449-4
Preço R$ 34,99

Leia um trecho do livro

Prólogo

 

Omaha, Nebraska, 6 de maio de 2017.

É o primeiro sábado de maio, e para aqueles que seguem Warren Buffett isso significa apenas uma coisa: é o dia da reunião anual dos acionistas da Berkshire Hathaway. Não existe nada semelhante no mundo dos investimentos.

Durante cinco horas seguidas (sem contar o intervalo para o almoço), Warren e Charlie Munger, respectivamente presidente e vice-presidente da Berkshire Hathaway, respondem a perguntas dos acionistas, da mídia especializada e dos analistas. Nenhuma questão é submetida a aprovação prévia, e todas são esclarecidas com franqueza, entusiasmo e a gentil perspicácia que é marca registrada dos dois investidores. Na mesa de centro, há apenas copos com água, latas de Coca-Cola, doces e amendoins da See’s e dois microfones – nada anotado, somente dois homens contentes em expor suas ideias. Cerca de 30 mil pessoas absorvem cada palavra. E eu sou uma delas.

Mais cedo naquela manhã, fui de carro do meu hotel para o local do evento, o Century Link Center, no centro de Omaha. O estacionamento estava quase lotado. Acionistas da Berkshire ocupavam a arena de 20 mil lugares, e milhares circulavam pelos salões que cercam o lugar. Muitos chegaram às quatro da manhã, esperando que as portas se abrissem às sete horas. Uma vez lá dentro, os mais afoitos buscavam ocupar as fileiras próximas aos 11 microfones distribuídos pela arena e pelos salões. Com sorte, as pessoas sentadas nesses assentos teriam a chance de fazer a sua pergunta.

Houve um tempo em que eu teria estado na fila de madrugada. Mas já fazia alguns anos que tinha deixado de acordar tão cedo, e com toda a certeza estava velho demais para correr até o grande saguão, subir a escada rolante e depois rumar às pressas para a arena a fim de garantir um dos assentos tão cobiçados. Minha rotina agora era mais relaxada.

Uma vez lá dentro, passei o tempo circulando pelo amplo espaço de exposições, onde havia estandes exibindo todos os negócios que a Berkshire possui. É como o interior de um shopping. Pode-se parar para beliscar um doce da See’s ou sorvetes Dairy Queen, e tomar uma Coca-Cola. É possível examinar casas modulares, barcos e veículos recreativos ou apreciar as novas cores das tintas Benjamin Moore e o último modelo dos aspiradores de pó Kirby. É possível até mesmo contratar um seguro Geico.

Perto das 8h30, dirigi-me ao segundo andar e entrei no Grande Salão B, onde costumo me acomodar. Milhares de cadeiras estão divididas em duas seções. Diante de cada uma há uma tela gigante que, em breve, exibirá o tradicional filme da Berkshire Hathaway, antes da transmissão ao vivo com Warren e Charlie. Instalo-me na última fila do lado direito, me alongo confortavelmente e dou um sorriso.

Até aqui tudo parece perfeitamente normal. Não há o menor indício de que na reunião de hoje acontecerá algo extraordinário, ao menos para mim.

O formato para o momento das perguntas e respostas já é bem conhecido de todos. De um lado da mesa principal, onde Warren e Charlie estão sentados, há uma cabine reservada para três jornalistas – Carol Loomis, da Fortune; Becky Quick, da CNBC; e Andrew Ross Sorkin, do The New York Times. Eles apresentarão questões enviadas por seus leitores e espectadores. Do outro lado, uma área reservada a analistas econômicos: Jonathan Brandt, analista de pesquisa da Ruane, Cunniff & Goldfarb; Jay Gelb, do Barclays; e Greg Warren, analista sênior da Morningstar. E, próximo dos 11 microfones, dezenas de acionistas tensos estão ensaiando mentalmente suas perguntas.

Warren atua como mestre de cerimônias: chama primeiro um dos jornalistas, depois um dos analistas, e então alguém do público, depois volta aos jornalistas para a rodada seguinte.

A sessão matinal começa como de hábito: uma pergunta sobre caminhões autônomos, sem motorista, e a ameaça que podem representar para a Ferrovia BNSF ou para a Geico. Outra sobre o acordo de resseguros da Berkshire com o American International Group, e ainda uma discussão sobre ações da área de tecnologia, incluindo IBM, Apple, Google e Amazon. Warren é indagado a respeito da natureza competitiva da indústria de linhas aéreas, da Coca-Cola e da Kraft Heinz.

Então, perto do fim da sessão matutina, um acionista na cabine 9 faz a 28a pergunta, dirigida tanto a Warren quanto a Charlie. “Vocês dois evitaram muitos erros na alocação de capitais rebatendo ideias um do outro. Isso vai continuar no futuro da Berkshire?” Embora na superfície seja uma pergunta sobre alocação de capitais, é claramente direcionada a sucessão e quem tomará decisões no futuro.

Warren responde primeiro. “Qualquer pessoa que venha a nos suceder na Berkshire precisará comprovar habilidades na alocação de capital. Esse é o aspecto mais importante que o conselho irá considerar.” Ele ressalta que os principais executivos de muitas grandes companhias têm variados históricos profissionais, inclusive de vendas, jurídico ou de produção. Mas, uma vez alçados a um papel de liderança, precisam ser capazes de decidir sobre alocação de capital. “A Berkshire não teria bons resultados se essa posição fosse entregue a alguém com múltiplas habilidades em outras áreas, mas incapaz de alocar bem o capital.”

E o que ele disse a seguir fez com que eu me endireitasse na cadeira. Warren começa: “Venho me referindo a isso como ‘ter uma Mente Monetária’. As pessoas podem ter QI de 120 ou 140, ou seja lá quanto for. Podem ser boas em certos aspectos e realizar atividades e tarefas inatingíveis para a maioria dos mortais. Mas também já conheci gente muito brilhante que não tem uma Mente Monetária e é incapaz de tomar decisões inteligentes. Não têm esse talento [para a alocação de capitais]. Então, queremos e esperamos, sim, alguém que tenha muito talento. Mas certamente precisará ter Mente Monetária.”

Uma Mente Monetária. Eu nunca tinha ouvido Warren dizer essas palavras antes. Naquele momento, soube que, após tantos anos estudando Warren Buffett, eu só tinha entendido metade do que deveria.

 

• • •

 

A primeira vez que ouvi falar de Warren Buffett foi em julho de 1984, quando eu estava em treinamento para ser operador numa corretora. Parte do trabalho incluía a leitura do relatório anual da Berkshire Hathaway. Como tantos outros, fiquei imediatamente impressionado com a clareza dos escritos de Warren. E, o mais importante, estarrecido com sua forma sensível de apresentar a ideia de que possuir uma ação equivalia a ser dono de um negócio. Como tinha feito o curso básico em artes liberais* na faculdade, não estudei finanças nem contabilidade, de modo que não foi fácil compreender ações a partir de fileiras de números em planilhas de balanço e declarações de renda. Mas quando Warren explicou que era preciso pensar nas ações como frações de empresas que vendem produtos a consumidores, de repente tudo fez sentido.

Quando recebi meu certificado de operador e comecei a trabalhar, sabia exatamente o que iria fazer: investir o dinheiro dos meus clientes na Berkshire Hathaway e nas ações que ela comprava para sua própria carteira. Escrevi para a Comissão de Valores pedindo todos os relatórios anuais da Berkshire Hathaway e das empresas públicas que ela possuía. Ao longo dos anos, colecionei todos os artigos de jornais e revistas escritos sobre Warren e a Berkshire. Eu era como um garoto que queria saber tudo sobre seu jogador preferido.

Nunca conheci ninguém que discordasse dos princípios de investimento de Warren, transformados em dogmas em meu livro O jeito Warren Buffett de investir: Os segredos do maior investidor do mundo. E quando perguntava a um cliente se ele gostaria de investir da mesma maneira, a resposta era quase sempre “Sim, sem dúvida!”. Mas, com o tempo, descobri que alguns que haviam optado por seguir os conselhos de Warren estavam em dificuldades. A lacuna entre saber por que você possui uma ação e ter a estrutura emocional para suportar as reviravoltas do mercado podia ser grande demais. Entendi que havia uma diferença enorme entre conhecer o caminho e percorrê-lo.

Mas naquele sábado, cerca de trinta anos depois, finalmente compreendi que o necessário para ajudar as pessoas a investir com sucesso tinha menos a ver com regras e muito mais com a mentalidade correta. Embora tanto Ben Graham quanto Warren tenham escrito durante anos sobre a importância do temperamento do investidor, eu tinha deixado essa ideia de lado e preferido empenhar meus esforços em descobrir o valor de uma ação. Quanto mais difícil era para as pessoas investir no mercado de ações, mais eu fazia contas. Então, naquela manhã, finalmente percebi que eu havia desconsiderado o conselho mais importante.

 

• • •

 

O que significa ter uma Mente Monetária? Explorar essa pergunta, e todas as suas ramificações, é o objetivo deste livro. Começaremos pelo começo, resgatando alguns dos primeiros influenciadores de Warren, nomes que talvez surpreendam você. Aos 11 anos, quase uma década antes de ler O investidor inteligente, de Benjamin Graham, Warren ficou intrigado com um livro que achou na biblioteca pública local. One Thousand Ways to Make $1.000: Practical Suggestions, Based on Actual Experience, for Starting a Business of Your Own and Making Money in Your Spare Time (Mil maneiras de ganhar 1 mil dólares: Sugestões práticas, baseadas na experiência, para começar seu próprio negócio e ganhar dinheiro no seu tempo livre), de F. C. Minaker, ajudou a formar suas primeiras ideias sobre uma Mente Monetária. Outro crédito precisa ser dado ao pai de Warren, cujo papel em moldar sua filosofia de investimentos não tem sido abordado com frequência. Sabemos que o jovem Warren estudou tudo que caiu em suas mãos sobre finanças e investimentos, mas também começou a incorporar os princípios do racionalismo e pragmatismo, dois preceitos cruciais para uma verdadeira Mente Monetária.

Após adquirir os elementos básicos de uma Mente Monetária, como Warren empregou essa mentalidade para navegar com sucesso pelo cenário de investimentos nos últimos 65 anos? Vamos explorar as maneiras como outras pessoas podem fazer o mesmo. E, o mais importante, mostraremos como é possível administrar da melhor forma a sua carteira de investimentos nesse mundo novo, acelerado e midiático. Por fim, explicaremos por que os investidores que buscam e adquirem uma Mente Monetária terão uma chance muito maior de sucesso.

Quero ser bem claro aqui. Este é um livro inteiramente novo. Não é uma nova edição do meu primeiro livro, O jeito Warren Buffett de investir. Não é uma atualização da segunda edição que, dez anos depois, combina o Investment Strategies of the World’s Greatest Investor (Estratégias de investimento do maior investidor do mundo) com a abordagem de gestão de portfólios delineada em The Warren Buffett Portfolio: Mastering the Power of the Focus Investment Strategy (O Portfólio de Warren Buffet: Dominando o poder da estratégia de investimentos focados). Tampouco é semelhante à terceira edição, que acrescentou um manual de investimentos com oito capítulos, contendo perguntas, respostas e explicações destinadas a avaliar a compreensão da abordagem traçada por Warren Buffett. Este não é um livro sobre um método. É um livro para pensar.

 

• • •

 

Mente Monetária. Preciso como sempre, Warren nos deu um nome memorável para uma noção complexa. Essa expressão fácil de ser lembrada descreve, em um primeiro nível, uma forma de pensar sobre importantes questões financeiras, como alocação de capitais. Em outro, sintetiza uma mentalidade geral para o moderno mundo dos negócios. Ela identifica alguém que assumiu o compromisso de descobrir, ampliar seus conhecimentos e ignorar tudo o que for irrelevante. Numa esfera ainda mais profunda, mostra que as concepções filosóficas e éticas engendradas por quem adquire uma Mente Monetária fazem com que essa pessoa provavelmente tenha sucesso em muitos aspectos da vida – inclusive ao investir. A ideia de uma Mente Monetária é poderosa. Precisamos aprender mais a respeito dela.

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Robert G. Hagstrom

Sobre o autor

Robert G. Hagstrom

ROBERT HAGSTROM é líder de investimentos na EquityCompass e gestor sênior do Global Leaders Portfolio. Já escreveu dez livros, entre eles O jeito Warren Buffett de investir (Editora Benvirá).

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Tudo sobre as ideias e as estratégias do megainvestidor Warren Buffett

Considerado o maior investidor de todos os tempos, Warren Buffett é uma lenda viva de Wall Street, com uma fortuna estimada em US$ 94,4 bilhões (dados de 2022), ocupando a sétima posição entre os homens mais ricos do mundo.

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