PREFÁCIO
Ao longo das últimas duas décadas, eu me esforcei, de todas as formas possíveis, para me tornar um ser humano melhor, com alto desempenho. No começo, isso significava fazer as coisas que deveriam funcionar num lugar como o Vale do Silício. Trabalhar mais, estudar, superar, ficar acordado até tarde, fazer um MBA numa Ivy League, ganhar milhões antes de completar 27 anos. Infelizmente, fiquei exausto e infeliz – além de muito zangado, com uma raiva que eu nem percebia na maior parte do tempo.
Gastei mais de 1 milhão de dólares melhorando minha biologia em todos os níveis, desde o nível subcelular até os níveis espirituais mais elevados que pude encontrar. Ao longo do caminho, criei o campo moderno do biohacking: a arte e a ciência de mudar o ambiente dentro e fora do nosso corpo para que tenhamos controle total de nossa própria biologia.
Isso me levou a criar a Bulletproof, minha empresa dedicada ao desempenho humano (e a colocar manteiga no café), que serviu cerca de 200 milhões de xícaras de café para melhorar o cérebro. Escrevi best-sellers sobre a ciência do cérebro, entrevistei centenas de pesquisadores da consciência e da biologia na Bulletproof Radio, meu podcast agraciado com o prêmio Webby, e abri um centro de neurociência para aperfeiçoar o cérebro humano.
Em sua essência mais profunda, as coisas que motivaram esse aprendizado e essas conquistas – e o tecido conjuntivo por trás de todas as formas de biohacking e crescimento pessoal – estão aqui, neste livro.
No início do meu caminho, comecei superando os limites do que eu havia aprendido como hacker de computador. Fui a médicos e psicólogos e esgotei todas as coisas que deveriam funcionar para me dar mais energia e saúde.
Acabei mais bem-sucedido, mas continuava irritado sem motivo aparente, cansado e não estava mais feliz. Um dia, um engenheiro da Índia com quem trabalhei numa startup me contou sobre um novo tipo de meditação do qual eu poderia gostar. Achando que valia a pena tentar, eu fui. Havia flores, velas, e cheguei com a mente cética de um hacker. Embora houvesse algo valioso balançando bem na minha frente durante o curso, eu rejeitei tudo por causa dos meus preconceitos ocidentais.
Redescobri essa meditação dois anos depois, quando o CEO da startup disse: “Dave, venha participar desse treinamento de meditação para executivos na casa de um dos principais executivos da Intel.” Quem nega um convite desses do chefe? Então passei um fim de semana aprendendo o que as ferramentas da tradição védica, especificamente o Happiness Program da Arte de Viver, poderiam fazer por mim. Como resultado desse fim de semana, acrescentei esses exercícios à minha “pilha” de hábitos de alto desempenho e os pratiquei diariamente por mais de cinco anos.
Às 7 horas da manhã, todos os sábados, eu me encontrava com uma dezena de outros executivos para fazer os exercícios védicos de respiração e meditação. Meu amigo Prabakar, um conhecido CTO, expressou da melhor forma: “Não consigo explicar por que respirar num grupo como esse funciona, mas é como tomar um banho mental para a semana. Eu fico mais legal no trabalho.”
Aqueles exercícios de respiração e meditação foram minha introdução à vasta ciência do gerenciamento de energia registrada nos antigos ensinamentos da tradição védica. Como você aprenderá neste livro, a sabedoria do vedanta vai muito além das práticas diárias de desempenho e alívio do estresse. As poderosas técnicas de meditação e respiração que aprendi mal arranham a superfície do que está neste livro. Aqui você encontrará um sistema abrangente para o aprimoramento físico e mental e para a prosperidade humana.
Você pode até considerar a tradição védica, como é dito no livro, um tipo de “biohacking antigo”. Embora a tecnologia e o entendimento de nossa própria biologia tenham avançado por saltos quânticos desde a época dos Vedas, esses antigos princípios e técnicas milenares ainda são incomparáveis em termos de sabedoria e das ferramentas que oferecem para melhorar a mente, o corpo e o espírito.
O livro que você tem nas mãos contém a essência do que você pode aprender depois de anos estudando muitas tradições orientais diferentes. Mas o ganho mais precioso que você obterá com esta leitura é o conhecimento de que a resistência e as lutas mentais inconscientes tornam tudo o que você faz mais difícil do que precisa ser. Com muita sabedoria e senso de humor, Rajshree Patel o ajudará a entender como a sua “máquina chamada mente” está criando problemas na sua vida – e como desligar a mente agitada para ativar o seu verdadeiro poder.
O que descobri depois de anos de biohacking e o que este livro descreve com grande clareza é que a mente e a energia são dois lados da mesma moeda. Quando você gerencia efetivamente a própria mente, seus níveis de energia vão lá no alto. E quando você mantém seus níveis de energia altos, seu desempenho mental – que inclui pensamentos, emoções, consciência e sua forma de ver as coisas – melhora naturalmente. Sua mentalidade passa da resistência e da luta para a aceitação, a gratidão e a força. Esse círculo virtuoso é um dos maiores segredos para o alto desempenho, e neste livro você aprenderá a dominar essa abordagem de duas frentes para se destacar e prosperar.
Você é um ser de poder e potencial infinitos. Desbloquear esse potencial não tem a ver com autoaperfeiçoamento ou autoajuda. Em vez disso, como Patel escreve, trata-se de autoconsciência. Trata-se de se elevar da “mente pequena” do pensamento condicionado, das emoções ligadas ao passado e ao futuro e das mentalidades limitadas para o que o vedanta chama de “Grande Mente”, de inteligência, amor e potencialidade ilimitados.
Ao contemplar e aplicar o precioso conhecimento destas páginas, você aprenderá a tornar tudo na sua vida mais fácil do que você possa imaginar. Relacionamentos. Emprego. Família. Criatividade. Felicidade. Talvez até fazendo algo mais inovador do que você jamais imaginou ser possível. Isso não surge do trabalho duro ou de mais esforço. Isso vem de abraçar o poder que é seu de direito: a energia da própria vida, o poder que lhe deu vida e que o mantém vivo. Essa energia é a força vital.
Convido você a mergulhar nestas páginas com a mente aberta para aprender como é bom quando as coisas em sua vida acontecem com facilidade e entusiasmo.
Dave Asprey
Fundador e CEO da Bulletproof
e autor de Vire o jogo!, da lista dos mais vendidos do The New York Times
INTRODUÇÃO
A minha história e a sua jornada
A grande paixão que guia a minha vida tem sido o mistério de uma única pergunta: Quem sou eu?
Ainda criança, eu refletia sobre o que fazia as pessoas passarem pelas mesmas circunstâncias de formas completamente diferentes. Suponho que eu tenha chegado a essa pergunta ao observar a dura realidade da Índia rural, vendo muitos que iam dormir com fome regularmente – inclusive eu mesma – mais tarde prosperarem em suas vidas, enquanto outros que aparentemente tinham tudo viviam em um estado de constante dificuldade. Eu me perguntava: O que há em nós que determina a qualidade da nossa vida?
Passei os últimos 30 anos viajando ao redor do mundo, trabalhando no campo do potencial humano como professora, palestrante e coach. Venho explorando de forma prática e experimental o mistério do Ser, tanto na minha vida pessoal quanto com outras pessoas. Essa simples pergunta – Quem sou eu? – transformou não apenas meu dia a dia, minha carreira e meus relacionamentos, mas também milhares de vidas ao redor do mundo, de presidentes de empresas da Fortune 500 a donas de casa, estudantes, atores, artistas e veteranos de guerra. Vi muita gente descobrir quem realmente é e, assim, acessar sem esforço seu potencial mais profundo, seu poder e sua presença para prosperar em um nível físico, mental, emocional e espiritual. Por isto escrevi este livro: para compartilhar com você a sabedoria e as ferramentas que se provaram inestimáveis para mim e muitos outros ao longo desta jornada do Ser.
Uma das primeiras coisas que constatei ao longo desta jornada é que contaram uma grande mentira a todos nós. Nossos pais, professores e a sociedade como um todo, de forma consciente ou não, nos fizeram cair na maior conversa fiada que se pode imaginar. Eles nos disseram que temos que nos esforçar, trabalhar duro e pensar muito para fazer ou conquistar qualquer coisa grandiosa em nossas vidas.
O que nós aprendemos ao longo desses anos é que ser verdadeiramente feliz, conectado, dinâmico e próspero tem muito pouco a ver com pensar muito ou trabalhar duro. Olhe ao redor e veja! A maior parte das pessoas que alcançam o verdadeiro sucesso na vida (e eu estou falando sobre a vida, não apenas sobre trabalho) não está se matando, batalhando dia e noite, nem desperdiçando o próprio tempo traçando estratégias para chegar ao topo. O que elas criaram e o modo como vivem não é apenas – e talvez nem um pouco – produto do trabalho duro. É algo mais, algo muito maior que o esforço no nível físico e mental.
O que é esse algo mais? É uma certa qualidade mágica, um magnetismo indescritível que sentimos na presença daqueles que são realmente bem-sucedidos por dentro e por fora, daqueles que são vibrantes, vivos e dinâmicos. Podemos descrever isso como um “algo mais”, uma dose de audácia ou apenas energia. É a habilidade de ir atrás do que quer que seja sem hesitação ou dúvida, com clareza total e uma mente afirmativa. Isso não é algo que vem de fora. É algo com que você e todos nós já nascemos. Quando éramos crianças, todos nós tínhamos essa presença interior, esse poder, essa vivacidade. Você não precisa conquistá-la; você só precisa recuperá-la.
O segredo para prosperar não é trabalho duro ou pensamento estratégico. É o poder natural da própria vida – a vida que você tem desde que nasceu. É a energia e a inteligência que estão ao redor e penetram cada partícula da nossa existência. É quem somos e o que somos. Simplesmente temos que conhecê-las e nos apropriar delas. Isso basta para que trabalhem conosco e para nós.
A intenção deste livro é empoderar você na sua jornada para recuperar esse poder. Meu desejo é que ele lhe ofereça orientação e um apoio valioso em seu caminho de autodescoberta, em sua jornada para se aproximar cada vez mais da perfeição que está dentro de você.
∼
Quando eu era jovem, comecei a me perguntar quem sou eu em relação à minha identidade cultural. Nascida em Uganda e criada entre a Índia rural e a cidade de Nova York, eu era uma imigrante americana de primeira geração. Quem sou eu, indiana ou americana? Depois passei a me perguntar quem sou eu como mulher: Quem sou eu como filha, irmã, esposa em potencial? Após me formar em direito, eu me perguntava: Quem sou eu como advogada? Sou uma promotora ou uma advogada de defesa? A pergunta me levava para dentro: Sou apenas o meu corpo? Sou os meus pensamentos? Ou sou algo que está além disso?
Na minha juventude, essa pergunta era um fardo para mim, porque parecia que eu estava presa entre duas identidades culturais. Eu não me encaixava em nenhuma delas. Por um lado, fui criada nos Estados Unidos, onde aprendi que podia escolher meu próprio companheiro a qualquer momento (e só se quisesse um); por outro lado, minha criação indiana dizia que se casar e ter filhos era o único caminho de vida possível. Dizer não para casamento e filhos não era muito uma opção.
Sendo a única filha na minha família, eu sentia muita pressão e tinha que lidar com as expectativas dos meus pais a respeito de quem eu tinha que ser – e vou lhe falar que eu era tudo menos a menina indiana modelo. Sempre fui independente e rebelde, com uma língua afiada e pavio curto. Quando eu tinha 7 anos, minha tia se casou no Gujarate, no vilarejo em que eu cresci. Naquela época, era uma prática comum que a família da noiva oferecesse um dote à família do noivo. Cada vez que o casal andava ao redor da fogueira na cerimônia em que assumia os votos de casamento, a família da noiva oferecia algo de valor – um relógio, uma corrente de ouro ou um bracelete de prata. Eu estava sozinha, sentada no telhado, assistindo a todo o espetáculo. Subitamente, a mãe do noivo disse: “Nós não queremos isso, nós queremos aquilo, senão esse casamento não vai acontecer.” Minha avó não tinha como pagar o que estava sendo pedido, fato que obviamente colocou a família em uma saia justa. Quando eu percebi o que estava acontecendo, gritei do telhado: “Nós não queremos vender a nossa tia! Pegue o seu filho e vá embora. Vocês é que deveriam estar nos dando dinheiro.” Meu tio veio correndo e me arrastou dali.
A maioria dos pais tem expectativas em relação aos filhos, e pais indianos costumam ter muito mais. Você provavelmente não vai se surpreender ao ouvir que eu lutei contra as expectativas dos meus pais por anos. Eles queriam que eu me casasse antes de ir para a universidade ou de fazer qualquer outra coisa na vida. Tinham medo que eu ficasse “independente demais” e quebrasse a tradição. Em vez disso eu fui para a faculdade de direito sem a aprovação deles e fiz empréstimos estudantis para pagar a minha formação. Por volta dos 20 anos, cheguei a ir para a Índia a pedido deles para considerar um casamento arranjado. Desisti depois de seis dias me perguntando que raios eu estava fazendo lá! Esses seis dias ofereceram um rumo para a minha vida. Eu decidi ir contra o desejo deles e lutar batalhas culturais. Permaneci solteira, me formei na faculdade de direito e finalmente me mudei para o outro lado do país para trabalhar como promotora federal na Califórnia e em seguida no Gabinete do Procurador de Los Angeles. Alguns anos depois, minha vida tomou um rumo ainda mais radical e inesperado quando troquei o direito penal por algo que você poderia chamar de “lei natural” – o estudo do nosso mundo interior, da mente, das emoções e do espírito.
Não foi fácil largar a programação que me dizia quem eu deveria ser, o condicionamento que me levava a me colocar rótulos como “indiana”, “filha”, “bem-sucedida”, “imigrante” e “advogada”. Minha infância, meu gênero, minha etnia, meus traumas e minhas conquistas – como as suas – moldaram uma identidade e um sistema de crenças que me serviram bem para alcançar certos resultados e ser bem-sucedida pelos padrões convencionais. Mas essas identificações também se tornaram os limites e as barreiras do meu próprio potencial. Não foi fácil “me entregar”, como dizem os sábios e místicos, e sair da zona de conforto que eu conhecia como sendo eu mesma. Mas agora sei que para qualquer coisa realmente grandiosa acontecer na nossa vida, nós precisamos redescobrir quem realmente somos. Precisamos reconstruir nossa identidade de forma a sermos mais do que a soma das nossas experiências que vieram e se foram. Precisamos reescrever a programação da nossa mente – condicionada a pensar, sentir, perceber e acreditar de determinada maneira.
Eu não sou cientista nem mística, mas depois de
30 anos de observação empírica e estudo, sei isto:
há mais na vida, mais para nós mesmos, do que
o que vemos, ouvimos, tocamos e sentimos.
Nunca fui alguém que acredita em qualquer coisa. Como advogada, a evidência é tudo para mim. A única linguagem da espiritualidade que funcionou para mim foi a minha própria experiência. Ao longo da minha jornada, tive que vivenciar por mim mesma quem eu sou num sentido maior, para além da minha identidade cultural, dos papéis que interpretei na minha vida, da matéria, dos pensamentos e, finalmente, da minha própria mente. Ao longo do caminho, descobri um poder e um potencial que servem para elevar e apoiar não apenas a minha vida, mas a vida de milhares de outras pessoas com as quais tive a sorte de trabalhar. Hoje, para mim, “Quem sou eu?” não é apenas uma pergunta. É algo fascinante.
A pragmática dentro de mim estava curiosa para saber o que a ciência e o misticismo tinham a dizer sobre a pergunta a respeito de quem somos nós. Claro, eu não sou cientista nem mística, mas depois de 30 anos de observação empírica e estudo, sei isto: há mais na vida, mais para nós mesmos, do que o que vemos, ouvimos, tocamos e sentimos. Sei que somos matéria e energia. Somos tanto o corpo quanto a mente. Somos intelecto e emoção. Somos tanto o que vemos quanto o que não vemos. Somos solidez e espaço. Buscamos tanto o sucesso quanto o significado através do sentido na vida.
O problema é que fomos condicionados a experimentar a vida de uma forma puramente material. Mal paramos para reconhecer os sentimentos, as emoções, quanto mais o campo de energia e a consciência que estão por trás de toda a vida, dos quais cientistas e sábios ao redor do mundo têm falado ao longo de milhares de anos. Não fomos treinados a olhar para dentro.
Porém nem sempre foi assim: tradicionalmente na Índia, os jovens eram educados durante 12 anos nos assuntos materiais – matemática, ciências, leitura e linguagem – e também nas ciências interiores do espírito, do coração, da mente, da energia e da consciência. Essa segunda escola era chamada de gurukula, a escola da mente. O estudo da natureza, da mente e do espírito era prevalente em muitas sociedades ancestrais. Na Índia, esse sistema esteve presente da Antiguidade ao período colonial. Mas essa tradição se perdeu há muito tempo. Na vida moderna, aprendemos a prestar atenção apenas ao nível superficial da realidade e, como resultado, o que podemos ver, ouvir, tocar e sentir se tornou o núcleo da nossa identidade. Somos consumidos pelo mundo da matéria, na maior parte do tempo com os olhos abertos e a atenção voltada para fora. Quando estamos com os olhos fechados, estamos alheios à realidade mais profunda e invisível da vida, que está abaixo da superfície. Mas temos que olhar para dentro para entrar em sintonia com a frequência de quem nós somos, para reconhecer o nosso maior potencial e o campo de possibilidades que está por trás da nossa realidade material exterior.
Geralmente só olhamos para dentro nos momentos de crise e dificuldade, ou por um golpe de sorte. No meu caso, foram os dois.
Meu golpe de sorte veio numa noite de primavera, em Los Angeles, em 1989, quando eu tinha 20 e poucos anos. Eu estava a caminho do que eu pensava ser um show de música. Você pode imaginar a minha surpresa quando cheguei ao “show” e descobri que não era do citarista indiano Ravi Shankar, mas do mestre espiritual Sri Sri Ravi Shankar. Àquela altura da vida, eu não tinha nenhum interesse em gurus ou espiritualidade, mas, no momento em que percebi meu erro, era tarde demais para sair sem fazer uma cena. Então eu me sentei ali, revirando os olhos e julgando em silêncio tudo que o mestre dizia na maior parte da palestra. Seus comentários sobre a vida, o sucesso, a felicidade e a natureza da realidade eram ideias legais, mas me pareciam bobas e idealistas, de alguma forma desconectadas da vida real, aqui no planeta Terra. Vou lhe contar toda a história do fatídico primeiro encontro um pouco mais adiante. Por enquanto, apenas saiba que decidi usar o meu “melhor julgamento” e fazer um workshop que Sri Sri daria no fim de semana seguinte.
No workshop, comecei a aprender sobre a filosofia e as técnicas da tradição védica da Índia, especificamente sobre uma prática de respiração que tem sido passada de mestre a discípulo desde os tempos ancestrais. No segundo dia, aconteceu algo que acho que posso descrever como uma experiência metafísica – algo que eu ainda não consigo explicar em palavras. Apesar disso, o que eu posso lhe contar é que tive uma experiência de quem sou eu para além de qualquer identificação, barreira ou limitação. Pelo período de talvez um momento, experimentei uma explosão de energia ilimitada, de consciência ilimitada e uma sensação de amor e gratidão tão grande que não podia ser contida – um amor que não estava associado a um objeto específico, um amor que não conhecia barreiras. Eu estava chorando por dentro, mas sem tristeza.
Pelo menos eu achava que era por dentro. Não percebi que eu estava chorando em voz alta durante a meditação. Eu achava que tudo tivesse acontecido na minha própria cabeça! Senti que estava sonhando, mas com os olhos abertos. Foi muito vívido. Quando finalmente abri os olhos, percebi que todos já estavam sentados; eles tinham compartilhado suas experiências uns com os outros e agora todos estavam olhando para mim, meu rosto cheio de lágrimas.
Enquanto olhava ao redor do salão, eu realmente não sabia se estava fora dos meus olhos, olhando para dentro, ou se estava dentro do meu corpo, olhando para fora dos meus olhos. Imagine estar num aposento em que todas as paredes são janelas e você quase não sabe mais se está dentro ou fora – era essa a sensação. Eu acabara de ter a experiência mais clara de quem sou eu: essa energia inconcebível repleta de amor e consciência. Senti que podia estar em qualquer lugar, a qualquer momento. Entendi pela primeira vez que existe algo que viaja mais rápido que a luz – a minha mente. Sou eu! Somos nós. Nossa mente, nossa consciência, pode estar em qualquer lugar, a qualquer momento; nós apenas não vemos isso, pois estamos focados no corpo. Nessa ocasião, eu soube, sem dúvida: eu não sou apenas o meu corpo. Sou algo muito maior, mais poderoso e indescritível que está assentado dentro e ao redor deste corpo.
Eu não tinha como explicar isso a mim mesma. Mas o resultado da experiência, isso sim eu poderia explicar. Foi um sentimento muito claro de um empoderamento quase sobre-humano. Depois de ver esse profundo poder e potencial dentro de mim mesma, todas as minhas crenças limitantes desapareceram. Simples assim. Elas desapareceram. Sem nem me dar conta do que estava acontecendo, parei de falar coisas como não posso, não consigo, não faço isso, não sei se é possível. Eu estava subitamente redefinindo a mim mesma – sem me basear em outro sistema de crenças. De repente me vi além de qualquer coisa que eu pudesse imaginar ou já tivesse visto em outra pessoa. Eu admirei muitas pessoas que eram exemplos de vida e líderes visionários, de queridos amigos que sobreviveram em Auschwitz a meu pai, que teve um espírito de leão e superou as situações mais adversas da vida, a pessoas como Gandhi, Nelson Mandela e Martin Luther King, cuja força de espírito me ensinou que tudo é possível. Naquele fim de semana, eu tive a sensação de que tudo que eles têm, eu tenho dentro de mim. De súbito, tive a confiança, a clareza e uma visão de mim mesma que estava além de tudo que eu poderia imaginar.
Agora, lembre-se de que o meu cérebro de advogada ainda não estava interessado em nada metafísico. Mesmo sendo uma experiência tão poderosa, parte de mim a considerou um estranho acaso feliz. Mas o mais interessante para mim foi o que aconteceu no trabalho nas semanas seguintes. Daquela segunda-feira em diante, minha eficiência estava nas alturas. Eu conseguia cuidar em uma hora de processos que antes eu levava quatro horas para analisar, processar e organizar. Eu completava 25 processos no mesmo tempo que os meus colegas levavam para completar 10 ou 11. O falatório mental, o barulho na minha mente, que era tão normal para mim, desapareceu completamente. Eu estava em tamanho estado de fluxo que organizava processos sem nem saber o que estava fazendo.
Mesmo assim, um pouco relutante, dei o passo seguinte e me inscrevi em um retiro de silêncio de 10 dias por insistência de um amigo que eu levara para o workshop. Não fui para o retiro pensando que era sobre espiritualidade. Minha principal motivação era a minha produtividade recém-descoberta e imaginar quão mais eficiente eu poderia me tornar se eu fizesse aquela prática por 10 dias inteiros. No entanto, apesar de ter ido para o curso com esse objetivo, no fundo da minha mente eu precisava entender o que realmente queria. Eu morria de medo do casamento porque já tinha visto como são os casamentos tradicionais na Índia, com papéis fixos para homens e mulheres. Além disso, a taxa de divórcios nos Estados Unidos era enorme. Meu pai ainda ligava semanalmente para o meu escritório com novos prospectos de noivos, mas eu continuava resistindo. Será que quero focar na minha carreira e não ter filhos? Eu não tinha nenhuma resposta boa o suficiente para essa pergunta.
Lembro que fui a uma livraria popular em Los Angeles chamada “The Bodhi Tree” e vi um mural de santos e sábios. Eu pensei: Se alguma dessas pessoas existisse nos dias de hoje, será que eu veria a vida de forma diferente? Mas eu tinha certeza de que aquelas histórias de mestres iogues eram apenas histórias de ficção do imaginário do passado, como a arca de Noé ou a multiplicação de pães e peixes. Nunca pensei que fosse realmente possível para alguém se autorrealizar neste planeta.
Isso dá uma ideia do meu estado mental quando embarquei naquele retiro de silêncio e subitamente tive um dos despertares mais intensos da minha vida. Apesar de imaginar o que eu iria encontrar pela minha experiência no primeiro curso, ao final de três ou quatro dias descobri um mundo totalmente novo que era muito maior que qualquer coisa que eu conseguia ver ou entender. Experimentei um grito de alerta que ecoou pela minha cabeça como um alto-falante: A realidade – o mundo que eu vejo, toco, sinto e experimento diante de mim – não é nada senão a percepção interior que tenho dele. Eu me dei conta de que cada um de nós está vivendo dentro da própria realidade. De alguma forma, isso fazia com que a realidade não fosse realidade nenhuma.
O que escutei no silêncio é que o que quer que estivesse acontecendo ao meu redor – não importava quão fixo ou determinado parecesse – era um reflexo do que estava acontecendo dentro da minha própria mente. Era a minha mente, mais do que qualquer outra coisa, que determinava como e o que eu vivenciava na minha vida.
Foi nesse momento que comecei a minha jornada interior, mas não foi fácil. Essa jornada significava lutar com unhas e dentes para me libertar dos meus condicionamentos mentais e do meu sistema de crenças limitado. Os sábios dizem que você tem que se “entregar” para descobrir, fazer e ser grandioso. Bem, deixe-me dizer: tem sido um inferno me entregar, porque o lado esquerdo do meu cérebro é muito forte. Minha mente racional e cética de advogada lutou a cada passo dessa jornada espiritual à medida que eu era empurrada a me expandir para além do eu-realizador, do eu focado em resultados da menina indiana pragmática que os meus pais me ensinaram a ser. Aliás, fui muito bem treinada por eles para realizar no mundo exterior e isso me serviu muito bem e continua a me servir. Mas o que acelerou o meu sucesso e me trouxe uma alegria profunda e um sentido de significado na minha vida foi adotar um novo conjunto de ferramentas, uma nova perspectiva e uma nova sabedoria para me ajudar a navegar em meu mundo interior.
Desafiando meus pais mais uma vez, larguei a minha carreira no Direito – de repente. Depois do retiro de silêncio, quando Sri Sri me convidou para ir com ele para a Índia, fiz planos para passar seis semanas por lá, umas “férias”, antes de completar 30 anos e assumir de vez todas as responsabilidades da vida adulta. Bem, essas seis semanas viraram cinco anos de estudos e ensino de meditação, técnicas de respiração e filosofia védica na Índia. Meus pais acharam que eu tinha ficado maluca. Você fez o QUÊ?! Você abandonou a sua profissão? Isso é loucura! E de todos os lugares possíveis, eu fui justo para a Índia. Eles saíram da Índia para os Estados Unidos, e lá estava eu, voltando para um vilarejo caipira para me sentar em silêncio e não fazer nada o dia todo – pelo menos era isso que eles pensavam.
Ao longo dos anos seguintes, iniciei e desenvolvi a organização de Sri Sri, a Arte de Viver, uma fundação dedicada a compartilhar a visão e as técnicas da tradição védica para ajudar as pessoas a construírem uma vida mais feliz, bem-sucedida e tranquila. Estabeleci uma infraestrutura que levou à abertura de vários centros da Arte de Viver ao redor do planeta e a um crescimento significativo da organização. Da Índia, fui para Hong Kong, Japão, América do Sul, Europa, Estados Unidos e Canadá, fundando mais e mais centros, estudando a tradição védica e organizando eventos. Assim que um centro estava funcionando, eu me mudava para a cidade ou o país seguinte, para fundar o próximo. Os anos voaram enquanto eu viajava para mais de 35 países, espalhando os ensinamentos védicos, abrindo centenas de centros de meditação e impactando a vida de milhares de pessoas. Durante todo esse tempo, aquela vozinha dos meus pais permanecia no fundo da minha mente, dizendo: Quem é louco de fazer isso, seguir um guru desconhecido e abrir centros para ele ao redor do mundo? E ainda mais uma mulher solteira?
Uma força maior impulsionava tudo isso e eu estava conectada a ela. Minha energia estava pulsando e vibrando em uma frequência que eu nunca havia experimentado antes. Meu rádio estava sintonizado. Eu encontrava as pessoas certas e o que tinha que acontecer acontecia. Sem coordenadores de eventos, sem marketing e sem recursos, eu estava organizando e ministrando três cursos por dia, com mais de 300 pessoas em cada um. Dentro de alguns anos, a startup chamada Arte de Viver se expandira para fora da Índia e já tinha uma operação global, servindo a centenas de milhares de pessoas de todas as idades e todas as camadas sociais. Eu me tornei a instrutora dos instrutores e também desenvolvi e comecei a ensinar programas mais focados em cultura corporativa, liderança, paternidade consciente, relacionamentos e outros cursos avançados, criados para expandir o poder e o potencial humano. Hoje, a pequena startup que eu conheci cresceu e já está presente em mais de 150 países, com dezenas de milhares de instrutores ao redor do mundo.
Para mim é difícil dizer como isso tudo aconteceu. A Arte de Viver começou com um guru desconhecido e quatro instrutores. Eu tive a sorte de ser uma dos quatro. Atualmente temos 50 mil instrutores só na Índia. Hoje, Sri Sri, que era conhecido apenas por um punhado de pessoas em seu país de origem, é internacionalmente amado e celebrado por milhões – não apenas como um mestre do yoga, mas também como um ativista humanitário. Ele se tornou um embaixador da paz ao redor do mundo, trabalhando com chefes de Estado e até ajudando em negociações de paz em países como Sri Lanka, Paquistão e Colômbia.
Para isso acontecer, tive que superar continuamente os limites do meu próprio pensamento. No início, nunca teria me ocorrido que a Arte de Viver se tornaria uma operação global com um impacto para além da vida interior das pessoas. Hoje temos programas sociais importantes em áreas como reabilitação de presidiários (Programa IAHV), empoderamento de jovens (YES! nas Escolas), tratamento do estresse pós-traumático em veteranos de guerra (projeto Welcome Home Troops), alívio de traumas/desastres e ajuda humanitária – oferecendo comida, roupas, água limpa e eletricidade para populações carentes. A lista continua: há o projeto de plantar mais de 1 milhão de árvores para combater o aquecimento global, a iniciativa de empoderamento feminino e muito mais. Atualmente, a organização está muito distante daquela ideia de um guru e seus discípulos sentados em uma cabana de palha nas montanhas em algum lugar. A Arte de Viver é uma organização que tem um imenso impacto social em todos os níveis e que define a espiritualidade e sua missão pela busca de um mundo livre de estresse e violência.
“Força vital”, ou “energia vital”, é a energia
fundamental dentro de nós e ao nosso redor, que
nos dá a vida e a sustenta. Quando estamos
conectados a essa fonte, trazemos mais energia –
mais vida – para tudo que tocamos.
Mas, novamente, eu não estava fazendo tudo isso acontecer sozinha. Eu estava conectada à energia da própria vida, e ela estava me guiando a cada passo para criar uma vida que ia além de tudo que eu já havia imaginado para mim. Isso pode soar um pouco místico/esotérico, talvez até um pouco piegas, mas eu nunca deixei de ser uma pessoa pragmática. Até hoje, traduzo essa conexão como uma forma de ser mais viva, vibrante e produtiva. Essa força da vida a que eu me conectei no workshop de Sri Sri era a mesma que me ajudara a trabalhar mais rápido nos meus casos jurídicos. Era a mesma energia que estava me deixando mais feliz, mais vibrante, mais entusiasmada e cheia de disposição na minha vida diária. Ela reduziu os meus níveis de estresse e me tornou mais atenta e consciente. Tudo que eu queria estava vindo da mesma fonte. Essa força é aquilo que a tradição védica chama de “força vital”, ou “energia vital”. É a energia fundamental dentro de nós e ao nosso redor, que nos dá a vida e a sustenta. Quando estamos conectados a essa fonte, trazemos mais energia – mais vida – para tudo que tocamos. É a força extremamente poderosa que está por trás das nossas funções físicas e mentais.
Sua jornada ao longo deste livro
Meu grande despertar lá em 1989 me ensinou que apesar de procurarmos pelas respostas fora de nós mesmos, na verdade, tanto a causa quanto a solução do que vivenciamos estão aqui dentro. Constantemente buscamos regular a nossa paisagem interior de pensamentos e emoções, mente e percepção, administrando as coisas e as pessoas à nossa volta. Buscamos razões e relações de causa e efeito nas coisas, nas situações e nas outras pessoas. Olhando pelos nossos próprios olhos, pelas lentes do nosso condicionamento, nunca consideramos que talvez nós estejamos criando os resultados que se apresentam no mundo ao nosso redor. Nunca paramos para nos perguntar se as limitações que vivenciamos estão vindo de dentro, não de fora.
Quando admitimos essa possibilidade, ela nos obriga a assumir a responsabilidade pela maneira como estamos criando nossa realidade em todos os momentos. Pode ser uma verdade dolorosa, mas ela traz consigo um grande segredo: nós podemos influenciar a natureza da nossa realidade e os nossos resultados mudando a maneira como olhamos através dos nossos próprios olhos. Podemos mudar esse “eu” condicionado cuja existência se baseia nas noções de realidade, verdade e de certo e errado que nos foram transmitidas por outras pessoas. Podemos romper os limites das nossas crenças e de nossos padrões de pensamento para absorver essa força maior da vida que quer apenas nos apoiar e elevar.
Este livro está repleto de ferramentas simples e fáceis destinadas a derreter o “eu” condicionado – que eu chamo do “iceberg da mente” – para que você possa entrar em contato com a força da vida dentro de você. É um caminho prático para a fonte ilimitada de energia e inteligência que existe além da mente pensante e racional. É uma maneira de sair do seu caminho, de se “entregar”, para que grandes coisas possam acontecer na sua vida – para que você possa aproveitar a energia vital dentro de si e recriar sua vida, sua realidade, seu Ser.
O que quero dizer com Ser, com S maiúsculo? Estou falando do que há de ilimitado em você, do que é potencialidade pura. A tradição védica diz que esse Ser tem três qualidades: energia ilimitada, inteligência ou conhecimento ilimitado, e potencialidade ilimitada do que podemos chamar de “amor”, “conectividade” ou “pertencimento”. Essas três qualidades são descritas pela palavra satchitananda: “existência, consciência, felicidade”. Esta foi a experiência que eu tive: de existir para além do meu corpo, dos meus pensamentos, das minhas emoções e da minha própria bagagem de memórias e experiências de vida. Durante essa experiência, acessei esse Ser com um S maiúsculo: o aspecto sub-subatômico de quem eu sou, mais profundo do que o nível quântico da minha própria identidade.
Por mais poderosa que tenha sido essa experiência, minha mente racional não pôde deixar de considerá-la uma espécie de casualidade momentânea e estranha. Mas quando eu comecei a ver essa mesma experiência do Ser acontecer com milhares de pessoas, não pude mais negar o seu poder. Vi isso acontecer com pessoas de todas as camadas sociais, nos Estados Unidos, na Alemanha, na Índia, na América do Sul e ao redor de todo o mundo. É inegável que somos muito mais do que consideramos – mas para perceber e experimentar nossa natureza ilimitada, precisamos explorar as maneiras pelas quais nos tornamos limitados pelo nosso próprio pensamento.
Para acessar a potencialidade mais profunda que está no núcleo de quem você é – e para criar qualquer tipo de mudança real na sua vida –, não basta apenas pensar sobre isso na superfície de sua mente, como um conceito no seu intelecto. Primeiro, você precisa apagar o disco rígido antigo da mente. Precisa criar espaço na memória. Precisa causar uma pequena rachadura no iceberg por onde o oceano possa fluir. Se você der um mergulho no oceano da consciência que cerca o iceberg, ele irá fazê-lo flutuar dez vezes mais. As ferramentas neste livro foram projetadas para criar não apenas uma rachadura no iceberg, mas uma fenda do tamanho do Grand Canyon. Leia o livro e tire suas próprias conclusões. E, se continuar interessado, vá a algum centro da Arte de Viver para o curso presencial completo. Mesmo se usar apenas uma ou duas das ferramentas, você já estará transformando a forma como pensa, sente e age. Você encontrará uma maneira de controlar sua paisagem interior de pensamentos, emoções e sensações e descobrirá o que significa ter menos estresse, mais eficiência e mais tranquilidade. Você vai viver o momento, deixando de lado o que está morto e já se foi, e melhorar seu desempenho, tornando-se mais consciente e conectado consigo mesmo e com as pessoas à sua volta. À medida que for aprendendo a administrar melhor a própria mente, você conservará e aumentará sua energia e, à medida que sua energia aumentar, sua mente será elevada naturalmente e sem esforço. É um círculo virtuoso que exploraremos em profundidade neste livro.
Não estamos falando de autoajuda nem de desenvolvimento pessoal. É mais um processo de autorrealização. Não estamos tentando nos tornar melhores, porque já somos perfeitos. Estamos apenas nos reconectando com quem realmente somos, descascando as camadas de condicionamento que obscurecem a perfeição que existe em nosso âmago. O primeiro passo para viver a partir de nossa essência, de nossa consciência inata, é nos dar conta do que a está obscurecendo e não nos deixando vê-la.
Não estamos tentando nos tornar melhores, porque já somos perfeitos.
Estamos apenas nos reconectando com quem
realmente somos, descascando as camadas de condicionamento
que obscurecem a perfeição que existe em nosso âmago.
Na Parte 1, “Ativando o seu poder”, vamos nos familiarizar outra vez com essa coisa chamada “força vital”, a energia da vida dentro de nós e à nossa volta. Você vai aprender como essa energia é diferente do que você aprendeu a chamar de energia e descobrirá por que é tão importante recarregar suas baterias internas. Na Parte 2, “Drenando o cérebro”, vamos olhar para o maior consumidor de energia de todo o nosso sistema – a máquina chamada “mente” – e examinar de perto como o funcionamento de nossa máquina mental está drenando nossas baterias e reduzindo nossa potencialidade.
Na Parte 3, “Reiniciando e recarregando”, você aprenderá a recuperar a sua magia, usando um conjunto de antigas ferramentas simples e eficazes para conservar e recarregar as baterias da sua força vital inata. Essas técnicas são transmitidas de professor a discípulo há milhares de anos para nos ajudar a entrar em contato com a própria fonte dessa energia, a fim de nos elevar em todos os níveis: físico, mental, emocional, criativo e espiritual. No sentido mais amplo, trata-se não apenas de aumentar a nossa energia e nos tornarmos mais eficazes em tudo que fazemos, mas de abraçar nosso verdadeiro poder como cocriadores, trabalhando com a energia da própria vida para manifestar nossos desejos em um nível material. Quando nos alinhamos com o fluxo da vida, podemos começar a organizar e reorganizar as partículas da matéria ao nosso redor com base nas nossas próprias intenções. As práticas de yamas e niyamas descritas no Capítulo 9 vão criar a força motriz por trás das intenções que buscamos manifestar. Essas práticas nos ajudam a abrir nossos corações e viver a partir de um lugar elevado de emoção e atenção, fortalecendo nossa intenção e nos dando a força necessária para reconfigurar a nossa realidade.
Armados dessas ferramentas, estaremos prontos para ir ainda mais fundo. Na Parte 4, “Atualizando seu sistema operacional”, exploraremos as duas mentalidades principais que nos guiam na maior parte da vida e são responsáveis por toda a nossa infelicidade. Aprenderemos a mudar e transformar essas mentalidades através do poder da nossa consciência para fazer com que a mente volte ao estado mais expansivo e elevado: a mente de um iniciante que está totalmente no fluxo do momento presente. Na Parte 5, “A grande mente”, chegaremos ao nosso âmago: a consciência, ou o que o vedanta chama de satchitananda. Na tradição védica, energia e consciência são os dois lados da mesma moeda. Aumentando a nossa energia inata, também expandimos nossa consciência. E à medida que nossa consciência se expande, encontramos o que realmente procuramos na vida: sentir-nos conectados ao todo, parte de algo maior.
Estou grata por você se juntar a mim nesta jornada do Ser que tem sido minha missão nos últimos 30 anos. Para isso, tudo que você precisa é de uma mente aberta e um coração aberto. Espere o inesperado. A autorreflexão profunda é um elemento crucial neste processo. Por isso, leve o tempo que precisar e dê a si mesmo o espaço de que você precisa para digerir essas ideias e ver como elas se aplicam à sua vida. Esteja disposto a mudar completamente a maneira como você se vê à medida que sua consciência começar a se transformar. E lembre-se de que todo o necessário já está dentro de você. Você não está “consertando” nenhuma parte de si mesmo ou introduzindo algo que ainda não esteja aí. Está simplesmente se reconectando ao poder ilimitado e ao potencial que são seus de direito.