Chega de desculpas | Sextante

Chega de desculpas

Rachel Hollis

Um plano para deixar a insegurança de lado e alcançar suas metas

Um plano para deixar a insegurança de lado e alcançar suas metas

 

Chega de pedir desculpas por ser quem você é.

Chega de viver para agradar aos outros.

Chega de inventar desculpas para não correr atrás dos seus sonhos. 

 

Neste livro, Rachel Hollis vai inspirar você a tomar medidas práticas para tirar seus sonhos do papel e trilhar um caminho de crescimento, autenticidade e realização. 

Hollis é autora de Garota, pare de mentir para você mesma, primeiro lugar na lista de mais vendidos do The New York Times.

 

“Acredito que podemos mudar o mundo. Mas, primeiro, temos que parar de viver com medo de sermos julgadas por ser quem somos. ” – Rachel Hollis

  

Como uma conversa franca entre amigas, ela mostra que muitas mulheres sufocam suas verdadeiras aspirações por medo de fracassar, por se acharem insuficientes e por definirem seu valor – seja como esposa, mãe, filha ou profissional – com base na opinião dos outros.

Se você sente que está longe de seu potencial e lhe falta coragem para se colocar em primeiro lugar, este livro vai ensiná-la a:

• Identificar as desculpas que você usa para não buscar suas metas

• Assumir a responsabilidade por seus atos e suas escolhas

• Eliminar hábitos prejudiciais e crenças limitantes

• Aumentar sua confiança, sua autoestima e sua persistência.

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Ficha técnica
Lançamento 10/05/2022
Título original Girl, Stop Apologizing
Tradução Débora Chaves
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 256
Peso 300 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-349-7
EAN 9786555643497
Preço R$ 49,90
Ficha técnica e-book
eISBN 978-65-5564-350-3
Preço R$ 29,99
Lançamento 10/05/2022
Título original Girl, Stop Apologizing
Tradução Débora Chaves
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 256
Peso 300 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-349-7
EAN 9786555643497
Preço R$ 49,90

E-book

eISBN 978-65-5564-350-3
Preço R$ 29,99

Leia um trecho do livro

INTRODUÇÃO

 

E se…

Quando comecei a escrever este livro, pensei inicialmente em chamá-lo de Desculpe, não vou me desculpar. Sim, tirei esse título de uma música da Demi Lovato, “Sorry Not Sorry”. Na verdade, pode-se dizer que a canção foi o grande estímulo para que eu escrevesse este livro.

Foi em meados de 2017 que a ouvi pela primeira vez. Era manhã de segunda-feira e fazia sol. Como em todas as segundas, minha equipe estava dançando entusiasmada ao redor da mesa de reuniões, preparando-se para o início de mais uma semana de trabalho. E estava sol porque era verão em Los Angeles – o IPTU exorbitante garante que a temperatura nunca fique abaixo de aprazíveis 22 graus.

Sempre dançamos antes de reuniões importantes porque isso faz a nossa energia circular e nos deixa no estado de espírito ideal. Toda semana fazemos um rodízio entre a equipe para ver quem assume o papel de DJ e escolhe nossa música motivacional. Naquele verão, todo mundo (menos eu) tinha menos de 28 anos, então esse momento era sempre uma surpresa – você nunca sabia o que ia escutar. Naquela segunda-feira em especial, ouvi essa música pela primeira vez.

Foi amor à primeira audição.

Se você não conhece essa canção, precisa incluí-la imediatamente em sua playlist para malhar. Ela é animada, divertida, irreverente e desafiadora – exatamente o tipo de inspiração de que você precisa antes de uma sessão puxada de aeróbica ou de uma faxina em casa. Na letra, Demi avisa que está ótima, se sentindo bem e vivendo da maneira que deseja. E que lamenta, mas não vai se desculpar por isso. Adoro esse tipo de música. É pop e contagiante e se encaixa perfeitamente no arsenal de músicas que uso para ganhar energia ou melhorar o meu humor.

Depois dessa primeira experiência, logo me apaixonei pela música. Ouvia no chuveiro, na academia, no carro – cheguei ao ponto de tocar a versão do Kidz Bop quando meus filhos estavam por perto, só para poder continuar ouvindo. Isso é que é paixão, gente! Qualquer pessoa que já tenha sido obrigada a escutar Kidz Bop pode atestar que é o sétimo círculo do inferno da maternidade, mas isso demonstra quanto eu adorava essa música. De tanto ouvi-la, um dia me dei conta de que não precisava me desculpar por quem eu sou.

Veja bem, Demi não pede desculpas por viver da maneira que acha melhor. Ela não pede desculpas por estar ótima, por se sentir bem, por provocar ciúmes no ex-namorado ou por tomar um banho de espuma na sua Jacuzzi em plena sala de estar – considerando que o videoclipe da música mostre a realidade. Mas e eu? Quais foram as partes da minha vida pelas quais eu me recusei terminantemente a pedir desculpas?

Gostaria de poder dizer que nunca dei a mínima para o que os outros pensam, mas não é verdade – embora eu quisesse muito ser uma inspiração para você agora.

A título de referência, passei a maior parte das últimas férias de Natal doente, de cama, com um resfriado horrível. Usei esse tempo para ler vários romances históricos situados no século 19, com duques atormentados dizendo coisas como “Evangeline, não dou a mínima para o que a sociedade pensa!” um pouco antes de beijar a heroína com o ardor de 10 mil sóis. Minha resolução de ano-novo foi começar a usar a expressão “não dar a mínima” no meu discurso diário. Já comecei a colocar isso em prática, e estamos só no dia 2 de janeiro. Maravilha!

Mas, na realidade, como acontece com muitas outras mulheres, ainda estou no processo de superar uma vida inteira tentando agradar às pessoas. Eu me esforço o tempo todo para viver cada momento sem me preocupar com a opinião alheia, mas nem sempre tenho sucesso. Sim, mesmo eu, que vivo de distribuir conselhos, às vezes fico paralisada pelo peso das expectativas dos outros e preciso me acalmar. Mas, acredite, há áreas em que já conquistei controle total. Há segmentos inteiros da minha vida aos quais dediquei um grande esforço para me concentrar nos meus próprios valores e não me preocupar com o que as outras pessoas pensam. O maior exemplo disso? Sonhos grandes e audaciosos. Objetivos grandiosos e que nem sempre agradam aos outros. Ser uma mãe trabalhadora com orgulho em vez de uma mulher oprimida pela culpa materna. Ousar acreditar que posso mudar o mundo ajudando mulheres como você a serem corajosas, orgulhosas e fortes.

Posso até ficar presa nas armadilhas de algum estranho maldoso na internet falando sobre meu cabelo, minha roupa ou meu estilo de escrita, mas não gasto mais um segundo sequer me preocupando com o que os outros pensam a meu respeito por nutrir sonhos grandiosos para mim mesma.

Aceitar que você pode querer coisas para si, ainda que ninguém mais entenda o motivo desse desejo, é o sentimento mais forte e libertador do mundo. Você quer ser professora da terceira série? Maravilhoso! Quer abrir um salão de beleza para cães especializado em tingir os poodles de cor-de-rosa? Ótimo! Quer economizar para tirar férias em um hotel de luxo? Fantástico!

Qualquer que seja o sonho, ele é seu, não meu. Você não tem que explicar nada porque, como não está pedindo a aprovação de ninguém, não precisa da permissão de ninguém. Na verdade, quando você entende que não tem que justificar seus sonhos para ninguém, você realmente começa a viver o que está destinada a ser. Não estou dizendo para sair por aí com o dedo médio em riste, como na música da Beyoncé. Não estou dizendo que você deve se tornar rude e esfregar seus objetivos na cara das outras pessoas para defender uma opinião. O que estou dizendo é que você deve se concentrar no seu sonho, trabalhar, se esforçar e parar de se sentir culpada por isso!

Infelizmente, a maioria das pessoas passa a vida inteira sem nunca experimentar isso. As mulheres, em especial, são muito duras consigo mesmas e às vezes desistem dos próprios sonhos antes de tentar realizá-los.

Isso é ridículo.

Existe muito potencial inexplorado dentro de pessoas que têm medo de dar uma chance a si mesmas. Há mulheres com ideias incríveis que mudariam o mundo caso tivessem coragem de colocá-las em prática. Há mulheres que têm tudo para criar uma empresa que transformaria a vida de seus familiares – e de pessoas que seriam influenciadas por esse negócio – se tivessem a audácia de acreditar que seu projeto poderia dar certo. Há mulheres maravilhosas que poderiam inventar o próximo aplicativo de sucesso, escrever o próximo best-seller ou criar produtos de beleza que todas nós adoraríamos, caso acreditassem mais em seus sonhos.

Um sonho sempre começa com uma pergunta, e a pergunta sempre começa com uma variação de E se…

E se eu voltar a estudar? E se eu tentar fazer isso?

E se eu me obrigar a correr 42 quilômetros?

E se eu me mudar para outra cidade?

E se eu puder mudar o sistema?

E se Deus colocou isso no meu coração por um motivo?

E se eu puder ter uma renda extra?

E se eu escrever um livro para ajudar as pessoas?

 

Este E se…? é o seu potencial batendo à porta do seu coração e implorando que você encontre coragem para superar todo o medo na sua mente. Este E se…? está lá por uma razão. Ele é a sua referência. É o sinal que indica a que você deve se dedicar em seguida.

Se toda mulher, ao ouvir esse E se…? em seu coração, permitisse que isso alimentasse sua chama interior na busca de quem ela poderia ser, não apenas se chocaria com o que é capaz de fazer, mas também surpreenderia todo mundo. Estou convencida de que, se ela – se a gente – simplesmente vivesse para tentar responder a essa pergunta, o efeito sobre o mundo ao nosso redor seria explosivo.

Dizem que nós usamos apenas 10% de nosso cérebro. Mas você já viu um daqueles filmes em que o protagonista de repente consegue ter acesso aos 100%? Ele toma uma pílula ou é treinado por uma agência governamental secreta e, de repente, pode dobrar metais com o poder da mente e encontrar a solução para a fome no mundo em poucas horas porque está usando todo o seu potencial. Não tenho dúvidas de que muitas mulheres neste nosso mundo são como Peter Parker antes da picada de aranha radioativa – elas usam apenas uma fração de seu potencial porque ainda não encontraram um catalisador suficientemente forte para desbloqueá-lo.

Só uma pequena parte da nossa população é estimulada a acreditar em si mesma e em suas potencialidades desde a infância. Pessoas que tiveram sua autoestima alimentada desde cedo tendem a acreditar mais na sua capacidade quando adultas. Pessoas com mais recursos costumam acreditar mais facilmente na possibilidade de atingirem suas metas. Mas, e se você não foi criada para acreditar em si mesma? E se você não teve privilégios ou recursos fartos? Qual seria a chance de você acreditar que é capaz de muito mais? Qual seria a chance de você se manter fiel ao seu objetivo quando algo desvia seu caminho?

Mas, e se você persistir? E se você realmente acreditar? E se não só você, mas todas as mulheres em todo o mundo tomassem a decisão de substituir as expectativas de outras pessoas pelo que elas próprias imaginam que poderiam ser?

Consegue imaginar o que aconteceria se 25%, 15% ou até mesmo 5% das mulheres no mundo decidissem adotar o e se? Consegue imaginar o que aconteceria se elas parassem de permitir que seu potencial seja sabotado pela culpa ou pela vergonha que sentem por não serem de uma determinada maneira? Consegue imaginar o crescimento exponencial que veríamos em tudo, da arte à ciência, da tecnologia à literatura? Consegue imaginar quanto essas mulheres seriam mais alegres e satisfeitas? Consegue imaginar como a família delas seria afetada? E a sociedade? As outras mulheres se sentiriam inspiradas e estimuladas por esse sucesso e o usariam como um catalisador para provocar mudanças em suas próprias vidas. Se esse tipo de revolução ocorresse – a revolução do e se? –, mudaríamos o mundo.

Na verdade, acredito mesmo que podemos mudar o mundo. Só que, primeiro, temos que parar de viver com medo de sermos julgadas pelo que somos.

Passei os últimos 12 minutos tentando descobrir como amenizar a discussão deste tópico, mas… Sabe de uma coisa? Somos todas adultas aqui, portanto podemos encarar esse debate. Podemos ter conversas francas. Podemos enfrentar a percepção dos outros sobre nossa vida e admitir algumas duras verdades quando se trata do que está nos atrapalhando.

E o fato é: as mulheres têm medo delas mesmas.

Sim, é verdade. Se não estivéssemos com medo de nós mesmas, não passaríamos tanto tempo pedindo desculpas por quem somos, pelo que queremos da vida e pelo tempo que gastamos em busca de ambas as coisas.

Se você é como a maioria das mulheres, sua história é mais ou menos assim: quando veio ao mundo, você era absoluta e essencialmente você. Não foi uma decisão consciente ser quem você era; foi instintiva. Você falava alto? Era quieta? Ansiava por abraços? Sentia-se bem sozinha?

Suas necessidades eram simples, seu foco de atenção era evidente e você nunca pensou em ser de um jeito ou de outro – apenas era. Então, algo mudou. Algo importante aconteceu, algo que definiria o resto de sua vida, mesmo que não soubesse disso na época.

Você aprendeu sobre expectativas.

Lá estava você, com seu adorável jeito de bebê, mas, de repente, isso já não era suficiente. Era esperado que você fizesse coisas: parasse de jogar sua caneca de água no chão, parasse de gritar quando não tivesse um desejo atendido, começasse a usar o banheiro como gente grande, parasse de morder seu irmão.

Duas coisas fundamentais aconteceram no período em que deixamos de ser totalmente aceitas como somos e passamos a atender a alguma expectativa.

A primeira é que aprendemos a viver de acordo com as normas sociais. Isso é uma coisa boa porque, amiga, se você ainda estivesse usando fralda aos 32 anos porque ninguém te ajudou a descobrir o banheiro, isso não seria nada engraçado.

A segunda é que aprendemos maneiras de chamar atenção e, para a criança, atenção é sinônimo de amor. Na verdade, se você nunca amadureceu esta questão, passará a vida inteira acreditando que ter a atenção de alguém significa ser amada. As mídias sociais são uma prova disso.

O que vou dizer agora pode te ajudar a entender todas as pessoas que você conhece e, quem sabe, você mesma também. Quando você era recém-nascida, precisava de cuidados constantes para continuar viva, mas em algum momento parou de receber tanta atenção porque não precisava mais dela. Só que você ainda gostava da dedicação das outras pessoas (afinal, era um bebê), então sua mente inteligente começou a testar maneiras de obtê-la sob demanda. Algumas crianças recebem atenção por serem carinhosas, por isso aprendem a usar esse recurso. Outras recebem atenção fazendo algo que diverte os pais, então aprendem a entretê-los. Há as que percebem que todos as elogiam quando fazem algo certo, então se tornam realizadoras. Há ainda as que percebem que quando caem e se machucam, ou quando estão doentes, a mamãe lhes dedica mais tempo e cuidados; é assim que nascem os hipocondríacos. Por fim, algumas crianças não conseguem obter atenção não importa o que façam, então esperneiam, gritam e dão ataques. Ser revoltado é melhor do que ser ignorado. Essas tendências nos bebês podem se transformar em hábitos na infância. Hábitos infantis que seguem imutáveis se transformam em comportamentos inconscientes.

Sei que parece que estou generalizando, mas, falando sério, pergunte a si mesma se isso lembra algum adulto que você conhece.

Sabe aquela pessoa que está sempre cheia de problemas, que vive como se o mundo estivesse acabando todos os dias? Isso acontece porque os problemas atraem a atenção que essa pessoa tanto anseia. Conhece alguém super-realizador? Viciado em trabalho? Sempre exigindo mais de si mesmo? É provável que essa pessoa, como eu, atraísse a atenção na infância por suas realizações. Conhece alguma mulher totalmente insegura? Que precisa constantemente de alguém para ajudar a resolver seus problemas ou para aconselhá-la em todas as decisões? Aposto meu último centavo que é porque ela teve uma criação que alimentou essas mentiras ou controlou suas decisões por tanto tempo que ela não se sente segura de sua própria capacidade.

O que eu quero dizer é que aprendemos bem cedo que há coisas que podemos fazer para chamar atenção, e, mesmo que os detalhes de como fazemos isso se transformem e mudem ao longo do tempo, a estratégia que aprendemos a usar para obter atenção quando crianças – sermos divertidas, realizadoras, constantemente doentes, excessivamente irritadas ou em crise permanente – muitas vezes permaneceu intacta e afeta a forma como buscamos atenção quando adultas.

Para mim, era o empreendedorismo que sempre chamava a atenção de meus pais. Isso me ensinou desde cedo que para ser amada eu precisava realizar alguma coisa. Meus pais me amavam? Claro que sim. Só que, para uma criança que entendia a atenção como expressão do amor, a ausência dela provoca o desespero de tentar aprender o que fazer para obtê-la.

Então, vamos recapitular. Você é uma criança e aprende que certos comportamentos atraem atenção. Isso começa a ser incorporado na pessoa que você se tornará. Mas essa não é a única parte dolorosa do que você está aprendendo. É por volta dessa mesma idade que você não só aprende a obter amor, mas também quem você terá que ser para continuar recebendo amor.

Você já pensou em quanto de sua vida atual é feita de suas escolhas e quais partes são apenas aquilo que se espera de você?

Eu cresci sabendo que iria casar e ter filhos… e cedo. Na minha pequena cidade natal, a maioria das minhas colegas do ensino médio teve o primeiro filho aos 19 anos. Quando meu primeiro filho nasceu, eu era praticamente uma idosa. Eu tinha 24 anos.

Vinte e quatro.

Como assim? Olhando para trás, fico com a sensação de que eu era incrivelmente jovem. A ideia de um dos meus filhos ter um bebê aos 24 anos me faz começar a entrar em pânico. Há tanto a viver, tanto a aprender, tantas coisas que você não sabe sobre si mesma nessa idade. Não digo que faria algo diferente em relação ao meu casamento ou sobre quando tive os meus filhos, porque isso significaria que eu não teria os filhos que tenho agora. Mas, quanto mais velha eu fico, mais tenho consciência de que cresci achando que meu valor era medido com base no papel que eu representava para as outras pessoas. Afinal, ser considerada uma boa esposa e uma boa mãe ou filha raramente tem a ver com ser fiel a si mesma.

Ninguém fica parado na saída da igreja dizendo: “Lá vai Fulana. Ela se cuida muito. Deve ser uma boa mãe.” Ou: “Nossa, veja só! Ela está treinando para a meia maratona. Está ficando musculosa com tantas horas na academia. Ela deve ser uma ótima esposa!” Se essas conversas estão acontecendo em algum lugar, não é onde eu cresci. Não, onde eu cresci a gente aprende que para ser uma boa mulher você precisa ser boa com as outras pessoas. Se os seus filhos são felizes, então você é uma boa mãe. Se o seu marido é feliz, você é uma boa esposa. E uma boa filha, funcionária, irmã e amiga? Todo o seu valor é ligado à felicidade das outras pessoas. Como alguém pode conviver com isso e ser bem-sucedida na vida? Como é possível sonhar mais alto? Como alguém pode seguir o seu e se? quando precisa da aprovação prévia de alguém?

Não admira que muitas mães me enviem mensagens dizendo que se sentem perdidas. É claro que se sentem assim! Se você vive para agradar aos outros, acaba esquecendo o que faz você ser você. E se você ainda não tiver se casado ou se não tiver vontade de ter filhos? Será que sua vida está sendo desperdiçada porque não há ninguém a quem agradar?

Não. É claro que não. Você é um ser com suas próprias expectativas, desejos, objetivos e sonhos. Alguns sonhos são simples (“Quero escrever poesia”), outros, ousados (“Quero abrir uma empresa milionária”), mas todos são seus e são importantes simplesmente porque você é importante. Você pode querer mais para si mesma apenas porque isso alegra o seu coração. Você não precisa da permissão de ninguém e com certeza não deve precisar de ninguém para te estimular a chegar lá.

Infelizmente, muitas mulheres têm dificuldade para lidar com o que os outros acham dos seus objetivos pessoais. Então, em vez de tentar realizá-los, deixam seus sonhos morrerem. Ou buscam realizá-los em segredo ou, pior, ficam com a sensação de terem falhado com as pessoas com quem convivem por estarem fazendo algo para si mesmas em vez de para todos os outros. Elas vivem com um sentimento persistente de culpa, vergonha e medo. O e se? deixa de ser um resquício de possibilidade em seus corações e torna-se um rosário de recriminações em suas mentes. E se eu falhar? E se os outros rirem? E se isso irritá-los? E se eu estiver desperdiçando o meu tempo? E se acharem que sou gananciosa? E se eu estiver perdendo todo esse tempo que poderia passar com a minha família por nada?

Quando estamos nessa situação, o medo toma conta de nossa vida e nos impede de sair do lugar, mesmo que minimamente. Podemos conviver com o medo de fracassar e com o perfeccionismo exagerado. Podemos ter medo porque, se outras pessoas já conquistaram o que estamos almejando, qual o sentido de buscarmos o mesmo? Ou talvez tenhamos medo do constrangimento e do fracasso. Ou lamentemos não sermos suficientemente inteligentes, bonitas, jovens, maduras… São tantas as maneiras de não correspondermos às expectativas!

Como mulheres, passamos a vida crendo em mentiras que alimentam nossos medos. Passamos a vida acreditando que nosso valor reside principalmente em nossa capacidade de fazermos as outras pessoas felizes. Temos muitos medos quando se trata de nossos sonhos, mas o maior medo que temos, em geral, é sermos criticadas por sonhar.

Isso é uma grande besteira.

Já estava na hora de alguém lhe dizer isso. Acho essa mentirada uma bobagem na minha vida e sei que na sua também.

Todo início de ano eu escolho qual será o principal tema do meu trabalho. Tento criar uma mensagem para minhas leitoras e para o grupo de mulheres que me acompanha on-line. Quando comecei a escrever este livro, perguntei a mim mesma duas coisas: o que queria dizer a vocês, mulheres, irmãs, filhas e amigas, e o que queria que vocês soubessem. A resposta que surgiu no meu coração foi inspirada pelo e se

Se eu pudesse dizer algo, se eu pudesse fazer você acreditar em algo, gostaria de mostrar que você foi feita para mais. Você nasceu para sonhar com o que tem medo de sonhar. Você nasceu para realizar aquilo que considera não ser capaz de fazer. Você nasceu para ser uma líder. Você nasceu para contribuir. Você nasceu para fazer mudanças positivas tanto na sua comunidade quanto no mundo. Você nasceu para ser mais do que é hoje e – esta é a parte mais importante – sua versão de “mais” pode não se parecer com a minha versão nem com a das outras pessoas.

Para você, mais talvez seja finalmente se inscrever para a corrida de 10 quilômetros. Para outra pessoa, mais pode ser uma mudança em seus hábitos alimentares para ter mais saúde. Para uma terceira pessoa, mais pode ser uma volta aos estudos. Para uma quarta pessoa, mais pode ser o término de um relacionamento tóxico, nocivo e cruel. Mais pode ser não retomar (de novo, de novo, de novo) um namoro que só traz infelicidade. Mais pode indicar mais gentileza consigo mesma. Talvez mais seja ter mais tempo e descanso. Talvez mais seja controlar o temperamento e contar até 10 antes de gritar com os filhos. Talvez mais seja assumir o controle de suas emoções ou mais terapia ou mais água ou mais fé na sua capacidade de realizações incríveis ou ainda mais tempo não se preocupando com o que as pessoas pensam sobre você.

Nascida para mais é o que define você, e seu desejo por mais não é motivo de vergonha! Nosso potencial – o potencial que existe em cada uma de nós – é o dom que recebemos de Deus. O que você faz com esse dom é o presente que você dá ao restante do mundo. O pior cenário que consigo imaginar é você morrer com esse potencial ainda inexplorado dentro de si. Foi por isso que escrevi este livro, originalmente com o título da música de Demi Lovato, como um incentivo, como um guia, como o vento que alimenta as chamas do e se? na sua inspiração, para que elas se propaguem com grande intensidade.

Por quê?

Porque o mundo precisa da sua inspiração. O mundo precisa da sua energia. O mundo precisa que você se concentre em si mesma e aproveite o seu potencial! Precisamos das suas ideias. Precisamos do seu amor e do seu cuidado. Precisamos da sua paixão. Precisamos de seus modelos de negócio. Precisamos comemorar os seus sucessos. Precisamos ver você se reerguer depois dos fracassos. Precisamos ver sua coragem. Precisamos ouvir o seu e se… Precisamos que você pare de pedir desculpas por ser quem você é e passe a ser a pessoa que está destinada a ser.

Passei muito tempo pensando em como estruturar este livro. Ele traz os conselhos mais práticos que já escrevi. Eu queria que fosse uma obra fácil de entender e fácil de aplicar a qualquer tipo de objetivo, então precisava chegar à essência do que me permitiu realizar os meus sonhos. O que finalmente perguntei a mim mesma foi: quais elementos me ajudaram ou me prejudicaram na busca por objetivos pessoais nos últimos 15 anos? Afinal, não sou uma especialista e não sei a resposta para as outras pessoas. O que sei é como sair de uma cidadezinha e de uma infância cheia de traumas e virar uma empresária de sucesso que criou uma empresa multimilionária apenas com um diploma do ensino médio embaixo do braço. Sei como deixar de ser uma jovem insegura e hiperansiosa com as percepções dos outros e virar uma mulher confiante e orgulhosa. Sei como deixar de ser uma pessoa que usava a comida como mecanismo de compensação e não conseguia subir uma escada sem perder o fôlego, para virar uma corredora de maratona que se levanta da cama todas as manhãs com disposição para enfrentar o dia. Sei como deixar de ser carente e desesperada em agradar, alguém que sonhava exclusivamente com o amor, e virar uma mulher cheia de amor pelos outros, pelos próprios objetivos e pelo trabalho, sem precisar buscar afeto de formas negativas. Todo esse crescimento começou como metas que estabeleci para mim. Embora eu não soubesse o que estava fazendo quando iniciei esse caminho, hoje vejo as semelhanças entre cada sucesso e cada fracasso que me fizeram chegar aqui.

Como eu disse, não sou nenhuma especialista. Sou apenas sua amiga Rachel e quero contar o que funcionou para mim. Eu tentei um pouco de tudo, mas, em última análise, alcançar metas importantes tanto pessoal quanto profissionalmente se resumiu a estas três atitudes:

    1. Abandonar as desculpas que me mantinham paralisada.
    2. Adotar hábitos e comportamentos saudáveis que me prepararam para o sucesso.
    3. Desenvolver as habilidades necessárias para tornar possível o crescimento exponencial

Honestamente, eu não tinha autoconsciência para identificar essas etapas enquanto as vivenciava, mas agora consigo olhar para trás e ver que esses foram os principais fatores que levaram às conquistas que obtive ao longo do caminho. Organizei cada parte do livro nessa ordem de maneira intencional.

Comecei com desculpas para deixar pra lá, porque, se você não reconhecer o que te limita neste momento, nunca será capaz de superar tais obstáculos. Você perceberá que a seção de desculpas é a maior neste livro. Não é por acaso. Os hábitos e as habilidades que necessitamos adquirir são simples, mas a ladainha de desculpas que se interpõe entre onde estamos e para onde queremos ir é maior e mais impressionante do que a segunda parte do musical Hamilton. Depois que você analisar as desculpas e as reconhecer como as mentiras que de fato são, será possível avançar para elementos que vão fortalecê-la.

A segunda parte deste livro é dedicada aos comportamentos para você adotar, meu modo elegante de dizer que os hábitos são muito importantes. Se você quiser ver avanço e resultados, o segredo está na consistência. Você não pode simplesmente fazer algo uma vez, ou mesmo 10 vezes, e esperar que isso te leve aonde quer ir. Será necessário que você desenvolva comportamentos tão rotineiros que parecerão fazer parte de seu DNA. Você tem que fazer isso com naturalidade, como se a melhor versão de si mesma fosse o seu novo normal.

Finalmente, apresento as habilidades para você desenvolver. São características universais de que todos necessitam para a realização de quaisquer objetivos. O que pode parecer estranho é que essas características raramente são consideradas habilidades. Atributos como confiança ou persistência normalmente são tidos como algo que ou você tem ou você não tem; mas eu quero mudar sua percepção sobre isso. Você pode cultivar novas virtudes – e o mais importante é que você precisa fazer isso se quiser alcançar seus objetivos pessoais com mais facilidade.

Este livro tem muitas informações (levei a vida toda para adquiri-las), mas, por favor, não deixe que isso te intimide. Você é forte, ousada e capaz de muito mais. Daqui em diante, escolha enxergar as ideias de mudança como possibilidades. Uma vida cheia de possibilidades é a receita para a grandeza que você procura. Vamos nessa!

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Rachel Hollis

Sobre o autor

Rachel Hollis

Escritora, personalidade de TV, palestrante motivacional e influenciadora digital. Criadora do The Chic Site e da The Hollis Company, plataformas sobre estilo de vida, comportamento e empoderamento feminino, foi nomeada pela Inc. Magazine uma das “30 empresárias mais importantes com menos de 30 anos”. Garota, pare de mentir para você mesma ocupou o primeiro lugar na lista de mais vendidos do The New York Times por 12 semanas e permaneceu entre os 10 mais por sete meses consecutivos. Foi o segundo livro mais popular de 2018 na Amazon.com. Rachel mora com o marido e os filhos em Austin, Texas.

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