Quais são as suas limitações? “Pare de se sabotar e dê a volta por cima” ajuda você a descobrir a resposta. Identificar entraves de nossa personalidade é essencial para trilhar uma vida plena
O psicoterapeuta Flip Flippen – que nome curioso, hein!? – descobriu um valioso atalho ao identificar nas nossas limitações as razões que nos levam ao sucesso. Capacidade e talento são características positivas extremamente importantes, claro, mas até mesmo o alcance delas é delimitado por esses entraves que formam nossa personalidade. Por isso, “Pare de se sabotar e dê a volta por cima” se concentra naquilo que nos detém, nos freia e nos impede de ir além. E que, sim, está dentro de nós.
Para começo da conversa, destaco aqui uma definição de sucesso feita por Flippen e que sintetiza a essência da mensagem do livro. “Ter sucesso é ser capaz de ver além dos nossos objetivos pessoais e aprender a administrar nossas tendências inatas ao egoísmo e à cobiça, de modo a nos tornarmos mais sensíveis às outras pessoas com quem partilhamos nossa caminhada”, afirma o autor, com mais de três décadas de pesquisa sobre o tema.
Sucesso de vendas desde o lançamento, em 2007, “Pare de se sabotar e dê a volta por cima” traz várias provocações e lições que visam promover nosso autoconhecimento. Nesse sentido, identificar as limitações é o ponto de partida para encerrar o ciclo de autossabotagem.
Abaixo, você conhece as dez principais, um breve resumo, seguindo a estrutura pensada por Flippen e que conduz todo o livro. Ele avisa: “Mais cedo ou mais tarde, nossas limitações nos alcançam e, às vezes, é tarde demais e o custo é muito elevado”.
Quais são as suas limitações?
1 – À Prova de Balas
Para você que tem dificuldade em admitir um erro e é teimoso. No fundo, a questão aqui é o excesso de confiança. Para Flippen, uma limitação muito perigosa. “Eu já vi pessoas apostarem as economias da vida toda em um palpite. Mesmo depois de perderem tudo, continuaram acreditando que estavam certas”, relata. Pessoas assim costumam comprometer tudo o que conseguiram acreditando que têm razão e, muitas vezes, envolvem a vida e o futuro dos mais próximos.
2 – Ostra
O problema aqui é a falta de confiança. Uma das característica de pessoas assim é a dificuldade de deixar os erros para trás. Você é desses? Segundo o autor, refletir sobre a origem desse problema pode ser útil.
3 – Docinho de Coco
Tem dificuldade de dizer não? Saiba – se é que você já não sabe – que isso é um grande limitador. Pessoas assim não se sentem à vontade para se expressar e costumam guardar tudo para si. O excesso de generosidade faz mal, alerta o psicoterapeuta, que endossa: “Quando uma pessoa faz tudo para as demais, ela está estimulando o egoísmo e certo senso de superioridade”. Segundo ele, num casamento, as mulheres tendem a apresentar mais esse comportamento do que os homens.
4 – Crítico
A exigência é lei para esse tipo de personalidade. Pessoas com essa limitação ajudam a criar atmosferas de medo, pois vivem de apontar falhas nos outros. O pior, como sustenta o autor, é que ninguém consegue agradá-los. “Em geral, eles não fazem ideia de quanto agridem os outros. Na cabeça deles, estão apenas dizendo o óbvio ou tentando ajudar”, enfatiza.
5 – Iceberg
Definitivamente, emoção e afeto não são os aliados dos que possuem essa limitação. Eles se preocupam mais com os negócios do que com as pessoas.
6 – Catatônico
Para quem é assim, tudo pode ser postergado. A vida é vivida sem muito ânimo, burocraticamente. “Às vezes, é preciso uma crise séria ou uma questão de vida ou morte para que um Catatônico tome um choque de realidade e perceba que o tempo está passando e que a vida é preciosa demais para ser jogada fora”, ensina Flippen.
7 – Rolo Compressor
Dono de opiniões firmes, alguém-rolo-compressor gosta de estar no controle. Por isso, é considerado dominador, deixando parceiros e colegas de trabalho sem muito espaço para respirar. O autor explica que pessoas com essa característica discutem com todos e atropelam aqueles que não cedem do jeito que elas esperam. Conhece alguém assim?
8 – Tartaruga
Pessoas excessivamente cautelosas e que se amedrontam ao menor sinal de mudança se encaixam aqui. “Os negócios mudam, os horários mudam, os objetivos mudam, o mundo muda. E nós precisamos ser capazes de nos adaptar. No entanto, as Tartarugas preferem nem pensar em mudanças”, define o autor.
9 – Vulcão
Agressivos e raivosos, prestes a explodir por qualquer coisa…. A imagem de um vulcão em erupção vem a calhar para quem tem essa limitação. Regras tradicionais de convivência e decoro são ignoradas por essas pessoas. O exemplo usado por Flippen é Mike Tyson, a quem passou a acompanhar após o pugilista ter sido preso, acusado de estuprar Desiree Washington, Miss Negra Estados Unidos, em 1991. Ele sintetiza os estragos do vulcão: “No início são tremores. Eles têm ataques de fúria por causa de algo e fervem por dentro. Até que um dia há uma grande explosão que afeta várias pessoas”.
10 – Rápido no Gatilho
Ficam entediados e querem tudo para ontem? Quem? Quem? Quem? Estou falando dos impulsivos, aqueles que agem com pressa e nem sempre pensam no impacto de suas ações. O autor se reconhece aqui e aponta outro nó derivado da limitação: “A falta de autocontrole também tem um impacto tremendo no processo decisório e na forma como encaramos as finanças”.
Isso foi apenas um pequeno panorama!
“Pare de se sabotar e dê a volta por cima” desdobra essas noções em diversas frentes. Além de histórias que ilustram essas características, há questionários ao fim de cada subcapítulo para que você identifique seu grau de limitação. Da mesma forma, um pequeno manual com dicas o ajuda a lidar com os problemas decorrentes dessas características dominantes. E o mais importante, há inúmeros conselhos ao longo do livro sobre como ganhar tração, ou seja, andar para frente, com velocidade, rumo a uma vida de bem-estar, distanciando-se de tudo que o impede de progredir. Identificar limitações, como já frisado no texto, é parte inicial de uma transformação mais profunda.
Se ficou curioso, não deixe de experimentar essa mudança guiado pelo livro. “Se não agimos, não nos transformamos”, enfatiza Flippen.