Como fazer amigos e influenciar pessoas na era digital | Sextante
Livro

Como fazer amigos e influenciar pessoas na era digital

Dale Carnegie

 

AUTOR COM 50 MILHÕES DE LIVROS VENDIDOS.

Numa era em que as mensagens podem alcançar milhões de pessoas instantaneamente, os princípios de Carnegie são mais necessários do que nunca.

“Dale Carnegie mudou a minha vida.”  – Warren Buffett

 

Este livro traz uma abordagem moderna para o clássico de Dale Carnegie, adaptando a mensagem original aos desafios de hoje.

Você aprenderá a se comunicar com delicadeza e tato, a criar uma rede de contatos sólida, a projetar uma imagem positiva e a dominar as ferramentas digitais. Veja algumas maneiras de colocar isso em prática:

  • Mude a forma de usar as redes sociais. Evite apontar o dedo e fazer críticas e passe a incentivar e elogiar. O modo como você fala faz toda a diferença.
  • Pense duas vezes antes de dizer algo de que poderá se arrepender. Se você desenvolver o autocontrole, evitará perder horas tendo que se retratar.
  • Torne suas mensagens relevantes, retirando o que só favorece você mesmo, e evite falar mal das pessoas como estratégia para se diferenciar.
  • Acalme-se antes de se comunicar. Quando algo ruim acontece e deixa você desanimado ou irritado, os cinco primeiros minutos são os mais perigosos.
  • Tenha a diplomacia como critério padrão. Admita que pode estar errado e que o outro pode estar certo. Seja agradável. Faça perguntas. E, acima de tudo, considere a situação do ponto de vista do outro e demonstre respeito.
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Ficha técnica
Lançamento 13/03/2020
Título original How to Win Friends and Influence People in The Digital Age
Tradução Paulo Geiger
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 224
Peso 320 g
Acabamento brochura
ISBN 978-85-431-0948-0
EAN 9788543109480
Preço R$ 59,90
Ficha técnica e-book
eISBN 978-85-431-0949-7
Preço R$ 34,99
Lançamento 13/03/2020
Título original How to Win Friends and Influence People in The Digital Age
Tradução Paulo Geiger
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 224
Peso 320 g
Acabamento brochura
ISBN 978-85-431-0948-0
EAN 9788543109480
Preço R$ 59,90

E-book

eISBN 978-85-431-0949-7
Preço R$ 34,99

Leia um trecho do livro

Por que os conselhos de Carnegie ainda são fundamentais

Em 1936, Dale Carnegie fez uma declaração persuasiva a seus leitores: “O trato social é, provavelmente, o maior problema que as pessoas enfrentam no dia a dia.” Esse é o alicerce de Como fazer amigos e influenciar pessoas, e ainda é válido hoje em dia. No entanto, desenvolver estratégias para lidar com pessoas é uma tarefa mais complexa.

Agora as mensagens são enviadas e lidas instantaneamente. Os meios de comunicação se multiplicaram. As redes se expandiram para além de fronteiras, setores e ideologias. Porém, em vez de tornarem obsoletos os conselhos deste livro, essas grandes mudanças tornaram os princípios de Carnegie mais relevantes do que nunca. Hoje eles são o alicerce de toda e qualquer estratégia consistente, quer você esteja fazendo o marketing de uma marca, pedindo desculpas a seu marido ou esposa ou tentando conquistar investidores. E se você não começar com o alicerce correto, terá grande chance de transmitir a mensagem errada, ofender alguém ou não chegar nem perto de atingir seu objetivo.

Segundo o escritor americano James Thurber, “a precisão na comunicação é importante, mais importante do que nunca, numa era em que o equilíbrio está sempre por um fio, em que uma palavra mal usada ou mal compreendida pode criar um desastre tão grande quanto uma ação súbita e impensada”.¹

Reflita sobre essa era do equilíbrio por um fio em que vivemos, mais de 50 anos depois de Thurber escrever essa frase. Há muito mais em jogo. Atualmente a mídia é tão confusa que fica difícil distinguir as coisas. Cada palavra, gesto ou olhar silencioso é investigado como nunca. Um movimento em falso pode ter consequências muito graves.

Ao mesmo tempo, toda interação, desde seu primeiro bom-dia até seu último boa-noite, é uma oportunidade de fazer amigos e influenciar pessoas de um modo positivo. Os que fazem isso são muito bem-sucedidos. Mas esse tipo de sucesso tem um preço que nem todos estão dispostos a pagar. Não é tão simples quanto entender tudo o que acontece nas redes sociais e como elas funcionam.

“A arte da comunicação é a linguagem da liderança”, disse James Humes, ex-redator de discursos da Presidência.² Em outras palavras, as habilidades que levam uma pessoa a influenciar outras têm tanto a ver com o mensageiro – que de certo modo é um líder – quanto com o meio. Este livro vai lhe mostrar como e por que isso é verdade, assim como já mostrou para mais de 50 milhões de leitores ao redor do globo, incluindo líderes mundiais, pessoas influentes dos meios de comunicação, ícones do mundo dos negócios e autores best sellers. O que todos acabam compreendendo é que não existe troca neutra. Ao interagir com outra pessoa, você deixa a vida dela um pouco melhor ou um pouco pior.³ Alguns de nós deixam a vida dos outros um pouco mais agradável a cada aceno, a cada entonação de voz, a cada interação.

Se apenas essa ideia for incorporada ao seu dia a dia, os resultados já serão significativos. Seus relacionamentos vão melhorar e sua influência vai aumentar. Isso acontece porque o exercício diário estimula a compaixão e o caráter. Somos todos movidos pelo altruísmo, certo?

“É possível fazer mais amigos em dois meses, demonstrando interesse por eles, do que em dois anos, tentando fazer os outros se interessarem por você.” Essa afirmação de Carnegie ainda é válida, embora pareça contraintuitiva, porque nos lembra de que o segredo para melhorar os relacionamentos é demonstrar altruísmo, algo que foi arrastado pela onda da era digital.

Vivemos um momento inédito de autoajuda e autopromoção. No YouTube, inúmeros vídeos viralizam em poucas semanas e recebem uma atenção global que antes as pessoas tinham que dar duro durante anos, talvez décadas, para obter. Vídeos de sexo supostamente vazados criam celebridades da noite para o dia. Falastrões nos encaram do outro lado da tela e tagarelam sem parar, enquanto comentaristas políticos aniquilam seus adversários e aumentam a própria visibilidade. Diariamente somos tentados a acreditar que a melhor estratégia de publicidade é misturar truques e paródias e veicular o resultado no meio que tem mais poder de viralizar. Para muitos, a tentação é forte demais. Mas, para quem compreende o básico das relações humanas, existe um modus operandi muito melhor, mais honrado e mais sustentável.

Embora a autoajuda e a autopromoção não sejam objetivos inerentemente ruins, quando reprimimos nosso fluxo de autorrealização sempre surgem problemas. Você é um em 7 bilhões – seu progresso não visa somente a você.

Quanto antes você permitir que essa verdade molde suas decisões comunicativas, tanto antes você verá que o caminho mais rápido para o crescimento pessoal ou profissional não é se promover diante dos outros, mas compartilhar a si mesmo com eles. E nenhum autor apresentou esse caminho tão claramente quanto Dale Carnegie. Mesmo assim, talvez nem ele próprio tenha imaginado que o caminho para uma relação significativa se tornaria, hoje, uma autoestrada de influência duradoura e lucrativa.

Mais do que uma comunicação inteligente

Embora o alto número de interações sociais tenha tornado as habilidades das pessoas eficientes mais vantajosas do que nunca, as pessoas influentes precisam ser mais do que comunicadores perspicazes.

A comunicação é apenas a manifestação de nossos pensamentos, nossas intenções e nossas conclusões sobre quem está à nossa volta. “É no transbordamento do coração que a boca fala. “4 Na atualidade, esses motores internos são a principal diferença entre o verdadeiro líder e o sanguessuga.

Os dois níveis mais altos de influência são alcançados (1) quando as pessoas seguem você pelo que você fez por elas e (2) quando as pessoas seguem você por quem você é. Em outras palavras, a maior influência é alcançada quando a generosidade e a integridade determinam seu comportamento. Esse é o preço de um impacto grande e sustentável – não importa que esse impacto envolva dois indivíduos ou dois milhões de pessoas. Os benefícios só são mútuos quando a generosidade e a confiança são comunicadas com engenhosidade e autenticidade.

Como vivemos numa época em que a influência de celebridades pode ser “emprestada” e na qual é possível ser o centro das atenções da mídia apenas reclamando de tudo e de todos, é ainda mais crucial que toda oportunidade de comunicação seja bem utilizada. Ou seja, cada meio de comunicação deve ser preenchido com mensagens que construam confiança, evoquem gratidão e agreguem valor a quem as recebe. A única coisa que não mudou desde a época de Carnegie é que, nesse ponto, existe uma distinção clara entre a influência que é emprestada (e difícil de manter) e a influência conquistada (e sólida). Carnegie foi o mestre da influência conquistada.

Veja alguns de seus princípios fundamentais: não critique, não condene, não reclame; fale sobre o que interessa aos outros; se estiver errado, admita; evite constranger o outro. Esses princípios não fazem de você uma pessoa boa de papo nem um grande contador de histórias, mas o lembram de levar em conta as necessidades do outro antes de falar. Eles o incentivam a abordar assuntos difíceis com honestidade e amabilidade. Eles o instigam a ser um gestor, um cônjuge, um colega, um vendedor ou um pai ou uma mãe mais gentil e humilde. Em última análise, eles o desafiam a influenciar os outros não por meio de encenação ou manipulação, mas utilizando o hábito genuíno de expressar mais respeito, empatia e amabilidade.

Sua recompensa? Amizades enriquecedoras e duradouras. Negociações confiáveis. Liderança convincente. E, em meio à atual enxurrada de comportamentos egocêntricos, você terá uma marca registrada inconfundível.

Como fazer amigos e influenciar pessoas é considerado o livro de autoajuda mais vendido de todos os tempos. Do ponto de vista atual, “autoajuda” é um termo inapropriado neste caso. Carnegie nem sequer usava essa palavra. Na verdade, esse foi o “apelido” atribuído ao gênero criado pelo sucesso estrondoso de Como fazer amigos e influenciar pessoas. A ironia é que Carnegie não endossaria todos os conselhos atuais de autoajuda. Ele defendia toda ação que partisse de um interesse genuíno pelo outro. Ensinou princípios que se originavam no prazer implícito de ajudar os outros a serem bem-sucedidos. Se fosse reclassificado, Como fazer amigos e influenciar pessoas deveria ser considerado o livro de ajuda à alma mais vendido de todos os tempos, pois resume perfeitamente a Regra de Ouro tão bem enunciada por Carnegie.

Os princípios abordados neste livro são mais do que técnicas de autoajuda ou autopromoção. São estratégias poderosas para uma mudança duradoura e produtiva em suas conversas, seus trabalhos em equipe ou em sua empresa.

Ao aplicar esses princípios, você não só se tornará uma pessoa mais convincente e influente na vida dos outros como cumprirá um propósito generoso a cada dia. Imagine esses efeitos multiplicados por dezenas de interações diárias, algo que a era digital lhe permite fazer. Imagine o efeito disso se dezenas de pessoas de uma organização seguirem o exemplo. Fazer amigos e influenciar pessoas, hoje em dia, não é pouca coisa. Em meio às inúmeras oportunidades de comunicação, essa é sua melhor chance de fazer um progresso sustentável no relacionamento com os outros. E qual é o sucesso que não começa com relacionamentos?

Um começo suave

O mundo empresarial costuma desdenhar das soft skills (como foram chamados os princípios de Carnegie), as “habilidades interpessoais”, considerando-as, na melhor das hipóteses, algo meramente complementar às hard skills, que são conhecimentos específicos ou habilidades técnicas. Esse ponto de vista é um retrocesso. É necessário mudar paradigmas para mudar as interações.

Soft skills (como compaixão e empatia) levam hard skills (como habilidades em programação, operações e projetos) a uma rara eficácia. Como? As soft skills conectam as hard skills à produtividade operacional, à sinergia organizacional e à relevância comercial porque tudo isso requer um sólido comprometimento humano. Será que um gestor com altas habilidades técnicas, que passa o dia sentado dando ordens prevalece sobre um gestor com os mesmos conhecimentos mas que caminha em meio a seus funcionários, é conhecido, visto e respeitado por todos? Embora o primeiro até consiga obter certo sucesso coagindo seus subordinados durante um tempo, sua influência é gravemente prejudicada, porque o poder que ele exerce não é outorgado pelos funcionários. Sua influência é apenas uma fachada com vida curta.

Em seu livro Derailed (Fora dos trilhos), o psicólogo corporativo Tim Irwin relata a derrocada de seis CEOs ao longo da última década. Cada uma dessas derrocadas foi desencadeada pela incapacidade do executivo de seconectar com os funcionários num nível tangível e significativo. Em outras palavras, cada um desses descarrilamentos foi resultado de um excesso de hard skills associado a um déficit de soft skills – muito conhecimento técnico e específico e pouca capacidade de convencimento e liderança. E esses fracassos não são muito diferentes dos nossos. Os deles foram públicos, mas os nossos às vezes são tão palpáveis quanto.

Perdemos a confiança de amigos, familiares, etc. quando simplesmente repetimos os mesmos comportamentos que nos levaram ao sucesso num relacionamento anterior, sem sentir a essência dos relacionamentos.

Por que tantas pessoas bem-intencionadas cometem esse erro? Talvez a natureza sutil das soft skills dificulte o processo. Tendemos para aquilo que é mensurável.

As hard skills podem ser testadas, ensinadas e transferidas. A maior parte dos livros de negócios é escrita com base nessa ideia, porque podemos acompanhar detalhadamente o progresso das hard skills – tanto no nível do indivíduo quanto no da corporação – com tabelas, métricas e relatórios.

Não é o que acontece com as soft skills. É difícil reduzi-las a etapas. Muitas vezes, são confusas e só podem ser quantificáveis quando obtemos como resposta relacionamentos melhores. Mas será que essas não são as medidas mais eficazes? De que adianta ter uma lista de realizações se elas levam a um retrocesso nos relacionamentos? Qualquer progresso baseado na autopromoção e na autoindulgência está fadado a não durar.

Pensando em pequena escala, mantemos amizade com pessoas que só pensam em si mesmas? Quando descobrimos que o comportamento de uma pessoa tem motivações ocultas, ela passa a ter menos influência sobre nós do que alguém que acabamos de conhecer. O relacionamento está condenado, a menos que a outra parte reconheça o erro e mude a forma de agir. E, mesmo que isso aconteça, continuamos com a pulga atrás da orelha.

Pensando em larga escala, somos leais a marcas que demonstram falta de capacidade ou de vontade de atender a nossas necessidades e nossos desejos? Já se foram os dias em que as empresas diziam aos consumidores do que eles precisavam. Vivemos uma época em que os consumidores tomam a maior parte das decisões de design, fabricação e marketing. No passado, a sustentabilidade começou como uma pequena campanha publicitária para um punhado de produtos, mas, com o tempo, a voz coletiva do público fez do ecologicamente correto um mantra obrigatório no marketing.

Indivíduos e empresas insensíveis ao sucesso das soft skills estão ficando para trás. Alguns afirmam que é impossível ensinar alguém a ter essas habilidades mais “sutis”. Isso é verdade quando se abordam as soft skills com a metodologia das hard skills. Mas Carnegie não cometeu esse erro. Ele descobriu que instintos altruístas vêm à tona não como resultado de uma estratégia astuta, de um passo a passo, mas da realização de desejos essenciais. Quando nos comportamos de modo a fazer amigos e influenciar os outros positivamente, mergulhamos num poço repleto de inspiração, significado e versatilidade.

Todos temos o desejo de uma comunicação honesta – tanto de compreender quanto de ser compreendidos. Também desejamos formar conexões autênticas – ser conhecidos, aceitos e valorizados. E desejamos formar parcerias bem-sucedidas – trabalhar em conjunto por uma conquista significativa, seja ela um sucesso comercial, uma vitória corporativa ou a longevidade numa relação. A essência do sucesso se situa num espectro entre uma conexão humana autêntica (fazer amigos) e um impacto significativo e progressivo (influenciar pessoas). “Não há esperança de alegria, a não ser nas relações humanas”, concluiu o aviador e escritor francês Antoine de Saint-Exupéry.5

Como é possível acessar essas nobres habilidades que impulsionam uma comunicação eficaz, uma conexão significativa e uma colaboração progressiva?

Primeiro, devemos lembrar que o sucesso nos relacionamentos não é medido na mesma balança quantitativa que regula as redes sociais – quantos amigos, fãs ou seguidores é possível acumular. É medido na balança do propósito. Se suas interações tiverem propósito, o caminho para o sucesso em qualquer situação será mais simples e sustentável. O motivo? As pessoas notam. As pessoas lembram. As pessoas se comovem quando sentem que a vida delas está um pouco melhor depois de se relacionar com alguém.

O propósito do que você vai dizer determina a eficácia do meio de comunicação. Quando tiver algo significativo a oferecer, poderá escolher o meio mais eficaz para isso. Por outro lado, quando coloca o meio de comunicação antes do propósito, corre o perigo de sua mensagem se tornar, nas palavras de Macbeth, de Shakespeare, “uma história, contada por um idiota, cheia de som e de fúria, mas completamente desprovida de propósito”.6 Embora sejam muito convenientes para manter amigos, famílias e colegas atualizados, tuítes, postagens e atualizações de status criaram o surto de som e fúria citado por Macbeth. Essas mensagens e postagens correm o risco de não significar nada. Afinal, qualquer meio que conduza uma mensagem carente de propósito ficará aquém de sua função, seja um anúncio na TV, um memorando de departamento, o e-mail de um cliente ou um cartão de aniversário.

Com tão poucos meios de comunicação disponíveis em sua época, Carnegie não precisou se referir meticulosamente aos dois termos dessa equação. Ele buscava ser significativo pessoalmente, ao telefone e por meio de cartas. Hoje, devemos considerar tanto o propósito quanto o meio de comunicação que usamos para transmitir nossas mensagens.

Um conselho simples e direto para ter sucesso com pessoas

“Simples verdades são um alívio para grandes especulações”, escreveu o ensaísta francês Vauvenargues.7 O motivo pelo qual Como fazer amigos e influenciar pessoas continua sendo um best-seller até hoje, com mais de 16 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, é que seus princípios são simples, porém atemporais. Sua sabedoria implícita é direta, porém transcendental. Desde o início do primeiro curso de Carnegie sobre o assunto, em 1912, suas verdades simples apontaram os caminhos mais eficazes para quem deseja se tornar uma referência, uma pessoa procurada por outras que queiram sua opinião, seus conselhos e sua liderança.

Portanto, não queremos reescrever o livro de Dale Carnegie para suplantar os conselhos que ele deu. O que você lerá nas páginas a seguir pretende enquadrar os conselhos de Carnegie numa era completamente diferente. São os mesmos princípios atemporais contidos em Como fazer amigos e influenciar pessoas vistos através de lentes modernas e aplicados com uma mentalidade digital, global. As oportunidades de fazer amigos e influenciar pessoas hoje em dia são exponencialmente maiores do que eram na época de Dale Carnegie. Mas, quando você analisa as oportunidades em números, eles pouco significam, porque “o universo inteiro, com uma insignificante exceção, [ainda] é formado pelos outros”.8

É verdade que “existe uma estranha inconsistência entre a ousadia do título e muito do que realmente está escrito no livro”, escreve Tom Butler-Bowdon, autor de 50 clássicos de autoajuda, sobre Como fazer amigos e influenciar pessoas.9 Se você olhar para o título através das lentes céticas de hoje, talvez não enxergue sua magia. O livro é, acima de tudo, um tratado sobre como aplicar uma incomparável combinação de empatia autêntica, conexão estratégica e liderança generosa.

É importante lembrar que, na época de Carnegie, ainda não existiam as inúmeras redes sociais da atualidade. Hoje qualquer um pode criar uma autoimagem atraente, mas falsa (blogs, Facebook, LinkedIn, Twitter), e é possível utilizar truques de persuasão (pop-ups com anúncios, celebridades endossando produtos, líderes religiosos propagando sua fé pela TV). A ideia de fazer amigos não tinha sido reduzida a um clique em “aceitar” ou “confirmar”. A ideia de influenciar pessoas não incluía toda a bagagem de meio século de campanhas publicitárias extravagantes, enganações corporativas e celebridades que vivem uma vida dupla. Carnegie teve um motivo intuitivo para escolher o título de seu livro.

Naquela época, se você não nutria uma amizade com um indivíduo, era quase impossível influenciá-lo. Não existiam redes sociais. Não existiam conexões digitais. Na verdade, raramente se faziam negócios entre pessoas que não se conheciam pessoalmente. Um indivíduo médio tinha apenas três maneiras de se conectar com outro: cara a cara, por carta ou por telefone. Cara a cara era a regra. Hoje é a exceção.

Embora na época de Carnegie existisse uma influência indireta que era transmitida via celebridade ou status social, ela não era instantânea nem viral como hoje. No passado, a amizade era a ponte para o fluir das coisas no dia a dia. Você fazia amigos com um firme aperto de mãos, um sorriso simpático e ações altruístas. E merecia a influência que resultava dessas ações. Hoje em dia, causa e efeito não são tão interligados.

Considere a edição de 2010 da revista Time com “As 100 pessoas mais influentes no mundo”. Com mais de 6 milhões de seguidores no Twitter na época, Lady Gaga entrou na lista.10 Não é preciso discutir se ela tem influência sobre sua enorme base de fãs, que, de lá para cá, aumentou exponencialmente. Se ela divulga uma marca de calçados ou certa garrafa de água, o produto vende. A verdadeira discussão é sobre o valor que ela atribui a seus relacionamentos e para que serve sua influência. Se ela visa aos mais altos padrões em ambos os casos, então podemos considerar sua influência uma força importante. No entanto, se sua intenção é apenas acumular cada vez mais seguidores, ganhará dinheiro, mas não causará um impacto significativo.

O valor da influência não mudou no que diz respeito aos relacionamentos; ainda é a moeda para o progresso interpessoal. Mas a infinidade de meios de comunicação de hoje nos possibilita adquirir versões baratas dela, como esses produtos de lojas de 1,99. E você recebe aquilo por que paga.

Apesar de vivermos numa época em que “estardalhaço mais nudez é igual a celebridade”, este não é um livro sobre como solicitar amizades e explorar influência, um caminho que, segundo Carnegie, se baseia em conversas “da boca para fora”.11 Este é um manual de relações humanas “do coração para fora”. Ensina a fazer amigos da maneira como seu bom avô conquistou o sensato coração de sua avó – demonstrando um interesse sincero, com uma empatia real e elogios honestos. Ensina a ter uma influência duradoura que gera progresso e benefícios para ambas as partes.

Existe um modo correto e eficaz de fazer isso, e Carnegie o descreve com maestria. Mais de oitenta anos depois da publicação do seu livro, os princípios continuam verdadeiros, embora algumas definições tenham mudado e as ramificações se expandido. Este livro, portanto, buscará novas explicações e aplicações. Como entender e utilizar os princípios de Carnegie no mundo digital? Certas dicas podem se basear em listas que não existiam no tempo dele, como “As empresas mais admiradas do mundo”, da revista Forbes; “Os CEOs de melhor desempenho no mundo”, da Harvard Business Review; “As 100 pessoas mais influentes do mundo”, da já mencionada revista Time. Suas dicas – que às vezes são advertências – serviram apenas como guias ocasionais para o contexto no qual se alcança o sucesso interpessoal atualmente. No espírito do livro de Carnegie, as páginas a seguir também servirão como um lembrete constante de que os motivos pelos quais agimos são mais importantes do que as ações em si.

Embora o caminho para aplicar os princípios de Carnegie hoje em dia não seja tão complicado quanto desconectar-se de tudo e voltar a se comunicar apenas por meio de telegramas, telefones e encontros pessoais, também não é tão banal quanto simplesmente injetar um pouco de humanidade em cada aspecto do nosso espaço virtual. Em geral, o melhor é fazer uma mistura criteriosa de toque pessoal com presença virtual.

O primeiro passo para isso é fazer uma avaliação honesta de sua situação atual. Depois disso, o caminho para progredir nos relacionamentos interpessoais ficará claro.

E qual é a proporção ideal entre interações pessoais e virtuais? Para a maioria das pessoas, mensagens instantâneas, e-mails, blogs, tuítes e posts no Facebook são as principais maneiras de se corresponder com os outros. Isso apresenta novos obstáculos e também novas oportunidades.

Ao se basear excessivamente na comunicação virtual, perdemos um aspecto crucial das interações humanas: as deixas não verbais. Quando damos más notícias, é difícil demonstrar compaixão e apoio sem pôr a mão no ombro do outro. Quando explicamos uma ideia nova, é difícil transmitir por telefone o mesmo nível de entusiasmo que você demonstraria diante de seu interlocutor. Quantas vezes você enviou um e-mail e o destinatário ligou para você para explicar uma situação que já estava explícita?

É difícil transmitir emoção sem dicas não verbais. O advento da comunicação por vídeo até derrubou algumas barreiras, mas o vídeo é apenas uma pequena parte da comunicação digital. Além disso, não satisfaz o alto padrão da dignidade humana tanto quanto um encontro presencial. É disso que trata o premiado filme Amor sem escalas.

Ryan Bingham (George Clooney) é um profissional que voa o país de ponta a ponta para demitir pessoas a serviço de empresas que não querem fazer isso por si mesmas. Bingham é muito competente nessa tarefa, que requer que ele dispense pessoas de modo digno, até mesmo inspirador. Ele aperfeiçoou um discurso no qual incentiva cada pessoa a abraçar sua nova liberdade. Até se opõe a seu chefe, que, para reduzir despesas, lhe solicita que comece a demitir pessoas por videoconferência. O grande paradoxo, no entanto, é que Bingham é um homem solitário, sem um relacionamento autêntico em sua vida, nem mesmo com sua irmã mais nova, a cujo casamento talvez não compareça. O que poderia ser visto como uma estranha aptidão para criar empatia e se conectar com aqueles que está demitindo é, na verdade, a confirmação de um profundo desapego. Só quando uma experiência demonstra cruamente o significado de uma conexão humana real é que Bingham enfim enxerga a verdade. A partir de então, nem mesmo ele é capaz de seguir os próprios conselhos.

Vivemos num mundo compulsivo e virtual no qual o valor total da conexão humana muitas vezes é trocado pela capacidade de fazer negócios. Muitas pessoas dominaram a irônica arte de aumentar os pontos de contato ao mesmo tempo que perdem contato. O remédio não é nem a autopreservação (à la Ryan Bingham) nem estimular a conexão mediante um empolgante mas raso talento para vendas. O primeiro é um erro filosófico. O segundo é um erro estratégico.

Existe um limite para a produtividade atual que fica exatamente no ponto em que o progresso com pessoas é suplantado pelo progresso em si. Frequentemente, é a velocidade da comunicação que afeta nosso julgamento. Como acreditamos que os outros estão esperando respostas imediatas (como nós mesmos esperamos), muitas vezes não nos damos tempo para articular a melhor resposta; deixamos de lado as sutilezas da cortesia. Você pode pensar “Não existe a menor chance de eu aplicar esses princípios num comentário de post, tuíte ou blog, num e-mail, numa conferência virtual onde nem mesmo sei se serei ouvido”. Mas é nessas interações que os princípios de Carnegie são mais valiosos. É nos momentos comuns do cotidiano que ações altruístas se destacam.

Esperamos cortesia num primeiro encontro e nos subsequentes, mas ficamos impactados quando essa mesma cortesia aparece em relatórios semanais ou quando pegamos o elevador com outra pessoa. Esperamos uma eloquência modesta numa campanha publicitária ou num discurso de casamento, mas nos sentimos inspirados quando ela aparece num e-mail, numa mensagem de texto ou numa questão trivial. A diferença, como dizem, está nos detalhes, os detalhes frequentemente sutis das interações cotidianas.

Por que esses detalhes ainda são importantes na era digital? Porque “o indivíduo que tem o conhecimento técnico somado às capacidades de exprimir ideias, assumir a liderança e despertar entusiasmo está destinado a ganhar bem mais”. É impressionante como as palavras de Carnegie são muito mais relevantes hoje em dia.

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Dale Carnegie

Sobre o autor

Dale Carnegie

Dale Carnegie (1888-1955) foi um escritor e palestrante americano. Nascido numa família pobre no Missouri, escreveu livros que marcaram época e venderam mais de 50 milhões de exemplares em dezenas de idiomas ao redor do mundo. O legado de Carnegie, no entanto, vai além de seus livros: anos antes de publicar Como fazer amigos e influenciar pessoas, ele fundou o Dale Carnegie Training, instituto que ministra cursos de desenvolvimento pessoal, vendas, treinamento corporativo, oratória e habilidades interpessoais. Criado em 1912, hoje é uma organização internacional presente em mais de 90 países.

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Dez motivos para ler “Como fazer amigos e influenciar pessoas na era digital”
AUTOAJUDA

Dez motivos para ler “Como fazer amigos e influenciar pessoas na era digital”

Livro amplia as ideias da obra original, lançada há mais de 80 anos, e mostra como os valores defendidos por Dale Carnegie permanecem indispensáveis na época das redes sociais. Empatia, honestidade e respeito ainda são pilares para uma influência duradoura.

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