Cuidar da saúde mental não é “papo de maluco”

Como podemos reconhecer um problema, sua importância e buscar ajuda? Conheça cinco livros que abordam a saúde mental com coragem e apontam caminhos para enfrentarmos os males da alma.

Precisamos falar sobre saúde mental, um dos temas mais urgentes das sociedades pós-modernas. Mas antes de essa conversa começar, é importante saber o que ela abrange. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar as próprias habilidades, se recuperar do estresse cotidiano, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Ou seja, se trata da nossa capacidade de lidar com os problemas do dia a dia sem deixar que eles afetem as demais áreas da nossa vida.

É como um equilibrista manejando, ao mesmo tempo, trabalho, vida pessoal, filhos, finanças, lazer. Em determinado momento, será preciso dar mais atenção a um deles, para, logo em seguida, se dedicar ao próximo, evitando, assim, que tudo desmorone. A única coisa que não pode acontecer é o equilibrista paralisar, a ponto de encerrar por vez a bela dinâmica do seu espetáculo, mais especificamente, a sua saúde mental.

O tema passou a ocupar um espaço cada vez mais representativo na imprensa e em produções culturais, que buscam romper de uma vez por todas com o estigma de que o assunto é “papo de maluco”.
Hoje, é possível encontrar diferentes livros sobre saúde mental, com abordagens que vão desde as mais abrangentes às mais técnicas, escritos por profissionais relevantes em suas áreas. Aqui, você com certeza encontrará um livro para o seu autocuidado!

Você aguenta ser feliz?, de Arthur Guerra e Nizan Guanaes

“Não existe saúde sem saúde mental.” O diagnóstico do psiquiatra Arthur Guerra é certeiro: a busca pelo bem-estar e a felicidade requer não apenas desejo, mas acima de tudo uma grande disciplina. Quando procurado por Nizan Guanaes, um dos publicitários mais bem-sucedidos do país, ao se dar conta de que seu estilo de vida desregrado tinha desencadeado um profundo desequilíbrio em sua saúde, o médico percebeu ali uma bela oportunidade de ajudar a transformar profundamente uma vida até então desorganizada, física e mentalmente. “Arthur Guerra me livrou dos benzodiazepínicos me botando pra correr. É genial. Minha vida estava o caos, e o fato é que da forma que eu levava, não dava para continuar”, revela Nizan.

Por que ninguém me disse isso antes?, de Dra. Julie Smith

Engana-se quem acha que os males “da cabeça” estejam restritos aos indivíduos que sofram de quadros graves de ansiedade, depressão, solidão ou dependência química. Foi com o intuito de se comunicar principalmente com os jovens que a psicóloga Julie Smith passou a postar vídeos curtos que viralizaram no TikTok sobre diversos aspectos relacionados ao bem-estar emocional. Com a imensa repercussão alcançada na internet, Julie decidiu escrever o livro Por que ninguém me disse isso antes?, guiada pelo reconhecimento de que todos sofrem irremediavelmente em determinados momentos da vida e com o propósito de apresentar a um público amplo as muitas ferramentas disponíveis para cuidar da própria saúde mental e não sucumbir à dor.

O que aconteceu com você?, de Oprah Winfrey e Bruce D. Perry

A necessidade de romper o silêncio motivou a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey a publicar em parceria com o psiquiatra e neurocientista Bruce Perry o livro O que aconteceu com você?. Seguindo o formato de uma conversa íntima e informal, ela revisita seu passado, marcado por experiências extremamente dolorosas, e mostra como as memórias da infância moldam a vida adulta.

Trauma: a epidemia invisível, de Paul Conti

O papel do trauma na vida psíquica humana é tema da análise do psiquiatra Paul Conti no livro Trauma: a epidemia invisível, obra que inclui um prefácio confessional de Lady Gaga, paciente do autor. Segundo o especialista, o trauma age como um vírus, invisível, silencioso e cruel. Assim, as experiências traumáticas sequestram nossas histórias. “É como um vilão que reside dentro de nós, provocando conflitos a respeito de quem somos, do que somos capazes e do que merecemos”, compara Conti.

Rir é preciso, de Daniel Martins de Barros

O psiquiatra Daniel Barros investiga em Rir é preciso o poder do riso para proporcionar bem-estar, reduzir a tensão e trazer leveza às interações sociais. Com seu poder de enxergar as coisas por novos ângulos, o riso é uma virtude porque nos torna humildes. “Sabe as pessoas que se levam a sério demais, que acreditam muito nas próprias opiniões, gostam muito de ouvir a própria voz? Elas não parecem um pouco ridículas? O humor nos protege de ficarmos desse jeito”, pondera o autor.