Em uma conversa franca e afetiva, Edith Eva Eger aborda, em novo livro, as crenças que limitam nossa liberdade e mostra como podemos deixar o passado para trás.
Em uma conversa franca e afetiva, Edith Eva Eger aborda, em novo livro, as crenças que limitam nossa liberdade e mostra como podemos deixar o passado para trás.
Edith Eva Eger emocionou leitores de todo o mundo quando publicou A bailarina de Auschwitz, que só no Brasil vendeu mais de 50 mil exemplares. Aos 93 anos, ela acaba de lançar A liberdade é uma escolha, uma obra em que reúne ensinamentos práticos que ajudam a identificar as armadilhas mentais que nos aprisionam e a desenvolver as estratégias necessárias para nos libertarmos delas.
“A base da liberdade é o poder de escolha.”, recorda a escritora, que sobreviveu ao holocausto e é, hoje, doutora em psicologia. Diante de tempos tão sombrios, suas palavras são uma lição de esperança e de superação – uma afirmação do poder que temos sobre nossa própria felicidade e um oportuno lembrete de que a liberdade é uma escolha que podemos fazer todos os dias, independentemente das circunstâncias.
A autora descreve 12 crenças aprisionadoras mais recorrentes – incluindo o medo, a tristeza, a raiva, o estresse, a culpa e a vergonha. A cada capítulo, ela analisa uma prisão mental, ilustrando seus efeitos devastadores e recorrendo à sua trajetória pessoal de aprendizado e a casos selecionados a partir da experiência clínica. Depois, apresenta estratégias que utiliza para provocar uma efetiva mudança de perspectiva.
Com empatia e uma boa dose de humor, Edith captura a vulnerabilidade e os desafios comuns a todos, estabelecendo com os leitores um diálogo cúmplice e afetivo. É como se estivéssemos todos em seu consultório diante de perguntas e sugestões instigantes. O ponto de partida são três orientações que devem nortear os primeiros passos no caminho da liberdade plena.
– Ninguém muda até estar pronto.
– Mudar é interromper hábitos e padrões que não nos servem mais.
– Você muda para assumir o seu verdadeiro eu.
Liberte-se de suas prisões mentais
Em seu texto de introdução, Edith recorda sua primeira noite em Auschwitz, quando foi forçada a dançar para Josef Mengele, o oficial nazista conhecido como Anjo da Morte. “Dance para mim”, ele ordenou, enquanto a orquestra do campo tocava a valsa “Danúbio azul”.
A intimação provocou em Edith um terrível sentimento de paralisia e, para superá-lo, recorreu ao conselho dado por sua mãe: “Ninguém pode tirar de você o que você colocar na sua mente. Na minha imaginação, eu não era mais a prisioneira morta de frio e de fome e arrasada pela perda. Eu estava no palco da Ópera de Budapeste interpretando a Julieta do balé de Tchaikovsky.”
Sua experiência de intimidade com o sofrimento e o medo ilustra um ensinamento fundamental: não podemos escolher o que nos acontece, mas podemos escolher como reagir às experiências. O que importa não é o que já ocorreu, mas o que pode ser feito de agora em diante e de que maneira é possível encontrar na dor o aprendizado para fortalecer nossa perseverança.
“Como psicóloga, mãe, avó e bisavó, como observadora de meu próprio comportamento e do dos outros, além de sobrevivente de Auschwitz, posso dizer que minha pior prisão não foi aquela em que os nazistas me colocaram, mas a que eu construí para mim mesma.”, reflete Edith.