CAPÍTULO 1
O QUE SIGNIFICA GERENCIAR AS EMOÇÕES?
Gerenciar as emoções é:
- Capacitar o Eu para ser gestor da própria mente.
- Deixar de ser espectador passivo e dirigir o script da própria vida.
- Ser livre para pensar, mas não ser escravo dos pensamentos.
- Administrar a ansiedade, o humor depressivo, a timidez e a impulsividade.
- Dominar o pessimismo e o conformismo.
- Reciclar o sentimento de culpa, as fobias, a autopunição e a autocobrança.
- Não gravitar em torno dos problemas.
- Filtrar estímulos: não sofrer pelo futuro nem ruminar o passado.
- Não abrir mão do descanso: férias, feriados, fins de semana, etc.
- Aprender a ter a mente tranquila, lúcida e ponderada.
QUESTIONAMENTOS FUNDAMENTAIS
O que você faz com seus pensamentos perturbadores? Como reage diante dos fantasmas que assombram sua mente? Como lida com o sofrimento por antecipação? Você sabe reciclar ideias pessimistas? Sente que sua mente é agitada, dominada pela ansiedade e pelo estresse?
O pior escravo não é aquele que é algemado por fora, mas aquele que não é livre por dentro.
Você é verdadeiramente livre?
Uma pessoa madura não dá as costas para seus problemas, mas aprende a transformar o caos em oportunidade para crescer. Um ser humano maduro não abre mão de escrever os melhores textos de sua vida, mesmo atravessando vales de lágrimas e frustrações.
Se você abrir mão de escrever a própria história, provavelmente seus erros, conflitos e traumas a escreverão. A escolha é sua – unicamente sua.
E para escolher ser o roteirista da sua vida, você precisa aprender a administrar a ansiedade e colocar sua saúde mental e suas relações íntimas no topo de sua lista de prioridades. Lembre-se de que uma pessoa equilibrada tem mais capacidade de contribuir para formar pessoas serenas. Uma pessoa feliz e saudável tem mais possibilidade de fazer os outros felizes e saudáveis. Por sua vez, uma pessoa emocionalmente estressada tem mais chance de adoecer os outros.
Inscreva esta ferramenta em alto- -relevo na mente e nunca se esqueça: Se a sociedade o abandonar, ferir ou caluniar, ainda assim será possível caminhar. Mas, se você mesmo se abandonar e se ferir, não haverá solo para pisar.
Vivemos espremidos em escolas, empresas, congressos, reuniões, mas nunca fomos tão solitários. Cinquenta por cento dos pais jamais perguntou aos filhos quem eles são, que fantasmas os assombram, que medos lhes sequestram a tranquilidade, que lágrimas nunca tiveram coragem de chorar.
Esses são exemplos marcantes da solidão social. No entanto, vivemos a pior solidão quando não somos capazes de fazer essas perguntas a nós mesmos.
Você já se fez essas perguntas?
Você vive na superfície do seu planeta psíquico ou penetra nas camadas mais profundas da sua mente?
Não é possível controlar a ansiedade e encontrar o equilíbrio emocional se nos abandonamos pelo caminho. Excelentes profissionais, como médicos, psicólogos, professores, executivos e juristas, são ótimos para suas instituições, mas péssimos para si mesmos. Colocam-se em último lugar em suas agendas. Como não aprendem a proteger a memória, administrar os pensamentos e gerenciar o estresse, acabam se tornando seus próprios algozes.
ESCUTE-SE!
Alguns jovens só conseguem perceber que há algo errado em sua vida quando se tornam adultos frustrados, cujos sonhos foram enterrados.
Alguns pais só conseguem perceber a crise familiar depois que a relação com os filhos está esfacelada. Alguns profissionais só conseguem perceber que perderam o encanto por seu ofício quando trabalhar se torna um martírio. Alguns usuários de drogas só percebem sua dependência quando estão destruídos física, social e emocionalmente.
Em geral, um simples ruído no carro já nos perturba e nos faz ir ao mecânico. Mas muitas vezes nosso corpo grita por meio de fadiga excessiva, insônia, compulsão, tristeza, dores musculares, dores de cabeça e outros sintomas psicossomáticos, e não procuramos ajuda.
Você ouve o inaudível, a voz do corpo e da mente? Ou só ouve o que é audível?
Algumas pessoas só ouvem o inaudível quando estão num hospital, enfartadas, quase mortas ou completamente aprisionadas pelas drogas. Seja inteligente: respeite sua saúde, opte pela vida!
A BREVIDADE DA VIDA REQUER MATURIDADE
Vivemos a vida como se ela fosse interminável. Mas entre a meninice e a velhice há um curto intervalo de tempo.
Olhe para sua história! Os anos que você já viveu não passaram muito rápido?
Para as pessoas superficiais, a rapidez da vida as estimula a viver de maneira destrutiva, sem pensar nas consequências de seus atos. Para os sábios, a brevidade da vida os convida a valorizá-la como um diamante de inestimável valor.
Ser sábio não significa ser perfeito, não falhar, não chorar e não ter momentos de fragilidade. Ser sábio é aprender a usar cada dor como uma oportunidade para aprender lições, cada erro como uma possibilidade de corrigir rotas, cada fracasso como uma chance de começar tudo de novo.
Nas vitórias, os sábios são amantes da alegria; nas derrotas, são amigos da reflexão.
CONTROLAR O ESTRESSE É FUNDAMENTAL
A Teoria da Inteligência Multifocal, desenvolvida por mim ao longo de décadas de pesquisas, mostra que construímos pensamentos não apenas porque queremos construí-los conscientemente, por uma decisão do Eu. Na verdade, existe uma rica produção de pensamentos promovida por três outros fenômenos inconscientes: o gatilho da memória, o autofluxo e as janelas da memória.
O Eu é – ou deveria ser – o ator principal do teatro da mente, e esses três fenômenos são atores coadjuvantes. O maior desafio do Eu para gerenciar as emoções, a ansiedade e o estresse é sair da plateia e assumir seu lugar no palco.
Mesmo que nunca tenha subido num palco de teatro, você pode e deve atuar no palco da mente.
Quando você está numa situação de risco – por exemplo, diante da iminência de sofrer um acidente de carro, uma picada de cobra ou até mesmo uma crítica intensa –, sua ansiedade se eleva rapidamente, produzindo aumento da pressão arterial, da frequência respiratória e das batidas do coração, preparando-o para a reação de luta ou fuga.
Esse estresse representa um mecanismo de defesa saudável que procura proteger a vida. Do mesmo modo, ao fazer uma prova, ao iniciar um relacionamento ou ao se lançar em uma aventura radical, seus níveis de ansiedade e estresse podem, em tese, ser saudáveis e positivos.
A ansiedade é um estado de tensão emocional gerado por conflitos, fobias, perda, frustração, traição, inveja, ciúme, sentimento de incapacidade, bem como por excesso de trabalho intelectual, de informação, de preocupação e pelo uso desmedido da internet e das redes sociais em geral.
Já o estresse é um estado de ansiedade canalizado para o metabolismo cerebral, gerando sintomas psicossomáticos, ou seja, manifestações físicas.
Mas há ansiedade e estresse saudáveis, que animam e preservam a vida.
Por outro lado, quando a ansiedade gera uma mente hiperacelerada, agitada, impaciente e impulsiva, o estresse que ela produz é doentio. Esse tipo de estresse, além de gerar sintomas psicossomáticos mais duradouros, asfixia o ânimo, a motivação, a curiosidade, a resiliência, o raciocínio esquemático e a capacidade de lidar com frustrações.
Portanto, a ansiedade e o estresse são nocivos quando bloqueiam as habilidades intelectuais e emocionais e perpetuam sintomas físicos como cefaleias, dores musculares, queda de cabelo, hipertensão arterial e doenças autoimunes.