INTRODUÇÃO
Redefina o significado de “envelhecer naturalmente”
Meu interesse pelas maneiras naturais de curar e fortalecer o corpo começou bem cedo. Quando eu tinha apenas 3 anos, um dermatologista amigo da família me encorajou a tomar diariamente o sumo de meio limão com um punhado de tabletes efervescentes de vitamina C. Esse se tornou meu lanche favorito. Seu objetivo era evitar resfriados e gripes na infância e manter a pele macia quando eu envelhecesse. Fiquei encantada com a ideia de as vitaminas poderem ajudar o corpo a funcionar bem e se desenvolver. Mais ou menos na mesma época, eu me vi fascinada pelas plantas e flores.
Eu morava na Eslováquia. Às vezes, fazia uma viagem de trem de quase duas horas só para visitar um campo onde crescia uma orquídea roxa chamada Epipactis atrorubens. Quando não conseguia ir até lá, pegava um cartão que eu tinha com uma edelvais colada dentro, levantava o papel celofane que protegia seu formato de estrela e tocava as pétalas pequenas e macias. Para mim, a natureza era fonte de beleza, utilidade e admiração.
Aos 13 anos comprei meu primeiro livro sobre tratamentos de beleza caseiros, Natural Beauty Secrets (Segredos da beleza natural), de Deborah Rutledge, e comecei a inventar misturas para o rosto, o cabelo e o corpo. A primeira foi uma loção de limpeza com lanolina. Fiquei impressionada quando ela removeu rapidamente manchas de caneta dos meus dedos.
Esse interesse sofisticado pela natureza se transformou numa grande paixão, de proporções acadêmicas, pela ciência e pela biologia. Estudei neuropsicologia e neurociência na faculdade e, quando me formei, comecei a dar consultas sobre nutrição e fitoterapia. Fiz mestrado em farmacologia bioquímica e realizei pesquisas envolvendo nutrição, serotonina e depressão, e os canais de sódio, potássio e cálcio dos neurônios. Durante esse tempo, fiquei fascinada com a forma como o funcionamento das células e dos hormônios influencia o envelhecimento – campo que cresceu rapidamente nos últimos anos. Desde então, em um casamento ideal entre minhas paixões e minhas pesquisas e descobertas científicas, venho usando substâncias naturais para reverter o processo de envelhecimento dos meus clientes.
No meu consultório, trato diferentes aspectos do que chamamos de envelhecimento – de doenças cardíacas a diabetes e câncer. As pessoas recorrem a mim quando sentem que “não há nada que os médicos possam fazer”, o que torna o sucesso com terapias naturais ainda mais gratificante. Como resultado, sempre estive na vanguarda desse campo. Por exemplo, eu recomendava gou qi zi, a goji berry, para os rins e os olhos mais de 10 anos antes de esse se tornar um superalimento extremamente popular; aconselhava o uso tópico de vitamina C anos antes de surgir no mercado o primeiro produto com essa substância para tratar rugas; e recomendava que meus pacientes ingerissem óleo de linhaça e gorduras saudáveis quando os médicos ainda insistiam em dizer que gordura e colesterol faziam mal à saúde. Agora, segundo pesquisas recentes, diversas dessas substâncias não são mais consideradas prejudiciais.
Adoro testar em mim mesma novos tratamentos formulados com base em achados científicos empolgantes que, em última análise, formam a base do que estudo, pratico e julgo verdadeiro. Minha rotina antienvelhecimento varia de acordo com as necessidades do dia ou da semana, mas garanto que já usei todas as sugestões deste livro. Meu objetivo é sempre ativar as vias que revertem o envelhecimento e manter as funções celular e hormonal iguais às de uma pessoa jovem.
Se preciso tratar o cabelo, uso alecrim e eucalipto, ou talvez banha de porco ou lanolina. Se minha pele parece cansada, recorro ao óleo de abacate e ao alcaçuz; se estiver flácida, uso uma mistura de óleo de amêndoa e óleo essencial de endro para aumentar o nível de elastina. Acrescento feno-grego em pó e erva-doce em pó diariamente às bebidas. Tomo boro e vitamina E e como macarrão de trigo integral e iogurte de soja todos os dias. Uso ervas ricas em estrogênio (também conhecidas como fitoestrógenos, substâncias que agem de forma semelhante ao estrogênio) no rosto, no cabelo e no corpo. Uma delas é o alcaçuz, em um óleo base de abacate. Outra é uma mistura de erva-doce, semente de anis, ilangue-ilangue, tudo em óleo essencial de endro com uma base de manteiga de cacau ou de óleo de abacate.
Como resultado de todos os meus esforços antienvelhecimento, mesmo com meus 58 anos bem vividos, as pessoas costumam pensar que estou na casa dos 30. Seja qual for sua idade, saiba que você também pode parecer bem mais jovem com o programa Biojovem.
Considero este trabalho bastante recompensador. Recentemente ajudei uma cliente de 40 anos que estava desesperada porque, pouco depois de sofrer uma histerectomia por motivos de saúde, começou a notar sinais de envelhecimento: rugas terríveis, pele flácida. Pedi que não se preocupasse, passei a ela um de meus tratamentos – uma base de azeite e manteiga de cacau com óleos essenciais de erva-doce e ilangue-ilangue –, e, em apenas três dias, seu rosto ficou mais liso e suave.
Há também os casos da minha cliente de 36 anos que conheceu uma pessoa que achou que ela tivesse 16 (sim, 16!) e o da mulher de 60 a quem disseram que tinha um corpo de 25. Esta última vinha usando uma loção para os seios, com azeite e feno-grego em pó, e um creme de manteiga de cacau feito com óleo de abacate e óleos essenciais de erva-doce, ilangue-ilangue, endro e semente de anis. O creme fez com que o tamanho, a firmeza e o peso dos seios aumentassem, deixou-os mais redondos e ainda fez com que os vincos na pele entre eles sumissem – tudo isso muitos anos após ter dado à luz seu último filho. Não é incrível?
Biologicamente natural
A mensagem principal deste livro, e o que o torna tão único e revolucionário, é que, se você seguir os planos apresentados, pode se tornar biologicamente mais jovem. Este livro não vai lhe ensinar a simplesmente parecer jovem com o uso de cosméticos ou meios superficiais. Aqui, parecer e se sentir mais jovem são consequência do efeito antienvelhecimento biológico real e das funções celular e hormonal de fato mais jovens. E o melhor de tudo é que você usará substâncias naturais seguras e incrivelmente efetivas para alcançar esses resultados.
Quando penso em por que é tão maravilhoso usar tratamentos naturais para problemas relacionados ao envelhecimento, três grandes benefícios me vêm à mente. Primeiro: você não vai apenas parecer jovem – vai atrasar o relógio biológico. Os níveis de estrogênio voltam ao normal, a pele fica mais maleável e resiliente. O segundo é consequência de um fato biológico: nossos corpos reagem rapidamente a ervas, alimentos e suplementos naturais porque sua abordagem é suave e está em harmonia com a nossa biologia. O terceiro é a segurança, fundamental para muitas pessoas. As substâncias naturais que recomendo no consultório e neste livro são muito seguras. Eu mesma as uso há décadas, assim como meus clientes, sem qualquer efeito colateral adverso. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer da terapia hormonal convencional ou de muitos cremes e fórmulas de manipulação.
Meu programa foi elaborado a partir de descobertas científicas, casos bem-sucedidos de clientes e experiências pessoais com ervas medicinais, alimentos e suplementos naturais que existem há milhares de anos. A ciência vem comprovando que substâncias mais leves e naturais exercem efeitos antienvelhecimento incríveis. Pesquisadores têm classificado e nomeado os princípios ativos encontrados em ervas, alimentos e outras fontes naturais. A camomila, por exemplo, é uma erva, mas a alantoína é um composto isolado da camomila que é denominado “cosmecêutico”. A quercetina, encontrada em cebolas, é denominada “nutracêutico”. Todos esses compostos são conhecidos como “biocêuticos”. Como a substância usada determina sua denominação, a alantoína, que é usada externamente ou topicamente na pele, é um cosmecêutico. Já a quercetina, usada na forma de comprimidos, cápsulas ou drágeas, é um nutracêutico. Para facilitar a compreensão, esses compostos serão chamados “substâncias naturais”, mas todos têm nomes científicos.
O auge da vida, momento em que tudo no corpo funciona da melhor maneira, acontece aos 30 anos. Depois disso, as funções celular e hormonal decaem rapidamente, e temos o envelhecimento. Assim, o intuito do programa Biojovem é fazer as funções celular e hormonal voltarem ao nível em que estavam nessa idade. Vou mostrar como podemos ativar mecanismos bioquímicos e reverter danos para voltar a esse ápice.
Por que o ideal é ter as funções celular e hormonal de uma pessoa jovem
Neste livro, farei muitas referências a dois níveis de envelhecimento, pois é necessário tratar os dois para rejuvenescer. O primeiro é o envelhecimento celular, que envolve a desaceleração da função celular. Nesse caso, os componentes da célula desempenham suas tarefas com menos eficiência e rapidez do que em um corpo jovem, levando a alterações genéticas que podem resultar em câncer ou em mudanças na produção de componentes estruturais essenciais, como o colágeno e a elastina, causando a formação de rugas.
O envelhecimento das células afeta a atividade celular básica que acontece no corpo constantemente, reduzindo a produção de muitos componentes. Um dos principais é o trifosfato de adenosina (ATP), fonte de energia sem a qual as células do corpo e, portanto, o próprio corpo não funcionariam.
Já o envelhecimento hormonal se refere à redução do nível dos hormônios essenciais que ocorre com a idade e pode causar um impacto negativo na aparência, na energia e na libido. Considero a diminuição dos hormônios sexuais especialmente prejudicial ao nosso estado físico e emocional, mas outros também são importantes e diminuem com a idade, como o hormônio do crescimento humano – que fortalece músculos e ossos – e a melatonina, responsável pela qualidade do sono e pelo nível de energia no dia seguinte. O sistema hormonal é mais lento do que a atividade dentro da célula e tem um campo de ação amplo, influenciando, assim, o funcionamento geral dos órgãos.
Os dois sistemas têm áreas de atuação distintas: a atividade celular ocorre dentro das células, enquanto a atividade hormonal rege os órgãos. Substâncias naturais, como o chá verde, podem afetar a atividade celular e impedir alterações genéticas, oferecendo ampla proteção contra o câncer. Os hormônios também afetam as células, porém de modo mais geral e extremamente poderoso. Sem um componente de rejuvenescimento hormonal, não é possível evitar ou reverter todo o impacto do envelhecimento. O chá verde, por exemplo, protege contra os danos do sol, mas não consegue restaurar a espessura da pele. Para isso são necessários os hormônios sexuais, especialmente o estrogênio, na mulher, e o estrogênio e a testosterona no homem.
O envelhecimento celular e o envelhecimento hormonal não ocorrem separadamente nem afetam sistemas diferentes. Tudo no corpo acontece de maneira simultânea e o tempo todo. Sempre trato as duas formas de envelhecimento juntas, mas, para facilitar a compreensão, eu as separo quando discuto mecanismos específicos.
Neste exato momento, trilhões de reações bioquímicas estão acontecendo no seu corpo. A síntese e a degradação – dois mecanismos opostos – ocorrem quase ao mesmo tempo. Os hormônios afetam o funcionamento da célula, e, quando as células dos órgãos produtores de hormônios envelhecem, o resultado é a redução no nível hormonal. Por outro lado, a recuperação ocorre logo, e continua ocorrendo, desde que você a estimule da maneira mais adequada.
Certas melhorias aparecem antes, porque alguns sistemas acabam se restaurando mais depressa que outros. A pele, por exemplo, é um dos primeiros a exibir essa melhora, porque suas células se renovam rapidamente. Já o cabelo demora mais. Em relação a isso, é importante notar que abordagens puramente celulares são menos efetivas do que uma abordagem celular e hormonal combinada. Por exemplo: a aplicação de cafeína promove mudanças no nível celular, mas é bem menos efetiva do que a abordagem celular e hormonal sugerida neste livro, que emprega óleos essenciais de alecrim, eucalipto, erva-doce e ilangue-ilangue para atacar ambas as frentes.
Quando trato de problemas ligados à idade, os objetivos clínico e estético são os mesmos. O que é visível no rosto, como o desaparecimento de rugas, é resultado da redução de alterações no código genético, de uma síntese de proteínas estruturais mais acurada e de um estado hormonal mais jovem. Isso também significa redução do risco de doenças cardíacas, câncer, diabetes e outras condições clínicas relacionadas à idade.
Casos de sucesso no combate ao envelhecimento
Embora eu me considere uma cientista, alguns dos “dados” mais convincentes que obtive são as histórias de sucesso de meus clientes. Eu me lembro de Janet, uma mulher na casa dos 50 anos. Ela era fumante e alcoólatra inveterada, o que contribuiu para os vincos e rugas ao redor da boca. A perda acentuada de firmeza na área fazia seus lábios parecerem murchos. Ela havia tentado vários tratamentos e cremes caros antes de me procurar. Sugeri a aplicação tópica de uma fórmula de vitamina C. Como resultado, não só seus lábios melhoraram, como seu rosto ganhou um tom uniforme e brilhante, e não houve efeitos colaterais.
O envelhecimento também afeta o cabelo e o couro cabeludo. Com quase 50 anos, minha cliente Sandra ficou chocada ao descobrir que havia áreas sem cabelo (alopecia) logo acima das têmporas. Além disso, seu cabelo estava rareando – ela mal conseguia juntar o suficiente para fazer um pequeno coque. Eu a aconselhei a esfregar óleos essenciais de alecrim e eucalipto no couro cabeludo, com atenção especial às áreas onde o cabelo estava ficando ralo. Após duas semanas, ele já havia voltado a crescer, e apenas oito meses depois ela percebeu que a calva estava diminuindo. Além disso, o cabelo estava mais espesso, pesado e com uma textura melhor.
Claro que nem todos os problemas de envelhecimento são estéticos; muitos são funcionais e podem afetar sua confiança a ponto de prejudicar todos os aspectos da vida. Por exemplo, minha cliente Carol tinha cerca de 55 anos quando me consultou para tratar um caso grave de atrofia vaginal – adelgaçamento, ressecamento e inflamação das paredes vaginais causados pela redução do estrogênio –, que afetava sua vida sexual e sua autoconfiança. Ela se sentia tão mal consigo mesma que evitou relações sexuais por dois anos. Como último recurso, recorreu a mim, e ficou muito satisfeita. Sugeri um creme de manteiga de cacau e abacate com um pouco de óleo essencial de erva-doce para evitar a irritação dos delicados tecidos vaginais. Além disso, para aumentar os níveis hormonais, ela tomou um suplemento de genisteína e feno-grego em pó misturado a uma bebida. Seu corpo reagiu em poucos dias, e a vagina retornou a um estado jovem – paredes mais espessas, maior lubrificação e canal vaginal mais longo. Como as paredes vaginais são formadas por mucosa, o tratamento foi facilmente absorvido e todo o seu corpo se beneficiou. Sua pele brilhava, suas articulações pareciam mais flexíveis, e ela ainda perdeu barriga. Os efeitos colaterais? Ela passou a ter mais confiança, sua libido aumentou e o sexo voltou a ser prazeroso.