O ônibus da energia | Sextante

O ônibus da energia

Jon Gordon

10 princípios para abastecer sua vida e seu trabalho de energia positiva

10 princípios para abastecer sua vida e seu trabalho de energia positiva

Mais de 2 milhões de livros vendidos.

“Propósito, visão, entusiasmo e consciência são elementos cruciais para o sucesso individual e coletivo. Jon Gordon entrelaça esses princípios em um livro dinâmico e agradável que vai abastecer sua equipe – e você mesmo – de energia positiva.” – Pat Williams, vice-presidente do Orlando Magic

 

“Ninguém passa pela vida sem enfrentar algum tipo de dificuldade e, nesses momentos, a solução é a energia positiva.

Estou me referindo ao otimismo, ao entusiasmo, ao amor, à firmeza, à confiança, à alegria, à paixão e à vontade de viver, trabalhar e atingir melhores resultados.

Falo de formar e liderar equipes bem-sucedidas, de superar as adversidades, de compartilhar a energia com colegas e clientes, de obter o melhor de nós mesmos e dos outros.

Falo também de enfrentar situações e pessoas negativas (que chamo de vampiros da energia) que ameaçam sabotar nossa saúde, nossa família, nossa equipe e nosso sucesso. Embora esta história se passe num ambiente empresarial, ela foi escrita para todas as pessoas.

Todos nós fazemos parte de uma equipe, cujos membros – sejam nossos colegas de trabalho, esporte, família, igreja ou escola – podem se beneficiar dos 10 princípios apresentados neste livro.

Afinal, pessoas e equipes positivas produzem excelentes resultados e o ingrediente fundamental é a energia positiva.” – Jon Gordon

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Ficha técnica
Lançamento 11/01/2023
Título original The Energy Bus
Tradução Marcelo Mendes
Formato 14 x 21 cm
Número de páginas 160
Peso 300 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-547-7
EAN 9786555645477
Preço R$ 44,90
Ficha técnica e-book
eISBN 978-65-5564-548-4
Preço R$ 27,99
Ficha técnica audiolivro
ISBN 9786555646191
Duração 03h 28min
Locutor Sidney Ferreira
Lançamento 11/01/2023
Título original The Energy Bus
Tradução Marcelo Mendes
Formato 14 x 21 cm
Número de páginas 160
Peso 300 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-547-7
EAN 9786555645477
Preço R$ 44,90

E-book

eISBN 978-65-5564-548-4
Preço R$ 27,99

Audiolivro

ISBN 9786555646191
Duração 03h 28min
Locutor Sidney Ferreira
Preço US$ 7,99

Leia um trecho do livro

Prefácio

 

Começo muitas de minhas palestras pedindo às pessoas que se levantem e façam duas coisas. Primeiro, digo para cumprimentarem os outros participantes como se eles não tivessem a menor importância. Passadas as risadinhas iniciais, ouve-se apenas um zumbido enquanto todos andam para lá e para cá, tentando não dar atenção aos outros. Depois, interrompo a atividade e peço que continuem se cumprimentando, mas desta vez como se estivessem entre velhos amigos que não viam há muito tempo. O salão irrompe numa gargalhada e o barulho fica cada vez mais alto enquanto as pessoas riem, se abraçam e conversam.

Quando todos se sentam novamente, pergunto:

– Por que acham que pedi a vocês para fazerem essas duas coisas?

Diante do silêncio da plateia, digo que a resposta é a energia positiva:

– Para levarmos uma organização ao sucesso, precisamos aprender a trabalhar a energia das pessoas, inclusive a nossa.

Em que momento havia mais energia nesta sala: durante a primeira ou a segunda atividade?

Evidentemente todos respondem:

– Na segunda!

– O que fiz para alterar a energia? – pergunto e eu mesmo respondo: – Apenas mudei o foco do pensamento de vocês do negativo para o positivo e a energia aumentou dez vezes.

Este é um dos motivos de minha admiração por Jon Gordon e seu livro, O Ônibus da Energia. Todas as manhãs podemos fazer uma escolha: vamos pensar de maneira positiva ou negativa? O pensamento positivo nos dá energia.

E, quando chegamos ao trabalho, também temos duas opções: podemos reconhecer as pessoas pelo que elas fazem corretamente ou criticá-las pelo que fazem de errado. Adivinhe qual das duas alternativas oferece mais energia às pessoas?

Se quiser dar uma injeção de ânimo na sua família, carreira, equipe ou organização, leia este livro. A energia e os conselhos de Jon Gordon vão saltar das páginas e ajudar você a cultivar a energia positiva em tudo o que faz – e você fará do mundo um lugar melhor.

Obrigado, Jon, por nos encher de energia e nos mostrar o ônibus correto a tomar.

– Ken Blanchard
Coautor de O Gerente-Minuto
e de O Empreendedor-Minuto

 

Nota do autor

 

É interessante olhar para trás e ver como certos acontecimentos nos trouxeram até onde estamos agora. A inspiração para escrever O Ônibus da Energia é um bom exemplo disso. Eu estava numa viagem por 28 cidades para promover meu primeiro livro, Energy Addict: 101 Ways to Energize Your Life (Viciado em energia: 101 maneiras de energizar sua vida), quando conheci uma motorista no ônibus que tomei para ir da locadora de automóveis em Denver até o aeroporto. Tinha o sorriso mais radiante que já vi e distribuía pérolas de sabedoria capazes de mudar a vida das pessoas. Isso me deixou muito impressionado. Essa motorista personificava a energia positiva sobre a qual eu vinha falando em minha turnê. Escrevi um artigo sobre nosso encontro em minha newsletter semanal, com o título “10 princípios para a viagem da sua vida”. Recebi diversas mensagens entusiasmadas dizendo que aquela era a melhor newsletter que eu já tinha escrito. Então, certo dia, durante uma caminhada, a ideia e o enredo deste livro me vieram à cabeça. E, quando comecei a escrever, as palavras fluíram de tal forma que não consegui mais parar.

Portanto, é com enorme prazer que convido você a embarcar no Ônibus da Energia para uma viagem curta, porém divertida e importante. Espero que você use este livro não só para abastecer de energia positiva sua vida, seu trabalho e sua equipe, mas também para aprender a tirar o máximo proveito de sua jornada. Afinal, o objetivo da vida é manter o espírito jovem, se divertir e chegar ao destino final o mais tarde possível, com um belo sorriso no rosto, sinal de que você realmente aproveitou a viagem.

Também gostaria de registrar meu agradecimento às seguintes pessoas e obras por terem inspirado certas ideias neste livro:

Trechos do livro infantil mencionado na história foram inspirados em Richard Bach, autor de Ilusões e Fernão Capelo Gaivota, que disse: “A ninguém é dado um desejo sem o poder de realizá-lo.”

A fórmula da energia positiva, A + P = R (Acontecimentos + Percepção = Resultados), foi inspirada na que Jack Canfield, autor de Os princípios do sucesso, compartilhou comigo.

As informações contidas no “livro da energia” mencionado na história vêm do meu livro The 10-Minute Energy Solution (A solução da energia em 10 minutos).

A passagem sobre Abraham Lincoln durante a Guerra Civil foi inspirada numa gravação de Jim Collins, autor de Empresas feitas para vencer. No entanto, embora Jim Collins também fale sobre a importância de convidarmos as pessoas certas para nosso ônibus, a ideia deste livro é originalmente minha.

Tomei conhecimento da pesquisa que ilustra o princípio no 9, sobre os engenheiros aeronáuticos, por meio de Laurie Beth Jones e seu livro Jesus, o maior líder que já existiu.

As pesquisas sobre a energia do coração foram realizadas pelo HeartMath Institute (www.heartmath.org). O trabalho desse instituto é realmente fenomenal e inovador.

O ônibus de Joy era o 11 porque esse é um número especial para mim.

Muita energia positiva para você.

– Jon

 

Introdução

 

Energia positiva… Essa é uma expressão cada vez mais ouvida nas salas de aula, nos auditórios, nos vestiários e até mesmo nas salas de estar. Talvez por causa da enorme quantidade de novas pesquisas que demonstram que pessoas, comunicações, interações, equipes e culturas de trabalho positivas produzem ótimos resultados. Ou, quem sabe, porque, em um sentido mais profundo, nós percebamos que todas as pessoas, carreiras, empresas, organizações, famílias e equipes precisam superar a negatividade, a adversidade e os desafios para definirem a si mesmas e alcançar o sucesso.

Ninguém passa pela vida sem enfrentar algum tipo de dificuldade e, nesses momentos, a solução é a energia positiva – não aquele tipo que envolve gritinhos de “uhul!”, embora em algumas ocasiões isso também seja válido. Estou me referindo ao otimismo, ao entusiasmo, ao amor, à firmeza, à confiança, à alegria, à paixão e à vontade de viver, trabalhar e atingir melhores resultados. Falo de formar e liderar equipes bem-sucedidas, de superar as adversidades na vida e no trabalho, de compartilhar a energia com colaboradores, colegas e clientes, de obter o melhor de nós mesmos e dos outros, de enfrentar situações e pessoas negativas (que chamo de vampiros da energia) que ameaçam sabotar nossa saúde, nossa família, nossa equipe e nosso sucesso.

A energia positiva é algo bastante real e no meu trabalho com milhares de organizações, equipes, líderes, profissionais de vendas, professores, atletas, técnicos, pais, mães e até crianças pude testemunhar o extraordinário poder que ela tem. Vi diretores de escola mudarem completamente o rumo de suas instituições ao aumentarem o ânimo dos alunos. Ouvi líderes dizerem como minhas estratégias os ajudaram a promover o sucesso de colaboradores e equipes. Sobreviventes de câncer falaram sobre a importância da atitude positiva no seu restabelecimento. Atletas relataram como conseguiram superar obstáculos para alcançar seus objetivos. Um sem-número de e-mails de executivos diligentes relataram histórias de promoções e vitórias profissionais. Houve até o testemunho de uma mulher que contou que seu filho, Joshua, ao saber do divórcio dos pais, disse que tentaria enfrentar a situação com coragem e otimismo, pois as pessoas positivas têm vidas mais longas, felizes e saudáveis. Joshua se lembrava do que eu tinha dito um ano antes, numa palestra em sua escola sobre a importância da energia. Essa história não só me comoveu como também me motivou bastante.

Pessoas como Joshua me inspiram a escrever sobre a energia positiva e a espalhá-la, pois comprovam não só a importância do assunto como também sua eficácia. Espero que você use este livro para cultivar essa energia na sua vida pessoal e profissional e depois compartilhe sua experiência com colegas, clientes, amigos e familiares. Estou certo de que, ao aplicar os conceitos aqui propostos, você será mais feliz, obterá resultados mais satisfatórios, trabalhará melhor com equipes e alcançará o sucesso desejado.

Embora esta história se passe num ambiente empresarial, ela foi escrita para todas as pessoas. Todos nós fazemos parte de uma equipe, cujos membros – sejam colegas de trabalho, da igreja, da escola, parceiros esportivos, familiares – podem se beneficiar dos 10 princípios simples e eficazes apresentados neste livro. Afinal, pessoas e equipes positivas produzem excelentes resultados e o ingrediente fundamental é a energia positiva.

 

Capítulo 1

Pneu furado

 

Era segunda-feira, dia que nunca era bom para George. Ele estava de pé na porta da garagem olhando para o carro e balançando a cabeça. Nenhuma surpresa. Nos últimos anos, a má sorte o vinha perseguindo como uma nuvenzinha pairando sobre ele, e hoje não era diferente. O pneu do carro estava completamente vazio e George, prestes a explodir.

– Hoje não! – exclamou ao abrir o porta-malas e constatar que o estepe também estava vazio.

Ouviu a voz de sua mulher na cabeça:

Você devia cuidar disso, George. Qualquer dia desses um pneu vai furar e você vai precisar do estepe.

Por que tinha que estar sempre certa?, pensou. Então se lembrou de seu vizinho Dave e correu para ver se ele já tinha saído. Dave também trabalhava no centro da cidade e George esperava poder pegar uma carona com ele.

George tinha uma reunião importante com sua equipe e não podia chegar atrasado. Não naquele dia. Constatando que o vizinho já havia partido, deu um murro no ar. Claro que Dave já tinha ido. Por que ainda estaria em casa? Seria fácil demais.

Com a testa ensopada de suor, George correu de volta para casa, parou diante da garagem e, encarando o celular, tentou se lembrar de alguém do trabalho para quem pudesse ligar.

Pense, George, pense.

Logo percebeu que não havia ninguém que pudesse lhe dar carona. A única alternativa era sua mulher, a última pessoa a quem ele queria pedir ajuda.

Entrando em casa, George ouviu a costumeira algazarra vindo da cozinha: o cachorro pulando de um lado para outro e a mulher tentando fazer as crianças se acalmarem e tomarem o café da manhã antes de saírem para a escola. Assim que viram o pai espiando atrás da porta, elas se agitaram novamente.

– Oi, papai! – gritaram.

A menina correu e o abraçou pela cintura.

– Eu te amo, papai – disse. George mal prestava atenção à filha.

– Pai, a gente pode jogar um pouco de basquete agora? – berrou o menino.

George era uma espécie de celebridade arredia em sua própria casa. Todos queriam a atenção dele e tudo o que ele queria era um pouco de silêncio.

– Não! – berrou ele de volta. – Não é fim de semana. Papai precisa ir trabalhar. Vocês dois, fiquem quietinhos enquanto converso com a mamãe. Querida, o pneu do carro furou e hoje tenho uma reunião muito importante. Preciso pegar seu carro emprestado – disse George afoito.

– E o estepe? – retrucou ela.

– Você tinha que tocar nesse assunto, claro. Não consertei o estepe.

– Bem, dessa vez não vou poder ajudar, George. Tenho que deixar as crianças na escola, marquei hora no dentista, preciso levar o cachorro ao veterinário, tenho uma reunião de pais… Quer que eu continue? Você não é o único com coisas a fazer. Você age como se fosse a única pessoa importante desta família, mas sou responsável por esta casa e, se eu ficar sem carro hoje, não poderei fazer o meu trabalho. – Ela havia adquirido um talento especial para armar uma bela defesa antes que George pudesse atacar.

– Certo, mas, se eu chegar atrasado a essa reunião, é bem provável que eu fique sem emprego – devolveu ele.

Enquanto o casal continuava discutindo, o cachorrinho de cinco meses resolveu cumprimentar George, pulando e babando nele, até ele decidir puxá-lo pela coleira e trancafiá-lo no canil.

– Por que diabos compramos um cachorro? – perguntou. – Com tudo o que está acontecendo, será que precisamos mesmo de um cachorro?

– Ah, só faltava essa – disse a mulher, diante da filhinha que se desmanchava em lágrimas dizendo:

– O papai não gosta do Sammy.

– Não posso lidar com isso agora – disse George.

– Parece que você não pode lidar com nada em hora nenhuma – argumentou a mulher.

– Será que você não pode me dar uma carona depois de deixar as crianças na escola? Talvez eu chegue a tempo para a reunião.

– Não dá, George. Não ouviu tudo o que tenho para fazer hoje? O trânsito vai estar um inferno no caminho de volta e vou perder o dia. Por que você não vai de ônibus? – sugeriu ela. – O ponto não fica longe daqui.

– Ônibus? Você só pode estar brincando. Não sei há quanto tempo não pego um ônibus. Quem anda de ônibus? – perguntou George contrafeito.

– Você – respondeu a mulher secamente – Pelo menos hoje.

– Muito bem, então – disse George, pegando a pasta e disparando porta afora, para sua caminhada de um quilômetro e meio rumo ao ponto.

O ônibus 11 parou diante de um George ofegante e resmungando em voz baixa. Estranho, pensou ele. Consegui chegar a tempo. Com a minha sorte, achei que fosse perder a condução.

Ao subir, George encarou a motorista, que tinha os olhos mais brilhantes e o sorriso mais largo que ele já tinha visto.

– Um bom dia para você, coração – disse ela, animada.

Ele simplesmente resmungou qualquer coisa e foi se sentar, perguntando-se o que aquele dia tinha de bom.

Porém, pelo retrovisor, a motorista continuou olhando para George enquanto ele caminhava até o banco.

Ele podia sentir seu olhar. Por que ela está olhando para mim? Paguei a passagem, não paguei?

Vendo no espelho o sorriso escancarado da motorista, ele se perguntou: será que ela nunca para de sorrir? Por acaso não sabe que hoje é segunda-feira? Quem sorri numa segunda-feira?

– Para onde você está indo? – perguntou ela.

– Eu? – disse George, apontando para si mesmo.

– É, você, coração. Nunca o vi no meu ônibus antes e conheço todo mundo que frequenta esta linha.

– Para o trabalho – respondeu ele – Na NRG Company.

– Aquele prédio no centro com a lâmpada gigante em cima?

– Esse mesmo. Nós fabricamos lâmpadas – disse George, desejando ter um jornal atrás do qual pudesse se esconder.

– Então, a que devemos a honra de ter o senhor no nosso ônibus hoje? – indagou a motorista.

– Pneu furado. Detesto andar de ônibus, mas tenho uma reunião com minha equipe e não me restou outra opção.

– Bem, então relaxe e não se preocupe. Você pode não gostar de andar de ônibus, mas vou lhe dizer uma coisa: este não é um ônibus qualquer. É o meu ônibus e aposto que você vai gostar da viagem. Aliás, meu nome é Joy. E o seu?

George resmungou seu nome, ansioso para ser deixado em paz. Era um homem de poucas palavras e de pavio curto. Mesmo em seus melhores dias não gostava de bater papo e com certeza não estava disposto a conversar com uma motorista de ônibus que aparentemente havia exagerado na dose de café e que ainda por cima tinha um nome que significava “alegria”. Típico, pensou. Alegria era algo que certamente estava faltando em sua vida. George não conseguia lembrar a última vez que se sentira feliz. Aposto que ela não tem preocupação nenhuma, pensou. Só o que precisa fazer é dirigir um ônibus o dia inteiro, sorrir e ser simpática com os passageiros. Ela pode me cobrir de sorrisos e gentilezas, mas não sabe nada a meu respeito. Nem imagina o estresse por que passo todos os dias. Não sabe das responsabilidades que enfrento no trabalho e em casa. Mulher, filhos, chefe, prazos, hipoteca, prestações do carro, uma mãe com câncer. Ela não sabe como estou exausto.

Mas Joy sabia. Todos os dias ela os via entrar e sair de seu ônibus, era capaz de reconhecê-los imediatamente. Eles vinham em todas as formas, idades, cores e tamanhos: homens, mulheres, brancos, negros, asiáticos, ricos e pobres. No entanto, todos tinham uma aura semelhante que ela identificava assim que os via. Eram apáticos. Faltava-lhes ânimo, como se uma luz tivesse se apagado dentro deles. Ela podia distinguir as pessoas que brilhavam das que emitiam apenas uma luz pálida. Chamava-os de “pilhas fracas”. Andavam feito zumbis, tentando apenas chegar inteiros ao fim do dia. Nenhuma determinação, nenhum entusiasmo. Era como se sua energia tivesse sido sugada pela rotina. Ela era capaz de identificar os homens que haviam desistido de seus sonhos, as mulheres que trabalhavam durante o dia e cuidavam da família à noite sem a participação de seus companheiros. Ouvia reclamações o tempo todo. Muita gente estressada, exausta, sobrecarregada de trabalho. Por isso decidiu que seria Embaixadora da Energia e recarregaria todos os passageiros de seu ônibus, que desde então passou a se chamar “Ônibus da Energia”. E, se havia alguém precisando disso, esse alguém era George.

– Você sabe que não foi à toa que pegou este ônibus, George – disse ela com firmeza. – Todos sabem.

– Não. Peguei este ônibus porque o pneu do meu carro furou – cuspiu ele de volta.

– Você pode ver as coisas por esse ângulo, mas também pode ampliar seus horizontes. Tudo acontece por um motivo. Não se esqueça disso. As pessoas que conhecemos, os acontecimentos da nossa vida. Todo pneu furado tem sua razão de ser. Você pode optar por ignorar esses motivos ou tentar conhecê-los e aprender alguma coisa. Cada problema nos traz um presente, como já disse meu amigo Richard Bach. Você pode olhar para o problema ou para o presente, a escolha é sua. E é isso que vai determinar se sua vida é uma história de sucesso ou um dramalhão. Apesar de eu adorar novelas, George, não gosto de ver as pessoas da vida real vivendo assim. Só de olhar para você, sei que não fez a escolha certa. Então, escolha melhor, George. Escolha melhor!

Nesse instante o ônibus parou e George desceu o mais rápido que pôde. Tinha a sensação de ter sido atropelado por um ônibus e não de ter desembarcado de um. “Escolha melhor”, “dramalhão”, essas palavras ecoavam em sua cabeça. Melhor deixar para lá, pensou, dando de ombros. Sua equipe estava à sua espera e ele detestava se atrasar.

Joy nem sempre era assim tão dura com seus passageiros, jogando a verdade na cara deles dessa forma, mas com os teimosos feito George não havia outro jeito. Eram esses que costumavam ter o maior potencial. Joy sabia disso porque muitos anos antes ela havia sido exatamente igual. Negativa, cansada, para baixo, alheia às coisas. Tinha raiva do mundo e jamais aceitava a ajuda que lhe ofereciam, pois achava que não merecia. É irônico como as pessoas que mais precisam de auxílio quase sempre são as que mais relutam em recebê-lo. Joy costumava se esconder dentro de uma armadura, do mesmo modo que George fazia agora, e às vezes somente a verdade nua e crua era capaz de transpor essa defesa. Supondo que jamais veria George outra vez, ela esperava que suas palavras contundentes surtissem algum efeito.

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Sobre o autor

Jon Gordon

Formado pela Cornell University e mestre pela Emory University, JON GORDON é autor de 26 livros, dos quais 12 entraram para as listas de mais vendidos. Seus princípios de positividade foram colocados em prática por empresas como Dell, Truist Bank e Southwest Airlines, pelo time de beisebol Los Angeles Dodgers e pela Academia Militar de West Point. É mundialmente famoso por suas palestras motivacionais e treinamentos para lideranças e escolas, sempre com foco no desenvolvimento de uma cultura de resultados positivos.

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