O pequeno livro dos anjos | Sextante
Livro

O pequeno livro dos anjos

Nicole Masson

Com lindas ilustrações e prefácio de Pedro Siqueira, autor de Todo mundo tem um anjo da guarda, esta obra é um presente especial para quem deseja conhecer mais os seres angélicos e permitir que eles guiem seu caminho, inspirando e confortando.

 

Guardiões e mensageiros divinos, os anjos estão presentes em diversas culturas, religiões e crenças populares, alcançando uma dimensão universal. Porém, ainda há muitos mistérios em torno deles.

Qual é sua origem e sua aparência? Existe uma hierarquia entre eles? Como atuam os anjos da guarda? Quais são seus nomes? Como eles se relacionam com os santos, sendo sinais de milagres?

Para responder a essas e muitas outras questões, a pesquisadora francesa Nicole Masson reuniu as mais variadas informações e curiosidades, mostrando a presença dos anjos não só no cristianismo, mas também no universo judaico, muçulmano e esotérico.

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Ficha técnica
Lançamento 09/11/2021
Título original Le Petit Livre des anges
Tradução Dorothée de Bruchard
Formato 12,7 x 17,8 cm
Número de páginas 208
Peso 150 g
Acabamento Capa dura
ISBN 978-65-5564-212-4
EAN 9786555642124
Preço R$ 59,90
Ficha técnica e-book
eISBN 9786555643138
Preço R$ 34,99
Ficha técnica audiolivro
ISBN 9786555643442
Duração 02h 33min
Locutor Pérola Paes
Lançamento 09/11/2021
Título original Le Petit Livre des anges
Tradução Dorothée de Bruchard
Formato 12,7 x 17,8 cm
Número de páginas 208
Peso 150 g
Acabamento Capa dura
ISBN 978-65-5564-212-4
EAN 9786555642124
Preço R$ 59,90

E-book

eISBN 9786555643138
Preço R$ 34,99

Audiolivro

ISBN 9786555643442
Duração 02h 33min
Locutor Pérola Paes
Preço US$ 7,99

Leia um trecho do livro

PREFÁCIO

 

Quando recebi o convite da Editora Sextante para escrever o prefácio deste livro, me senti honrado. Aprecio bastante o tema dos anjos. Ele está presente em toda a minha obra, especialmente em Todo mundo tem um anjo da guarda e Viagens místicas.

Lembro-me do dia em que estive na editora para uma reunião e me deparei com um pequeno livro francês, um belo volume de capa dura que exibia a imagem de um anjo empunhando um cálice dourado e a hóstia consagrada. Ele se destacava em meio a outros exemplares. Decidi levá-lo para ler.

O pequeno livro dos anjos é uma leitura muito prazerosa. Ele aborda, de forma resumida, pontos muito interessantes da angelologia (ramo da teologia que estuda os anjos): a origem dos anjos, sua aparência, hierarquia, relação com os santos, os anjos da guarda e os arcanjos.

Este livro se baseia, em grande parte, nas tradições e nos escritos das religiões católica, judaica e islâmica, que têm como verdade de fé a presença dos anjos em nosso mundo, em nossas vidas. Nicole Masson realizou um estudo comparado dessas crenças, valendo-se, em especial, da Bíblia.

Por ter devoção aos arcanjos, especialmente a quatro deles, gostei muito do destaque que a autora dá ao papel de cada um, baseada na tradição judaica. Ela afirma, por exemplo, que Miguel é o guardião dos filhos de Israel, Gabriel dá força e coragem, Rafael cuida da saúde física e espiritual das pessoas e Uriel ilumina os homens em meio às trevas.

Na minha caminhada missionária, observei que os fiéis têm curiosidade em saber qual a aparência dos anjos. Cuidei desse assunto em Todo mundo tem um anjo da guarda, comentando, em detalhes, como vejo meu anjo da guarda. Nicole também não fugiu ao tema. Depois de esclarecer que em nenhum lugar do Antigo Testamento há uma definição completa dos anjos, ela os apresenta como criaturas de corpo luminescente e feições radiantes, que surgem frequentemente em meio a uma manifestação luminosa.

Sempre os vi dessa forma mesmo. A descrição pode parecer estranha para algumas pessoas, mas, como bem explica o Catecismo da Igreja Católica, em seu número 330, os anjos são criaturas puramente espirituais, dotadas de inteligência e vontade, que são imortais e superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Eles não têm, portanto, um corpo físico como o nosso, apesar de poderem, quando Deus julga conveniente, se materializar diante dos nossos olhos humanos.

Nicole Masson também traz muitas curiosidades interessantes sobre os anjos da guarda. Concordo plenamente com ela sobre a importância desses seres em nossa vida: eles ajudam o protegido a realizar sua salvação, velam por seu sono e o representam junto a Deus durante a noite, acordando-o pela manhã e o auxiliando na luta contra a preguiça.

Sempre defendi que os anjos não estão em nosso planeta apenas para cuidar dos homens e da natureza. O Pai Celestial designou alguns desses seres para protegerem e guiarem também as nações da Terra. Como exemplo, temos o Anjo de Fátima, que, em 1916, no Bosque de Valinhos, se identificou aos três pastorinhos como o Anjo de Portugal (notadamente, o protetor daquele país). Com pensamento semelhante, a autora explica que há anjos à frente de comunidades ou cidades.

Assim, Nicole Masson traz informações relevantes e muitas vezes desconhecidas sobre os seres angélicos, em uma leitura de fácil compreensão. Para complementar, apresenta inúmeras ilustrações belas e históricas que demonstram o interesse de artistas pelos anjos ao longo dos séculos.

Espero que desfrutem ao máximo este livro na companhia dos magníficos mensageiros de Deus!

Pedro Siqueira

 

 

OS ANJOS, SERES ENIGMÁTICOS

 

A invenção da litografia a cores (cromolitografia) no século XIX favoreceu a difusão das imagens religiosas. Comumente chamadas de “cromos”, foram amplamente utilizadas para festejar a Primeira Comunhão na religião católica – seguindo o costume de brindar os fiéis com missais ou santinhos.

A técnica dos cromos também serviu para difundir outros temas nos anúncios das primeiras grandes lojas de departamentos, de comerciantes e empresários, atraídos por esse novo “meio de comunicação”.

Livros ilustrados de cromos dedicados à representação dos anjos deram-nos a oportunidade de revisitar esses seres celestes enigmáticos. Eles chegaram a ser idolatrados por hereges, mas esse culto foi censurado pela Igreja, por se tratar de uma forma de paganismo.

Os anjos alcançaram uma dimensão universal: estão presentes na cultura judaico-cristã, no islã e nas crenças populares. A Bíblia faz alusão a eles no Antigo e no Novo Testamento, mas são os textos não canônicos, também chamados de “apócrifos”, aqueles que mais descrevem a aparência, as ações e as funções dos anjos. Os que trazem informações mais precisas são os livros “intertestamentários”, isto é, aqueles redigidos no período entre os dois testamentos, como o Livro de Enoque (bisavô de Noé) ou certos Apocalipses.

Essas revelações (sentido original do termo “apocalipse”) dão um lugar proeminente às intervenções angélicas e descrevem com detalhes a “hierarquia celeste”. Os anjos são seres protetores, além de mensageiros de Deus. Eles possibilitam aos humanos se comunicar com o invisível, em geral mostrados com asas majestosas que lhes permitem transitar entre o céu e a terra e despertam curiosidade em todas as religiões.

Sua representação tem forte origem nas pequenas divindades aladas da Antiguidade mesopotâmica e, posteriormente, foi influenciada pelo panteão greco-latino. Os mais conhecidos são Gabriel, Rafael e Miguel, os três grandes arcanjos comuns às religiões monoteístas. Os mais familiares são os anjos da guarda, companheiros do dia a dia e guardiões do sono.

Os santos anjos podem ser “eleitos” protetores de uma nação ou de um povo, e cada um deles cumpre uma missão específica, às vezes na qualidade de padroeiro dos viajantes, dos farmacêuticos, dos padeiros e confeiteiros, e até mesmo dos profissionais de rádio e televisão.

Seus poderes sobrenaturais sempre exerceram fascínio sobre os homens, que neles projetam seus medos e suas esperanças. Os incontáveis anjos formam legiões armadas no céu, que treinam para o grande combate contra as forças do Mal, Satanás e os anjos rebeldes e caídos.

 

DE CONSIDERATIONE

São Bernardo de Claraval (1090-1153)

 

“Os anjos são espíritos potentes, gloriosos, bem-aventurados, distintos em suas individualidades, ramificados segundo suas dignidades, fiéis às suas ordens desde o princípio. Perfeitos em sua natureza, corporalmente etéreos, imortais e não gerados, isto é, foram criados por Deus por obra da graça e não da natureza; puros de espírito, bons em sua vontade, devotados a Deus, inteiramente castos, unânimes na concórdia, firmes na paz, dedicados ao louvor e ao serviço divinos.”

 

DE ONDE VÊM OS ANJOS?

 

O termo “anjo” vem do latim angelus, derivado do grego ággelos (αγγελος), que significa “mensageiro”.

No entanto, se os anjos constam na Bíblia, originalmente escrita em hebraico, por que a palavra que os designa é grega? É que a primeira versão grega da Bíblia, a chamada “Septuaginta” ou “Versão dos Setenta”, traduz dessa forma o termo hebraico para “enviado”, deixando subentendido “de Deus”. Esse texto é reconhecido como sagrado porque, segundo a tradição, os 72 sábios reunidos produziram uma mesma e idêntica tradução grega, mesmo sem consultar uns aos outros.

No Antigo Testamento, o termo “mensageiro” é aplicado em certas passagens aos profetas ou aos sacerdotes. Assim, os anjos são definidos, em primeiro lugar, por sua função: vir do céu visitar os homens para anunciar-lhes as intenções divinas.

O estudo comparado das religiões permite constatar que, em todas elas, existem seres intermediários entre o homem, limitado e mortal, e a divindade todo-poderosa. As religiões monoteístas não escapam a essa regra: os anjos estão presentes tanto na tradição judaica quanto na religião cristã e no islamismo.

 

AS CRIATURAS DA BABILÔNIA

 

A Babilônia era a capital da Mesopotâmia, situada entre os rios Tigre e Eufrates, mais ou menos onde hoje fica o Iraque. Ali nasceu o zoroastrismo, religião inspirada pelo profeta Zaratustra (também chamado de Zoroastro).

Nessa cultura, há muitas pequenas divindades aladas, como atestam as estatuetas encontradas no território iraquiano. As figuras babilônicas são representadas como monstros alados, muitas vezes metade homens, metade animais, que comumente se assemelham a leões, bois, touros e águias. Há grande semelhança entre elas e os anjos do Antigo Testamento. Algumas recebem o nome karibu, que decerto deu origem ao termo “querubim”.

Observa-se, além disso, uma oposição entre entidades boas e más, que não deixam de ter relação com os anjos caídos apresentados na Bíblia. As culturas babilônica e judaica se influenciaram mutuamente: por duas vezes, diz a Bíblia, o rei Nabucodonosor II conquistou a cidade de Jerusalém e de lá deportou milhares de judeus. Estes só retornariam a Israel cerca de cinquenta anos depois, quando da tomada da Babilônia por Ciro, rei da Pérsia, em 539 a.C.

 

COMO RECONHECER UM ANJO?

 

O termo “anjo” se aplica a inúmeros entes celestes. Os mais conhecidos são os serafins, os querubins e os arcanjos. Em nenhum trecho do Antigo Testamento é possível encontrar uma definição completa dos anjos, com uma lista de seus atributos, nem seus nomes ou sua organização hierárquica. Os tratados sobre eles pertencem a livros um pouco mais tardios, alguns deles contestados pelas religiões monoteístas.

Na Bíblia, os anjos são apresentados como seres invisíveis que podem se mostrar repentinamente aos homens por ordem de Deus. “Anjos de luz”, com corpo luminescente, feições radiantes, vestidos de branco, surgem frequentemente em meio a uma manifestação luminosa que ofusca quem a presencia. Não raro cercados de fogo, podem andar sobre as chamas. Sua aparição tem enorme impacto na vida de quem a testemunha.

Quando possuem aparência humana, os anjos costumam ser muito altos – fisicamente, estão bem distantes dos anjinhos que temos em mente! –, às vezes montados a cavalo, até mesmo usando armadura e portando uma impressionante espada.

As asas, que lhes permitem voar entre o céu e a terra, simbolizam seu caráter de seres intermediários, de origem celeste e natureza etérea, porém investidos de uma missão na terra. Graças às asas, retornam rapidamente ao céu, de onde têm uma visão geral. Não se alimentam. Não se reproduzem. São imortais.

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Nicole Masson

Sobre o autor

Nicole Masson

NICOLE MASSON tem doutorado em Letras pela Universidade de Paris-Sorbonne e é especialista em história do livro e da poesia do século XVIII. Foi responsável pela biblioteca da Escola Normal Superior de Paris e professora da Faculdade de Letras e Línguas da Universidade de Poitiers. Atualmente está à frente da Prose, uma empresa de criação editorial que presta serviços para diversos meios de comunicação.  

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