Prólogo
Conheça a mais nova força de trabalho
A força de trabalho que está entrando agora no mercado tem muito a oferecer: novas competências técnicas, ideias, perspectivas, energias. No entanto, a falta de determinadas habilidades interpessoais – as chamadas soft skills, algo como o conjunto adequado de características pessoais e comportamentos de um indivíduo nas interações com os outros – tem limitado seu desenvolvimento e enlouquecido os profissionais mais velhos e mais experientes.
Em nossa pesquisa com gestores, quase todos nos contam uma versão do que certa vez ouvi de um gerente de meia-idade, funcionário de uma empresa farmacêutica: “Quando eu era jovem e inexperiente, posso ter sido ingênuo ou imaturo, mas sabia que deveria usar gravata, fazer contato visual, dizer ‘por favor’, ‘obrigado’, ‘sim, senhor’ e ‘sim, senhora’. Também sabia quando era hora de ficar calado, manter a cabeça baixa e trabalhar duro sem que precisassem me mandar fazer isso a todo momento.”
De fato, desde que começamos a acompanhar e registrar as queixas em meados da década de 1990 (quando a geração X era a novidade no mercado profissional), a frequência e a insistência das reclamações sobre as habilidades interpessoais dos funcionários recém-contratados em começo de carreira têm aumentado ano após ano. E de que os gestores mais se queixam especificamente? Eis as respostas mais comuns:
“Eles são pouco profissionais.”
“Eles não assumem responsabilidade nem prestam contas de nada do que fazem.”
“Eles não têm uma boa postura no trabalho.”
“Seus hábitos profissionais são horríveis.”
“Eles não sabem lidar com outras pessoas.”
“Eles não sabem pensar, aprender e se comunicar sem consultar algum dispositivo eletrônico.”
“Eles não têm pensamento crítico.”
“Eles não sabem resolver problemas, tomar decisões e planejar.”
“Eles têm problemas em se submeter à autoridade.”
“Eles não avaliam o contexto para ver como se adequar a ele.”
“Eles não se sacrificam pelo bem maior.”
“Onde foram parar a cidadania, a prestatividade e o trabalho em equipe?”
Existe uma lacuna cada vez maior entre as expectativas dos empregadores e a realidade de como os novos talentos do mercado se apresentam no local de trabalho. Muitas vezes esses novos astros possuem as mais recentes e melhores competências e os métodos mais eficazes. Diversos deles parecem ter desenvolvido quase “superpoderes” em suas áreas de interesse. Costumam saber tudo das últimas novidades. No entanto, cada vez mais faltam a eles os velhos fundamentos, as habilidades interpessoais, não técnicas.
E o que eles têm a dizer sobre o crescimento dessa lacuna? Geralmente concordam, dizendo: “Eu e meus amigos somos assim mesmo!” Ou se mostram céticos, perguntando: “É sério?” De um jeito ou de outro, eles sempre emendam com: “E daí?”
Normalmente respondo: “E daí que esse comportamento irrita os funcionários mais velhos e prejudica sua carreira. Se você desenvolvesse suas habilidades interpessoais, teria uma enorme vantagem estratégica.”
A boa notícia é que, em geral, essa explicação basta para atrair sua atenção e seu interesse em melhorar.
E o que dizem os líderes e gestores quando mostro a eles como podem ajudar seus jovens talentos a preencher essa crescente lacuna das habilidades interpessoais? Muitas vezes, a primeira resposta se parece com esta a seguir, dada pelo sócio de um renomado escritório de contabilidade e consultoria contábil: “Resolver esse problema não tinha que ser função nossa. Eles não deveriam ter aprendido esses fundamentos com os pais? Ou no jardim de infância? Ou pelo menos na escola ou na faculdade? Ou na pós-graduação? Quando são contratados por este escritório, eles já devem saber ser pontuais e se comportar. Será que eu também vou ter que ensinar como atravessar a rua?”
Esse comentário me lembra uma campanha agressiva de serviço público patrocinada pela Universidade Yale. A prefeitura e a universidade espalharam cartazes por toda a cidade para ensinar aos pedestres os fundamentos do comportamento seguro. A ação tinha como foco principal os estudantes de Yale, que atravessavam a rua olhando para o celular. Em outras palavras, alguns dos jovens mais inteligentes da atualidade – os futuros médicos, cientistas, contadores, engenheiros, professores e líderes de todos os setores – precisavam de um programa de educação agressivo para aprender a atravessar a rua. Nas palavras de um policial da cidade: “Eles sabem tudo das ferramentas e habilidades mais modernas, mas não contam com muitas das habilidades mais antigas. O interessante, porém, é que o programa funciona. Eles estão atravessando a rua com muito mais cuidado.”
Costumo dizer a meus clientes que, se você está contratando jovens hoje em dia, a falta de habilidades interpessoais que eles apresentam é problema seu, sim. Mas também há uma boa notícia: você pode preencher essa lacuna; isso lhe proporcionará uma enorme vantagem estratégica na hora de contratar os novos talentos mais promissores, ambientá-los rapidamente, melhorar o próprio desempenho, aprimorar os relacionamentos e diminuir as taxas de rotatividade.
Este livro é um guia prático formulado a partir dos resultados de centenas de estudos de caso, de boas práticas e de métodos de ensino criados por organizações e gestores que levaram seus funcionários jovens a aprimorar suas habilidades interpessoais no trabalho. Você vai descobrir que existem várias maneiras de ajudá-los a desenvolver um quesito de cada vez e, com isso, torná-los funcionários, colegas e futuros líderes muito mais eficazes e bem-sucedidos.
Prólogo
Conheça a mais nova força de trabalho
A força de trabalho que está entrando agora no mercado tem muito a oferecer: novas competências técnicas, ideias, perspectivas, energias. No entanto, a falta de determinadas habilidades interpessoais – as chamadas soft skills, algo como o conjunto adequado de características pessoais e comportamentos de um indivíduo nas interações com os outros – tem limitado seu desenvolvimento e enlouquecido os profissionais mais velhos e mais experientes.
Em nossa pesquisa com gestores, quase todos nos contam uma versão do que certa vez ouvi de um gerente de meia-idade, funcionário de uma empresa farmacêutica: “Quando eu era jovem e inexperiente, posso ter sido ingênuo ou imaturo, mas sabia que deveria usar gravata, fazer contato visual, dizer ‘por favor’, ‘obrigado’, ‘sim, senhor’ e ‘sim, senhora’. Também sabia quando era hora de ficar calado, manter a cabeça baixa e trabalhar duro sem que precisassem me mandar fazer isso a todo momento.”
De fato, desde que começamos a acompanhar e registrar as queixas em meados da década de 1990 (quando a geração X era a novidade no mercado profissional), a frequência e a insistência das reclamações sobre as habilidades interpessoais dos funcionários recém-contratados em começo de carreira têm aumentado ano após ano. E de que os gestores mais se queixam especificamente? Eis as respostas mais comuns:
“Eles são pouco profissionais.”
“Eles não assumem responsabilidade nem prestam contas de nada do que fazem.”
“Eles não têm uma boa postura no trabalho.”
“Seus hábitos profissionais são horríveis.”
“Eles não sabem lidar com outras pessoas.”
“Eles não sabem pensar, aprender e se comunicar sem consultar algum dispositivo eletrônico.”
“Eles não têm pensamento crítico.”
“Eles não sabem resolver problemas, tomar decisões e planejar.”
“Eles têm problemas em se submeter à autoridade.”
“Eles não avaliam o contexto para ver como se adequar a ele.”
“Eles não se sacrificam pelo bem maior.”
“Onde foram parar a cidadania, a prestatividade e o trabalho em equipe?”
Existe uma lacuna cada vez maior entre as expectativas dos empregadores e a realidade de como os novos talentos do mercado se apresentam no local de trabalho. Muitas vezes esses novos astros possuem as mais recentes e melhores competências e os métodos mais eficazes. Diversos deles parecem ter desenvolvido quase “superpoderes” em suas áreas de interesse. Costumam saber tudo das últimas novidades. No entanto, cada vez mais faltam a eles os velhos fundamentos, as habilidades interpessoais, não técnicas.
E o que eles têm a dizer sobre o crescimento dessa lacuna? Geralmente concordam, dizendo: “Eu e meus amigos somos assim mesmo!” Ou se mostram céticos, perguntando: “É sério?” De um jeito ou de outro, eles sempre emendam com: “E daí?”
Normalmente respondo: “E daí que esse comportamento irrita os funcionários mais velhos e prejudica sua carreira. Se você desenvolvesse suas habilidades interpessoais, teria uma enorme vantagem estratégica.”
A boa notícia é que, em geral, essa explicação basta para atrair sua atenção e seu interesse em melhorar.
E o que dizem os líderes e gestores quando mostro a eles como podem ajudar seus jovens talentos a preencher essa crescente lacuna das habilidades interpessoais? Muitas vezes, a primeira resposta se parece com esta a seguir, dada pelo sócio de um renomado escritório de contabilidade e consultoria contábil: “Resolver esse problema não tinha que ser função nossa. Eles não deveriam ter aprendido esses fundamentos com os pais? Ou no jardim de infância? Ou pelo menos na escola ou na faculdade? Ou na pós-graduação? Quando são contratados por este escritório, eles já devem saber ser pontuais e se comportar. Será que eu também vou ter que ensinar como atravessar a rua?”
Esse comentário me lembra uma campanha agressiva de serviço público patrocinada pela Universidade Yale. A prefeitura e a universidade espalharam cartazes por toda a cidade para ensinar aos pedestres os fundamentos do comportamento seguro. A ação tinha como foco principal os estudantes de Yale, que atravessavam a rua olhando para o celular. Em outras palavras, alguns dos jovens mais inteligentes da atualidade – os futuros médicos, cientistas, contadores, engenheiros, professores e líderes de todos os setores – precisavam de um programa de educação agressivo para aprender a atravessar a rua. Nas palavras de um policial da cidade: “Eles sabem tudo das ferramentas e habilidades mais modernas, mas não contam com muitas das habilidades mais antigas. O interessante, porém, é que o programa funciona. Eles estão atravessando a rua com muito mais cuidado.”
Costumo dizer a meus clientes que, se você está contratando jovens hoje em dia, a falta de habilidades interpessoais que eles apresentam é problema seu, sim. Mas também há uma boa notícia: você pode preencher essa lacuna; isso lhe proporcionará uma enorme vantagem estratégica na hora de contratar os novos talentos mais promissores, ambientá-los rapidamente, melhorar o próprio desempenho, aprimorar os relacionamentos e diminuir as taxas de rotatividade.
Este livro é um guia prático formulado a partir dos resultados de centenas de estudos de caso, de boas práticas e de métodos de ensino criados por organizações e gestores que levaram seus funcionários jovens a aprimorar suas habilidades interpessoais no trabalho. Você vai descobrir que existem várias maneiras de ajudá-los a desenvolver um quesito de cada vez e, com isso, torná-los funcionários, colegas e futuros líderes muito mais eficazes e bem-sucedidos.