Capítulo 1
O que o homem mais sábio que já existiu pode fazer por você
Durante minha vida empresarial, viajei milhões de quilômetros de avião pelos Estados Unidos. Passei milhares de horas conversando sobre diversos assuntos com os homens e mulheres sentados ao meu lado. Ouvi-os reclamar do emprego, do cônjuge, dos filhos, dos chefes e, é claro, da vida em geral. Quando eles descobrem que sou uma pessoa muito feliz, mais apaixonado por minha mulher hoje do que durante nosso período de namoro, há 18 anos, e que perseverei ao longo de inúmeros fracassos para criar empresas prósperas, muitas vezes me perguntam quais são os “segredos” da minha felicidade, do meu casamento e do meu sucesso. Respondo que tudo isso começou graças ao que aprendi com um carpinteiro sem-teto que conheci em uma noite, em 1964. As pessoas arregalam os olhos com interesse. Quando digo que o nome do carpinteiro é Jesus, a curiosidade delas logo se transforma em perplexidade. E, inevitavelmente, pedem que eu conte “o restante da história”.
À medida que começo a descrever as lições de vida e a sabedoria que aprendi com Jesus, a curiosidade das pessoas dá lugar à surpresa. “Será que é verdade?”, parecem perguntar a si mesmas. Quando, porém, relato como Jesus mudou minha mente e meu coração, guiou-me em meus relacionamentos e empreendimentos e me trouxe propósito, paz e alegria, na maioria das vezes elas querem saber o que me tornou tão bem-sucedido. Quando me ouvem contar como meu pensamento, minha atitude e minhas crenças foram moldadas pelas lições aprendidas com Jesus, o espanto se transforma em admiração, e o ceticismo, em questionamento aberto. No entanto, mesmo quando aceitam minhas palavras sem contestá-las, acham difícil acreditar que me tornei tudo o que sou graças ao meu relacionamento com um homem que viveu há 2 mil anos.
Essas conversas me fizeram descobrir a incrível quantidade de mal-entendidos que existe a respeito de Jesus de Nazaré. Quase todas as pessoas o consideram um líder religioso, o fundador do cristianismo. Outras o veem simplesmente como o maior professor de princípios morais. Algumas conhecem tão pouco os textos e documentos históricos a seu respeito que acham que ele não passa de um mito ou uma lenda. E quase todas avaliam mal a importância que a vida e os ensinamentos de Jesus podem ter para a sua própria vida. Ao pensar nele apenas como um líder “religioso”, as pessoas deixam de descobrir tudo o que ele é capaz de fazer para moldar o pensamento e inspirar a vida delas. Por isso, muitas vezes são tomadas de incerteza, frustração, fracasso, ansiedade, desânimo, depressão ou até mesmo desespero. A verdade é que Jesus não tinha nada a ver com religião – ele tinha tudo a ver com realidade.
Aquele com quem caminhamos
Durante a Grande Depressão, um jovem se retirou desesperado de um banco, depois de ver negado o empréstimo necessário para salvar sua empresa. Na saída, esbarrou em Henry Ford. Percebendo seu olhar angustiado, Ford perguntou o que o afligia. O rapaz contou que todos os bancos que visitara tinham rejeitado seu pedido de empréstimo. Ford disse simplesmente: “Venha comigo.” Os dois andaram um pouco mais até chegar a outro banco. Dessa vez, quando abriram a porta, Henry abraçou o rapaz por um breve instante. Depois, chamou-o pelo nome e disse num tom de voz alto o bastante para que todos no banco o ouvissem: “Vamos nos encontrar em breve.” Em seguida, sussurrou para o jovem: “Vá até o gerente pedir seu empréstimo.” O rapaz murmurou: “Mas nada mudou.” Henry sorriu e disse: “Uma coisa de fato mudou. O gerente o viu comigo e, acredite, meu jovem, isso é tudo de que você precisava.” Obviamente, o gerente logo convidou o rapaz para entrar em sua sala e concedeu o empréstimo na hora.
Um único encontro mudou a vida daquele jovem. Meu relacionamento com Jesus Cristo fez a mesma coisa por mim, após um único encontro. Até aquele dia, em 1964, eu considerava Jesus alguém totalmente ligado à religião. Mas, naquela noite, ele se tornou um amigo pessoal que estendeu a mão e disse: “Venha comigo.” A partir daquele momento, Jesus se tornou meu melhor amigo, meu mentor, meu guia e muito, muito mais.
De ateu aos 10 anos a crente aos 16
Quando eu tinha 10 anos, descobri que Papai Noel não existe. Fiquei desolado. Meus pais confirmaram que Papai Noel era apenas um personagem que as pessoas tinham inventado para tornar o Natal mais divertido. Percebi que Papai Noel pouco se importava comigo, nem mesmo sabia se eu tinha me comportado mal ou bem. Quando fui à igreja no domingo, pensei: “Deus é exatamente como Papai Noel. Não existe. É só uma figura que os adultos criaram para nos sentirmos melhor. Ele não nos ama nem olha por nós. É tão verdadeiro quanto Papai Noel.”
Aquilo se tornou uma crença até aproximadamente meus 16 anos. Eu frequentava a igreja, mas não acreditava no que ouvia nem dava a nada daquilo importância alguma. Aos 11 anos, passei a frequentar outra igreja com minha irmã e entrei para o grupo de jovens. Comecei a cantar no coral e me envolvi ainda mais. Apesar disso, não acreditava. Era fácil ser religioso – era só imitar o que as pessoas religiosas à minha volta faziam. Mas crer em Deus era outra história.
No ensino médio, me interessei muito por ciências. A maioria dos cientistas defende a ideia de que a religião é mais uma muleta do que algo real. Eu achava mais fácil acreditar que Deus não existe. Depois, pouco antes de completar 16 anos, minha irmã me levou a um encontro de estudantes universitários na casa de um bem-sucedido homem de negócios. O principal tema da reunião era a pessoa de Jesus. O orador daquela noite era um cientista, engenheiro químico de uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. Ele também tinha sido ateu durante a maior parte da vida. Mas algo surpreendente lhe acontecera. Um dia, ele sofreu um terrível acidente de carro e ficou gravemente ferido, mas sobreviveu como que por milagre. Ficou então convencido de que apenas Deus poderia ter salvado sua vida. Passou os seis anos seguintes estudando os textos das religiões do mundo durante várias horas, quase todas as noites. Inicialmente, desprezou o cristianismo por causa de todos os hipócritas que conhecia e que afirmavam ser cristãos, mas não pareciam levar uma vida de fé. Então, voltou-se para as religiões orientais. Estudou diversas religiões durante os primeiros anos de sua busca. Sentiu-se profundamente desanimado, porque todas tinham um ponto em comum: o homem precisava “galgar seu caminho” até Deus para ser aceito. Por fim, tomado pelo desespero, decidiu pesquisar o cristianismo, lendo a Bíblia e vendo o que Cristo tinha a dizer.
Para sua surpresa, Jesus não falava de religião. Falava de um relacionamento com Deus que as pessoas podiam adotar por meio de uma relação íntima com Cristo. Diferentemente de todas as outras religiões que estudara, o cristianismo (segundo a explicação de Jesus) não estava ligado a um esforço para alcançar Deus, mas ao esforço de Deus para alcançar os seres humanos – por meio do sacrifício de Seu Filho.
A convicção com que o renomado cientista proferiu aquelas palavras me arrebatou. Depois da reunião, fui procurá-lo. Ele me perguntou:
– Você faz alguma coisa em casa para ajudar seu pai?
– Corto a grama – respondi.
– Por quê? – perguntou ele.
– Porque meu pai tem problemas de coluna e essa é uma maneira de ajudá-lo.
– Você realmente faz isso para que ele o aceite e o ame?
– Não, faço porque o amo… Ele é meu pai.
– E ele o ama porque você corta a grama? – prosseguiu ele.
– Não, ele me ama porque sou seu filho.
– Quanto ele o ama?
– Muito mais do que mereço – retorqui.
Então, ele disse uma coisa que nunca vou esquecer:
– Isso é um relacionamento! É o que Jesus quer ter com você: um relacionamento e não uma religião.
Quando ele falou, uma luz se acendeu para mim. No entanto minhas dúvidas sobre a existência de Deus continuavam fortes. Quando contei isso ao cientista, ele foi até o carro e pegou um livro.
– Esse homem era exatamente como você e eu – disse ele, referindo-se ao autor. – Ele lecionava na universidade mais renomada do mundo e não acreditava em Deus. Então, um dia, um amigo apresentou-lhe um argumento lógico e ele percebeu que era irrefutável. Da noite para o dia, suas dúvidas se dissiparam e ele também passou a acreditar em Deus e a seguir Jesus.
O autor era o professor C. S. Lewis, e o livro, Cristianismo puro e simples. Fui para casa e comecei a lê-lo. Quando cheguei ao capítulo chamado “A alternativa estarrecedora”, concluí o mesmo que C. S. Lewis: Deus de fato existe e Jesus era realmente a pessoa que dizia ser. Naquela noite, encontrei o homem chamado Jesus e o aceitei por tudo o que ele era.
Nesses 44 anos após aquele primeiro encontro, tudo o que mais prezo tem emanado do meu relacionamento pessoal e da minha caminhada diária com Jesus. Vivenciei inúmeros milagres, tanto em minha vida pessoal quanto na profissional. Isso não significa que eu não tenha passado por fracassos e provações, pelo contrário. Minha própria tolice criou um número enorme de problemas e dificuldades. Embora eu tenha sido responsável pela maior parte de minhas “provações”, várias surgiram sem que eu houvesse contribuído para isso. Mas, independentemente de sua gravidade ou de sua causa, meu relacionamento com Jesus me fez superá-las, trazendo-me paz, alegria, realização e sucesso em níveis muito maiores do que eu poderia sonhar.
Jesus não caminhou sobre a Terra para iniciar uma religião. Ele veio cumprir uma missão específica. Ao longo do período em que aqui esteve, ele nos deu as chaves para levar uma vida de realizações incomparáveis e para alcançar a segurança e a força capazes de superar até mesmo as maiores adversidades.
Jesus não caminhou no meio de nós simplesmente para acrescentar suas ideias às que já tinham sido transmitidas durante séculos por filósofos como Platão e Aristóteles, ou líderes religiosos como Moisés e Buda. Ele veio à Terra para cumprir uma missão específica: fornecer, por meio de atos e palavras, os meios para que a humanidade pudesse se unir a Deus. Mas não é disso que trata este livro. Afinal, várias obras sobre os ensinamentos espirituais de Jesus já foram escritas por líderes religiosos muito mais eruditos do que eu. O que tenho a oferecer é um relato de como meu relacionamento com Jesus, seus ensinamentos e sua liderança ajudaram a orientar e moldar meu sucesso nos negócios e na vida pessoal. Acredito que esse relato também poderá ajudar você a transformar sua vida. De certo modo, meu objetivo ao escrever este livro é examinar os princípios e valores profundamente transformadores que Jesus proclamou com suas palavras e demonstrou com sua vida. Esses princípios fornecem um meio poderoso para alcançarmos um sucesso extraordinário, muita paz interior e a felicidade que todos buscamos.