Como criar relações mais profundas | Sextante

Como criar relações mais profundas

David Bradford e Carole Robin

Construindo relacionamentos excepcionais com a família, os amigos e os colegas de trabalho

Construindo relacionamentos excepcionais com a família, os amigos e os colegas de trabalho

 

As lições do curso de Dinâmica Interpessoal de Stanford, o mais famoso e popular do MBA da universidade.

“Este livro vai mostrar que muitos dos dilemas profissionais que você enfrenta se resumem a questões de relacionamento interpessoal. O futuro do trabalho vai recompensar cada vez mais as pessoas que enxergam além dos números e entendem a importância das relações.” – Roy Bahat, investidor da Bloomberg Beta

“Um livro repleto de conselhos sobre como demonstrar vulnerabilidade, estabelecer limites saudáveis, ganhar e recuperar confiança, lidar com feedbacks e construir e estreitar relações.” – Adam Grant, autor de Originais e Pense de novo

 

 

“Este livro trata de um tipo especial de relacionamento, que vamos chamar de excepcional. Talvez você já tenha um ou dois relacionamentos desse tipo – quem sabe até mais.

Neles, você sente que o outro enxerga, conhece e aprecia a pessoa que você realmente é, e não uma versão editada.

Suas centenas de amigos no Instagram talvez saibam qual foi o prato que você pediu naquele restaurante chique, mas a pessoa com quem você tem um relacionamento excepcional sabe que você luta contra problemas alimentares há anos.

Ela sabe o que realmente está acontecendo na sua vida, porque ela conhece você de verdade.

Relacionamentos podem ser classificados segundo um espectro. Em uma das extremidades, há o contato sem conexão verdadeira, e, na outra, aquele em que você se sente visto, apoiado, validado e completamente aceito.

No meio, há as pessoas com quem você gostaria de ter uma conexão mais profunda, mas não tem.

A questão é: como alcançar o próximo nível do espectro?

Nós dedicamos nossa vida a fornecer essa resposta para milhares de alunos e clientes, e, agora, para você.”

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Ficha técnica
Lançamento 09/08/2022
Título original Connect
Tradução Carolina Simmer
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 288
Peso 370 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-357-2
EAN 9786555643572
Preço R$ 59,90
Ficha técnica e-book
eISBN 978-65-5564-358-9
Preço R$ 34,99
Ficha técnica audiolivro
ISBN 9786555645491
Duração 10h 53min
Locutor Lucia Abreu
Lançamento 09/08/2022
Título original Connect
Tradução Carolina Simmer
Formato 16 x 23 cm
Número de páginas 288
Peso 370 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-65-5564-357-2
EAN 9786555643572
Preço R$ 59,90

E-book

eISBN 978-65-5564-358-9
Preço R$ 34,99

Audiolivro

ISBN 9786555645491
Duração 10h 53min
Locutor Lucia Abreu
Preço US$ 7,99

Leia um trecho do livro

A BUSCA PELO EXCEPCIONAL

 

Este livro trata de um tipo especial de relacionamento, que vamos chamar de excepcional. Talvez você já tenha um ou dois relacionamentos desse tipo – quem sabe até mais. Neles, você sente que o outro enxerga, conhece e aprecia a pessoa que você realmente é, e não uma versão editada. Suas centenas de amigos no Instagram talvez saibam qual foi o prato que você pediu naquele restaurante chique na semana passada, mas a pessoa com quem você tem um relacionamento excepcional sabe que você luta contra problemas alimentares há anos, ou que foi nesse jantar que você e seu par decidiram começar uma família, ou que o motivo por trás do evento foi discutir os prós e contras de pedir demissão do seu emprego. Nem passa pela sua cabeça conversar sobre essas coisas com aquele amigo que você não encontra desde a época da escola, mas que acompanha seus posts. Esse tipo de assunto raramente é discutido com o colega que lhe dá carona para o trabalho, e é irrelevante para a tia com quem você bate papo de vez em quando. Mas a pessoa com quem você tem um relacionamento excepcional sabe o que realmente está acontecendo na sua vida, porque ela conhece você de verdade.

Relacionamentos podem ser classificados segundo um espectro. Em uma das extremidades, há o contato sem conexão verdadeira e, na outra,aquele em que você se sente visto, apoiado, validado e completamente aceito. No meio, há as pessoas com quem você gostaria de ter uma conexão mais profunda, mas não tem. A questão é: como alcançar o próximo nível do espectro? Nós dedicamos nossa vida a fornecer essa resposta para milhares de alunos e clientes, e, agora, para você.

Relacionamentos excepcionais podem ser construídos. Eles apresentam seis características marcantes:

  1. Você pode ser verdadeiramente você, e a outra pessoa também.
  2. Os dois estão dispostos a se mostrar vulneráveis.
  3. Vocês confiam que seus desabafos não serão jogados na cara um do outro.
  4. Vocês podem ser sinceros um com o outro.
  5. Vocês resolvem conflitos de forma produtiva.
  6. Ambos estão comprometidos com o crescimento e o desenvolvimento um do outro.

Vamos esmiuçar um pouco esses itens.

Os três primeiros têm a ver com autorrevelação. Por que estamos discutindo isso se o consenso é que vivemos em uma era de excesso de exposição? Porque existe uma diferença entre apresentar uma imagem e mostrar quem você realmente é. Oscar Wilde disse de forma irônica: “Seja você mesmo, todos os outros já existem.” Por medo de sermos julgados, muitas vezes editamos aquilo que expomos.

As redes sociais criaram um mundo que nos pressiona a sempre exibir tudo sob uma ótica positiva. Os posts no Facebook mostram você sorrindo diante da Torre Eiffel, mas a verdade é que a viagem foi um desastre. CEOs famosos do Vale do Silício falam incessantemente sobre a necessidade de alcançar o sucesso, mas o cansaço, o medo e o burnout são problemas graves por lá. É exaustivo manter essa fachada. Editar e apresentar uma versão melhorada de si mesmo não apenas faz você perder sua capacidade de ser autêntico, como leva os outros a criar suas próprias versões. Não estamos dizendo que você deve contar toda a sua vida para todas as pessoas, mas você precisa compartilhar partes que sejam importantes para aquele relacionamento específico. E partes da sua versão real, autêntica, não a que se esconde por trás de fotos sorridentes de viagem ou votos alegres de boas-festas.

As últimas três características da lista se referem a feedback e conflitos. Questionar uma pessoa pode ser uma forma poderosa de ajudá-la; mesmo assim, poucos de nós se sentem à vontade para fazer isso. Se a pessoa com quem você tem um relacionamento excepcional chama sua atenção sobre algum comportamento incômodo, você encara isso como uma oportunidade de aprendizado, sem ficar na defensiva. Ela sabe que, ao explicar o impacto de sua atitude, está mostrando comprometimento com a relação e ajudando você a evoluir.

Brigas acontecem, mesmo nos melhores relacionamentos (como você vai ver, nós dois somos prova disso!). Porém, o medo de conflitos pode nos levar a evitar questões que poderiam aprofundar o relacionamento caso fossem discutidas e solucionadas. Conflitos não resolvidos também ferem. Em um relacionamento excepcional, é mais fácil conversar e solucionar os problemas para que eles não fiquem pairando no ar e causem estragos ao longo do tempo. Você passa a encarar esses desafios como uma chance de crescer, diminuindo a probabilidade de essas mesmas dificuldades se repetirem no futuro.

Nós dedicamos nossa carreira a mostrar para as pessoas como construir e manter relacionamentos fortes, funcionais e resistentes, nos âmbitos tanto pessoal quanto profissional. Convidamos você a se juntar aos milhares de alunos e clientes que aprenderam isso e muito mais. Nossa paixão vem dos resultados que observamos em palestras, aulas e consultorias. Nós não apenas estudamos e ensinamos os conceitos deste livro; nós os aplicamos em nossa vida. Às vezes de forma imperfeita, claro. A esposa de David, com quem ele é casado há 55 anos, lhe disse uma vez: “Por que você não coloca em prática as coisas que ensina?” O marido de Carole, Andy, também já expressou sentimentos parecidos. Mas fique bem claro que sempre nos esforçamos muito para seguir aquilo que ensinamos, e nossa vida certamente melhorou por causa disso.

Ainda assim, quase perdemos o relacionamento excepcional que temos com nossos parceiros. Daremos mais detalhes no Capítulo 17, mas o importante é que, apesar de tudo, conseguimos restaurar nossas relações. Assim, nós dois somos prova de que erros e mal-entendidos acontecem, mas é possível resolver os conflitos de forma eficiente.

Ressaltamos que algumas das lições que ensinamos precisam ser vivenciadas; é por isso que o foco deste livro é a prática. Trabalhamos na faculdade de Administração de uma das universidades mais prestigiosas do planeta, porém nossas lições são ainda mais relevantes fora do mundo dos negócios. O curso ao qual dedicamos décadas de nossa vida chama-se Dinâmicas Interpessoais, mas foi afetuosamente apelidado de “Sensível” (Touchy-feely, em inglês), embora não haja nada de sensível nele. Adquirir habilidades comportamentais exige trabalho duro.

O material teórico contido neste livro se baseia em pesquisas de Ciências Sociais, especialmente no campo da Psicologia Interpessoal, assim como em décadas de experiências pessoais. Há mais de 50 anos, David chegou à Faculdade de Pós-Graduação em Administração da Universidade Stanford para desenvolver o curso Dinâmicas Interpessoais, e hoje é conhecido como o “pai do Sensível”. Carole chegou 30 anos depois, ganhou o apelido de “rainha do Sensível” e ajudou a expandir o programa, que dobrou de tamanho.

Nosso curso continua sendo, de longe, o mais famoso e popular oferecido no MBA de Stanford. Mais de 85% dos alunos se inscrevem nele, e, em geral, precisam ter as melhores notas de suas turmas para conseguir uma vaga. É comum que descrevam a experiência como “transformadora”, e formandos costumam dizer que essa foi a matéria mais impactante que fizeram e que continuam aplicando o conteúdo em contextos pessoais e profissionais. O curso foi mencionado em livros como Confiança criativa, de David Kelley, apresentado no programa de televisão Today, citado no The New York Times e virou matéria no The Wall Street Journal – e todos comentaram a importância das habilidades interpessoais na vida empresarial contemporânea.

Como os alunos logo descobrem, só porque uma matéria é chamada de “Sensível” não significa que ela seja fácil. Quando eles se inscrevem para o curso, são divididos em grupos de 12 pessoas, chamados de grupos T (ou de treinamento), que se reúnem por um total de 60 horas ao longo de 10 semanas. O objetivo é oferecer um laboratório de aprendizagem em que os alunos possam aplicar os conceitos apresentados em sala de aula – como a importância de fazer revelações pessoais, dar e receber feedback, influenciar uns aos outros e conectar-se entre si, apesar das diferenças –, interagindo com os colegas e aprendendo com as reações deles. Nós acreditamos de verdade que é muito mais efetivo aprender a ser mais eficiente em relações interpessoais quando lidamos com os outros em situações reais, ao vivo, do que por meio de palestras, estudos de caso ou, sim, até mesmo de um livro. Apesar de Como criar relações mais profundas englobar todos os assuntos que ensinamos em sala de aula, você terá que usar seus relacionamentos pessoais como seu próprio laboratório para colher todos os benefícios. Ao longo do livro, oferecemos sugestões específicas sobre como fazer isso.

A princípio, para os alunos que estão acostumados a fazer contas e solucionar problemas, pode ser desconfortável sentar em grupo e debater sobre quem se sente mais conectado com quem e por quê. Porém, ao longo dos anos, inúmeros estudantes que começaram o curso sem entender o motivo de tanta fama concluíram as aulas totalmente convertidos. (E não, não é um culto!) As lições causam impacto, mas não é por causa dos comentários brilhantes dos professores, por melhores que sejamos. Nossa função é apenas criar condições para os alunos entenderem o impacto que seu comportamento tem sobre os outros – e como isso pode afetar seu sucesso como futuros líderes.

Hoje em dia, especialistas reconhecem que habilidades interpessoais/comportamentais são fundamentais para o sucesso profissional. Nós acreditamos que as pessoas fazem negócios com pessoas, não apenas com ideias, máquinas, estratégias ou dinheiro. O Sensível oferece a melhor oportunidade de desenvolver as competências comportamentais que se tornaram essenciais para o sucesso na liderança, como fazer conexões, ganhar a confiança dos outros e se tornar influente. Os alunos, no entanto, ganham algo ainda mais profundo, como um deles explicou anos atrás: “Eu sabia que qualquer boa faculdade de Administração me tornaria um bom administrador. Mas eu também acreditava que, se fizesse esse curso específico em Stanford, eu me tornaria um ser humano melhor – indo além de ser apenas um bom líder.”

Ao longo dos anos, escutamos coisas como: “Esse curso salvou minha carreira/meu casamento de 10 anos”, “Uso o que aprendi no curso quase todos os dias no trabalho”, “Sei que me tornei um pai/uma mãe, um marido/uma esposa, um filho/uma filha, um/uma colega de trabalho melhor por causa do que aprendi nesse curso”. Recentemente, um participante de um treinamento executivo disse: “Eu me surpreendi quando vi na ementa que não havia um foco explícito em aprimorar minhas capacidades de liderança. No geral, ele me ensinou a ser uma pessoa melhor… E, como efeito colateral, sou um líder mais eficiente, mais atento ao meu comportamento, com mais compaixão e maior capacidade de comunicação.”

O domínio dessas habilidades comportamentais exige dedicação, mas todo mundo é capaz de aprendê-las. O Sensível não é só mais uma modinha da Califórnia, e seus princípios beneficiam não apenas os alunos do MBA. O mesmo trabalho, com grupos de participantes muito mais diversos, foi conduzido pelo mundo todo – na Europa, na África, no Oriente Médio, na Ásia e na América Latina – e apresentou resultados semelhantes.

Além da nossa experiência acadêmica, oferecemos consultorias e palestras para executivos em centenas de organizações com e sem fins lucrativos em muitos países, em mercados diversificados, para corporações de todos os tamanhos – de startups a empresas que figuram na Fortune 100. Juntos, criamos uma versão corporativa muito bem-sucedida do curso de Stanford, que dura uma semana e é frequentada por grandes executivos do mundo todo. Agora, Carole aplica os mesmos princípios e processos a CEOs/fundadores e investidores do Vale do Silício.

Uma das coisas mais impressionantes que observamos ao longo dos anos é que conexões profundas, recompensadoras e pessoais podem acontecer com uma variedade maior de pessoas do que imaginávamos. É possível desenvolver um relacionamento excepcional com alguém que aparenta ter pouquíssimo em comum com a gente. Já vimos isso acontecer inúmeras vezes, no âmbito tanto pessoal quanto profissional. Para tanto, precisamos da capacidade de ir além de conversas superficiais. Isso não necessariamente exige muito tempo, mas é preciso nos comprometermos em aprender de verdade sobre nós mesmos e o outro.

Você não vai ter esse tipo de relação com todo mundo. Isso seria impossível, porque conexões profundas requerem esforço. E mais: é desnecessário. Sua vida deve estar cheia de gente, como parceiros para jogar tênis, ir ao cinema ou a um show, ou sair para jantar de vez em quando. Você pode ter colegas de trabalho com quem convive muito bem no contexto profissional, mas que não são amigos próximos. Esses relacionamentos oferecem companheirismo, interação social, estímulo intelectual, validação profissional e diversão. Eles são menos intensos, mas não há problema nenhum nisso. Você precisa deles. Nem toda sobremesa precisa ser uma torta de chocolate, e nem toda interação precisa ocorrer com alguém que conhece você profundamente.

Mesmo assim, digamos que você ache que alguns relacionamentos na sua vida poderiam ser mais profundos. Você não sabe por que eles nunca alcançaram o patamar de “excepcional”, mas entende que poderiam melhorar. Talvez você queira que eles deixem de ser casuais e se tornem mais pessoais, que deixem de ser distantes e se tornem mais íntimos, que deixem de ser disfuncionais e se tornem funcionais, ou que deixem de ser competitivos e se tornem colaborativos. Ou talvez você já tenha relacionamentos que pareçam especiais e profundos, mas poderiam ser ainda mais próximos. Os conceitos neste livro podem ajudar você a movê-los ao longo do espectro. Nós não prometemos “cinco passos fáceis para uma conexão profunda”, porque esses passos não existem. Aquilo que dá certo para você pode não ter efeito para outra pessoa, e algo que ajuda um relacionamento pode não fazer diferença em outro. “Excepcional” também não é uma condição estática, porque as relações sempre podem se transformar. Em vez disso, encare os relacionamentos excepcionais como entidades vivas, em eterna mutação, que precisam de cuidados e são sempre, sempre, capazes de deixar você encantado. Nós somos sinceros sobre o esforço necessário para desenvolver relacionamentos mais recompensadores, assim como somos sinceros sobre os benefícios disso. Já vimos o impacto que isso causa em amizades, casamentos, famílias e equipes de trabalho. Sabemos que o uso dos nossos ensinamentos leva a relacionamentos mais fortes, mais felizes e mais intensos, com menos conflitos desnecessários. Quando você compartilha um senso de segurança e sinceridade com outra pessoa, as oportunidades de crescimento são ilimitadas. Quando suas interações com outras pessoas se tornam mais autênticas, há uma mudança de paradigma. E, no fim das contas, um relacionamento excepcional é mais do que um conjunto de habilidades e competências: trata-se fundamentalmente de uma forma diferente de existir. E é aí que a mágica acontece.

 

UM CURSO RENOMADO, UM CAPÍTULO POR VEZ

 

Nós sabemos quanto o curso Dinâmicas Interpessoais foi útil para várias gerações de alunos. Sempre recorremos às habilidades que ensinamos quando queremos ajudar os outros a lidar com desafios em seus relacionamentos ou quando precisamos enfrentar nossos próprios problemas. Nossos alunos viviam nos incentivando a escrever um livro com o material apresentado em sala de aula, para poderem consultá-lo ou compartilhá-lo com amigos, cônjuges ou sócios. Além disso, tínhamos o sonho de levar os benefícios do curso para milhares de pessoas fora de Stanford, e há tempos refletíamos sobre como tornar as lições mais acessíveis.

Existem desafios, claro. Como já dissemos, este livro se baseia em um curso de aprendizado prático por meio de experiências com pequenos grupos de alunos. Cada pessoa aceita se reunir com o mesmo grupo por 10 semanas. Quando as relações ficam difíceis, desistir não é uma opção. Os conflitos vão se resolvendo conforme os participantes descobrem mais nuances uns dos outros. Além disso, os alunos podem receber ajuda dos colegas. Se uma interação entre duas pessoas não dá certo, os outros podem interferir e dizer “Ei, o que está havendo?” ou “Fiquei preocupado com o Gabriel e quero me certificar de que ele está bem”. E, por último, temos algumas regras, como a promessa de confidencialidade e a ideia de que o único erro é não querer aprender com os próprios erros. Esta última faz com que problemas sejam encarados como oportunidades de evoluir.

É impossível reproduzir esses três fatores em um livro. Sim, nós conseguimos oferecer os mesmos conceitos, histórias e conteúdo que apresentamos em nossas aulas e materiais de leitura, porém não podemos juntar você a outros 11 colegas de classe para facilitar seu aprendizado e prender sua atenção. E não podemos interferir em seus relacionamentos pessoais. Gostamos de acreditar que somos uma dupla bastante competente, mas, mesmo assim, temos limites. Também há o desafio de ajudar você a converter uma compreensão teórica em um comportamento prático. Afinal de contas, é possível saber o que precisa ser feito sem conseguir de fato aplicar o método. Com o aprendizado prático, você tenta fazer algo antes e aprende sobre ele depois.

Então, para termos sucesso, sua participação ativa é o fator mais importante. Em nossas aulas, dizemos que os alunos que ficam sentados, só observando, são os que menos se beneficiam, enquanto os que arregaçam as mangas e interagem de verdade com os colegas são os que mais aprendem. Neste livro, criamos cinco situações diferentes que se estendem ao longo dos capítulos, cada uma tratando de duas pessoas em um ponto de virada no relacionamento. As duplas são bem variadas – vão desde uma filha que há décadas tenta mudar a forma como interage com o pai ao casal que reflete sobre suas responsabilidades e suas necessidades pessoais, passando por colegas de trabalho que se aproximam e enfrentam desafios em sua relação ao longo do tempo. Todos os casos são uma mistura de relacionamentos reais que tivemos ou testemunhamos, e pedimos que você tente se imaginar em cada situação em vez de apenas ler sobre elas de forma passiva.

Ao ser apresentado às angústias dos personagens e se colocar no lugar deles, reflita sobre quais seriam seus próprios sentimentos e atitudes. O que isso mostra sobre seus pontos fortes e as formas como você se limita? Você precisa desenvolver alguma habilidade? Então, quando descrevermos as formas de lidar com as situações, avalie o grau de dificuldade que você teria para seguir as instruções e quais pontos seriam complicados. Reflita sobre o que suas reações revelam sobre você. Adotar uma postura proativa tornará o material mais pessoal.

Em segundo lugar, coloque os aprendizados em prática. Cada capítulo termina com perguntas reflexivas e sugestões sobre como aplicar o que você aprendeu. Leve o tempo que for necessário para assimilar essas lições antes de começar o capítulo seguinte, da mesma forma que os alunos fazem no intervalo entre as aulas. Colocar esse material em prática não é nada simples. Você notará que preferimos oferecer opções em vez de respostas exatas, porque as soluções específicas dependem de você – do tipo de resultado que deseja, das suas habilidades e dos riscos que está disposto a assumir.

Como relacionamentos são uma via de mão dupla, o caminho certo também depende da outra pessoa: O que ela quer? Qual é o limite dela? Qual é o contexto da relação? Longe de ser restritivo, esse tipo de flexibilidade é libertador. Apesar de não haver garantias de que você sempre vai conseguir fazer as conexões que deseja, é possível aprender com suas tentativas. Se pudéssemos escolher como você vai ler este livro, nossa sugestão seria que lesse um capítulo, colocasse as lições em prática e então voltasse para relê-lo antes de passar para o próximo.

Em terceiro lugar, é preciso sintonizar suas “antenas” pessoais. Uma precisa se voltar para fora e a outra deve se concentrar no seu interior. Se você só usar esta última, não conseguirá compreender o outro; se usar apenas a primeira, vai acabar se perdendo. Ao prestar atenção nas duas – na que aponta para fora e na que aponta para dentro –, é mais fácil ter comportamentos adequados para a situação e suprir as necessidades dos dois. A sintonização das antenas ajuda a encarar cada interação como uma oportunidade para aprender. Um amigo já comentou que o curso devia se chamar Foco Interpessoal, porque, para interagir com o outro das maneiras como descrevemos neste livro, você precisa estar extremamente ciente daquilo que acontece dentro de si mesmo e da outra pessoa.

Calma, você não vai precisar fazer uma prova. Mas deve se esforçar mesmo assim.

 

O arco dos relacionamentos – e deste livro

 

Todos os relacionamentos são diferentes, porém a maioria se desenvolve segundo um padrão parecido. No geral, eles começam com um interesse em comum, como música ou fazer trilhas. Em outros casos, as pessoas podem ter gostos que se complementam – um adora fazer planos e começar atividades, enquanto o outro acha isso uma chatice. Nesse processo, os dois precisam aprender como interagir e se influenciar. Em que momento a segunda pessoa pode rejeitar os planos que a primeira sugere? Em que momento a primeira pode reclamar que se sente usada e transferir parte das responsabilidades de organização para a segunda?

Talvez você só chegue a essa etapa com algumas pessoas, e não há nada de errado nisso. Por exemplo, digamos que você e um colega gostem de basquete, tenham construído uma amizade casual e esse laço seja suficiente para se divertirem juntos, esporadicamente assistindo a jogos durante o fim de semana. No geral, vocês conversam sobre filmes e atualidades (evitando certos assuntos polêmicos), e os dois ficam satisfeitos. Nessa relação, nenhuma das partes sente necessidade de conversar sobre preocupações sérias ou grandes sonhos. Como dissemos no Capítulo 1, nem toda amizade precisa ser uma torta de chocolate.

No entanto, há relacionamentos que você gostaria de aprofundar. Os dois passam pelos estágios iniciais de se conhecerem e começam a se comunicar de forma mais aberta e pessoal. Conforme isso acontece, o conhecimento mútuo e a compreensão aumentam, e vocês encontram mais áreas de conexão. A confiança vai se desenvolvendo, e cada um se torna mais disposto a se arriscar e se expor, aumentando a própria vulnerabilidade. O ciclo continua e é reforçado, e a relação se aprofunda. Essa intimidade permite que você se abra sobre assuntos como problemas no trabalho ou brigas com seu filho adolescente. Assuntos que não surgiriam com amigos mais distantes.

Conforme vocês ganham importância na vida um do outro, a complexidade do relacionamento também aumenta. Obrigações e expectativas surgem, assim como possíveis pontos de conflito. Como lidar com as irritações inevitáveis? Se for possível encará-las e solucioná-las de forma adequada, a relação se fortalece ainda mais. Isso, por sua vez, incentiva você a revelar o que deseja do outro e o que está atrapalhando. A transparência e a sinceridade aumentam. O desenvolvimento de uma relação saudável diminui desequilíbrios de poder, de forma que os dois sentem o mesmo nível de satisfação.

Durante a progressão do relacionamento, cada parte aprende como influenciar a outra. É estabelecida uma interdependência que torna fácil pedir ajuda quando necessário e recusá-la quando não for útil. Os desafios e conflitos não desaparecem, mas os dois lados aprendem a lidar com eles. Quando uma relação alcança esse estágio, as duas pessoas são capazes de oferecer apoio mútuo. Elas conseguem conversar abertamente sobre os problemas, dar e receber feedback e, assim, evoluir.

No entanto, para o relacionamento progredir ainda mais, é preciso aumentar expressivamente sua capacidade de se expor e se arriscar. Agora que os dois têm algo a perder, os riscos são ainda maiores. Às vezes, o relacionamento se aprofunda e alcança o nível excepcional de forma quase orgânica, ao longo de anos de experiências felizes compartilhadas, conversas profundas e aumento exponencial da confiança. Porém, na maioria dos casos, ele é transformado por uma ou mais situações. Vamos supor que ocorra um grande conflito, com o potencial de estremecer a relação. Talvez você prefira deixar para lá e ignorar completamente o assunto. O relacionamento sobrevive, mas fica estagnado. Encarar o problema seria difícil, podendo significar o fim da relação. Porém, a conexão se fortalece quando o conflito é solucionado – você segue rumo ao mundo do excepcional.

Relações exigem tempo para se aprofundar – intimidade instantânea não existe. Você pode controlar a velocidade e o rumo da trajetória do relacionamento – e vamos mostrar algumas formas de fazer isso. Mas essa é uma via de mão dupla, então o desenvolvimento da relação também depende da outra pessoa, inclusive da capacidade e da disposição que ela tem para dar esses passos rumo ao crescimento. Você pode conseguir influenciar isso, mas não controlar. O arco do desenvolvimento não necessariamente é linear. Uma relação pode permanecer como está por um tempo, ou até regredir, antes de voltar a se desenvolver.

Este livro é estruturado para acompanhar o arco básico do aprofundamento de relacionamentos, e é dividido em duas partes. Na primeira, examinamos as seis características dos relacionamentos excepcionais descritas no primeiro capítulo. Esses conceitos são fundamentais para todas as relações funcionais e estáveis, independentemente de se tornarem excepcionais ou não. Nós explicamos como agir mais como você mesmo e como ajudar os outros a fazerem o mesmo. Tratamos sobre a questão do equilíbrio dentro de um relacionamento e da influência mútua. Refletimos sobre como lidar com incômodos bobos e divergências significativas, e questionamos o que impede a oferta e o recebimento de feedback. Discorremos sobre a capacidade de mudança das pessoas, uma questão polêmica, e observamos o papel da curiosidade na resolução de conflitos.

Na segunda parte, vemos como os relacionamentos passam de muito bons para excepcionais. Como encontrar uma solução aceitável para conflitos graves e, no processo, aprofundar a conexão? Como estabelecer limites sem diminuir a proximidade? Nós também tratamos da questão do emaranhamento, que pode acontecer quando os problemas de uma pessoa causam sofrimento a outra. Apesar de nem todos os relacionamentos precisarem passar por dificuldades para se tornarem excepcionais, nossa experiência mostra que é na fase das provações que os laços se aprofundam e os indivíduos aprendem a criá-los e mantê-los.

O fato de uma relação não alcançar o estágio de excepcional não significa que você tenha fracassado nem que ela nunca chegará a esse patamar. O Capítulo 16 trata dessa fase complicada. E, por fim, o último capítulo descreve como nosso relacionamento quase acabou depois de passar por uma crise e como usamos todo o conhecimento deste livro não apenas para salvar o que tínhamos, como também para nos aproximarmos. Foi assustador e é um exercício de humildade admitir que até nós, que ensinamos essas coisas, conseguimos errar tão feio.

 

Disposição para aprender

 

Dizem que as últimas palavras do pintor impressionista francês Auguste Renoir em seu leito de morte, aos 78 anos, foram: “Creio que estou começando a aprender algo.” Que mente maravilhosa, aberta e curiosa! Nós temos uma versão mais desbocada da mesma ideia. Sempre que nos deparamos com desafios, pensamos “Bem, isso é uma OPOE” – abreviação para “outra puta oportunidade para evoluir”.

Queremos deixar bem claro quanto é importante estar disposto a aprender, seja seguindo as palavras de Renoir ou as nossas. Você não vai conseguir desenvolver de fato um relacionamento (e com certeza não alcançará o nível excepcional) se não estiver aberto ao aprendizado. Essa mentalidade se aplica não apenas a novas habilidades e competências, como também à disposição de olhar para dentro de si. Na década de 1970, havia um personagem de tirinha em quadrinhos, Pogo, que disse: “Nós conhecemos o inimigo, e nós somos ele.” É fácil colocar a culpa em outra pessoa quando as coisas dão errado, mas também é necessário estar disposto a refletir sobre qual parte do inimigo “nós somos”.

A disposição para aprender possui três características principais. A primeira é abrir mão de acreditar que a sua forma de fazer as coisas é sempre a melhor. Outra é estar aberto a novas experiências e ao risco de cometer erros. E a terceira é encarar erros como oportunidades de aprendizado, em vez de um motivo para sentir vergonha e se esconder. A curiosidade é fundamental. Pensar Por que será que isso não está dando certo? é muito mais produtivo do que colocar a culpa nos outros quando algo dá errado. É maravilhoso manter a cabeça aberta para o aprendizado contínuo.

Isso significa que você está disposto a se aprimorar, o que inclui desenvolver as capacidades e competências descritas neste livro, refletir sobre as crenças pessoais que podem causar limitações e repensar comportamentos problemáticos. Como Alan Alda disse: “Suas suposições são janelas para o mundo.1 Se você não limpá-las de vez em quando, a luz não entra.” Algumas mudanças podem ser relativamente fáceis, e outras podem ser muito desafiadoras, mas tudo faz parte da magia dos relacionamentos.

Quando o caminho se torna difícil, é tentador dizer: “Não consigo. Eu não sou assim.” É verdade, talvez você não seja assim agora, mas será que nunca poderá se tornar essa pessoa? Talvez não seja você ainda, como pontua a psicóloga Carol Dweck em seu trabalho sobre mindset de desenvolvimento pessoal. Nenhuma das habilidades e competências que sugerimos são tão enigmáticas a ponto de não poderem ser aprendidas. Nós temos certeza disso, porque vimos inúmeros participantes do Dinâmicas Interpessoais anunciarem “Não consigo” e acabarem absorvendo as competências até o final do curso. Em todos os casos, a mentalidade deles primeiro precisou mudar do “Não consigo” para o “Entendo que tenho outra opção, mesmo que ela seja difícil”. E, apesar de ser plausível que pessoas diferentes tomem decisões diferentes, todos devemos reconhecer que tomamos decisões.

É um trabalho duro, sem dúvida. Mas vale a pena. Boa sorte, e que você possa cometer muitos erros que produzam bons conhecimentos.

 

Para aprofundar o conhecimento – Introdução

 

Para que o material deste livro seja relevante, sua primeira tarefa é selecionar quatro ou cinco relacionamentos – com parentes, amigos ou colegas de trabalho – que você queira aprofundar. No fim de cada capítulo, você vai encontrar uma sessão chamada “Autorreflexão”, na qual pedimos para que reflita sobre como o conteúdo apresentado pode ser aplicado aos seus relacionamentos. Independentemente da categoria da relação escolhida, lembre que as lições de cada capítulo podem ser aplicadas a todas elas. Nas sessões de “Prática”, sugerimos formas de aplicar o material para fortalecer essas conexões.

Nós incentivamos você a compartilhar seus objetivos com as pessoas escolhidas, para que elas entendam o que está acontecendo e por que você vai pedir ajuda. Talvez seja bom explicar que essa é uma oportunidade de fortalecer ainda mais um relacionamento importante, servindo como um aprendizado não apenas para você. Com sorte, a outra pessoa se juntará à sua jornada.

A terceira sessão recorrente, “Compreensão”, pede que você reflita sobre aquilo que aprendeu com seus “atos”. As experiências ganham mais valor quando tentamos dar sentido a elas. Vamos perguntar a você, assim como perguntamos aos nossos alunos: Como foi aplicar os conceitos em um relacionamento importante? O que você aprendeu sobre si mesmo e sobre a construção de conexões mais fortes?

 

AUTORREFLEXÃO

 

O primeiro capítulo listou seis características de um relacionamento excepcional. Foram elas:

  1. Você pode ser verdadeiramente você, e a outra pessoa também.
  2. Os dois estão dispostos a se mostrar vulneráveis.
  3. Vocês confiam que seus desabafos não serão jogados na cara um do outro.
  4. Vocês podem ser sinceros um com o outro.
  5. Vocês resolvem conflitos de forma produtiva.
  6. Ambos estão comprometidos com o crescimento e o desenvolvimento um do outro.

Pense nos relacionamentos importantes que você escolheu. Para cada um:

  • Quais dessas seis características são mais fortes?
  • Quais delas você mais deseja melhorar?
  • O que você (não a outra pessoa) faz – ou não faz – para contribuir com as limitações identificadas?

 

PRÁTICA

 

Escolha uma das pessoas que você selecionou e converse com ela sobre seus desejos para o relacionamento. Compartilhe suas conclusões sobre o exercício de autorreflexão anterior (inclusive o que você acha que faz ou deixa de fazer) e veja se a pessoa encarava você, a si mesma e a situação da mesma maneira.

 

COMPREENSÃO

 

Como foi? O que você aprendeu sobre si mesmo e seu modo de lidar com os problemas? Você foi receptivo aos comentários da outra pessoa?

Neste capítulo, nós falamos sobre algumas das maneiras que temos de bloquear nosso aprendizado. Alguma dessas limitações fez sentido para você? O que você aprendeu sobre o processo de construir relacionamentos mais fortes?

observação: Talvez seja bom você separar um caderno para anotar o que aprende com as atividades do “Para aprofundar o conhecimento” ao longo do livro. Você voltará a esses relacionamentos em capítulos futuros, e será interessante observar seu progresso. Nós exigimos que nossos alunos escrevam um diário durante o curso, e, apesar de muitos detestarem a atividade, a maioria nos agradece depois!

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David Bradford

Sobre o autor

David Bradford

DAVID BRADFORD é professor emérito na área de liderança na pós-graduação em Administração da Universidade Stanford, onde ajudou a desenvolver o curso Dinâmicas Interpessoais. Mora em Berkeley, na Califórnia, com a esposa, com quem é casado há mais de 50 anos.

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Carole Robin

Sobre o autor

Carole Robin

CAROLE ROBIN é professora na área de liderança na pós-graduação em Administração da Universidade Stanford, onde deu contribuições inestimáveis ao curso Dinâmicas Interpessoais, sendo uma das responsáveis pela versão para executivos. Nasceu na Cidade do México, onde morou até os 17 anos. Hoje vive em Palo Alto, na Califórnia, com o marido, com quem é casada há 35 anos, e tem dois filhos.

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