Introdução
Em primeiro lugar, um aviso ao leitor: se você realmente ler este livro, em vez de apenas folheá-lo como talvez esteja fazendo neste exato momento, precisa se preparar para os “efeitos colaterais”. Você pode e deve contar com a possibilidade de não ser, no futuro, a mesma pessoa que é, ou acredita ser, hoje. Considere pulsar de maneira diferente amanhã. De pensar, sentir e se comportar de outro modo e olhar para o mundo com outros olhos. Daqui a no máximo um ano talvez você ria da vida que vinha levando até este instante. E irá se beliscar para acreditar em todas as coisas que mudaram dentro e ao redor de você.
E um dos “efeitos colaterais” sobre o qual quero preveni-lo é: não espere que os outros fiquem felizes com as transformações pelas quais você passará. Pelo contrário: algumas pessoas que o cercam irão criticá-lo, chamá-lo de burro e até se afastarão por você não estar mais participando daqueles velhos jogos dos quais todos vêm participando há milhares de anos e que estão chegando ao fim agora. Muitos serão incapazes de compreendê-lo e o condenarão por você se negar a reclamar e a sofrer com eles e também por se recusar a julgar as outras pessoas e a culpá-las por estarem frustradas.
Se as pessoas estão infelizes há tempos, se nunca se sentiram livres e realizadas, se desconhecem a sensação de considerar todos os dias interessantes e excitantes e cada ano mais bonito e satisfatório do que o anterior, elas sentirão medo quando seus semelhantes pararem de ser “normais” como elas. Se você viver de acordo com o que está escrito neste livro, vai virar a visão que elas têm do mundo de cabeça para baixo.
Aconselho você a não apenas ler, mas sorver, digerir e metabolizar este texto. A mera leitura de um livro não muda uma história de vida. Estou lhe oferecendo mais do que palavras de incentivo e motivação. Estou lhe mostrando, de maneira concreta e lógica, como despir o seu casacão pesado e desgastado, como descalçar os seus sapatos velhos e como dizer, de forma carinhosa, adeus à sua vida antiga. Para atingir esse fim, não é necessário muito esforço. Você tem permissão para se tornar suave, especialmente em seu coração, e o seu espírito tem autorização para se abrir à verdade que sempre existiu dentro dele. Todo o conhecimento está em você, mas é provável que sua mente crítica e cética não acredite nisso.
Esta é uma leitura que deve ser feita com o coração e com o cérebro. Reserve uns segundinhos aqui e ali para parar e sentir como certas frases o afetam. Elas são energias que fluem através de nossos olhos e ativam nossos pensamentos, emoções e sensações. Portanto, concentre-se no que toca seu coração e seu corpo. Todos os pensamentos verdadeiros produzem sensações de relaxamento, expansão, leveza e franqueza em nós. Os pensamentos inverídicos fazem nossos músculos se contraírem e nossos corpos enrijecerem, gerando um grande mal-estar. Portanto, leve seu corpo com você enquanto estiver lendo.
As páginas que estão diante de você foram escritas com muito amor, e, se abrir seu coração, poderá senti-lo. Ele poderá produzir milagres em sua vida. Portanto, acomode-se numa posição bem confortável, aprecie a leitura, trate cada capítulo como uma experiência agradável e esteja aberto para recebê-la.
Este livro é o meu presente. Cabe a você decidir se o aceita. Eu já sei que milhares de pessoas seguirão seus impulsos e mudarão suas vidas totalmente. Que você seja uma delas, que acorde todas as manhãs com um sorriso alegre para poder dizer: “A vida é bela e eu sou parte dela!”
PARTE I
COMO AS “PESSOAS NORMAIS” SE TORNAM INFELIZES
As pessoas normais estão
adormecidas, mas pensam
que estão vivendo
Não sei o que aconteceu em sua vida até este momento nem como você se sente ao acordar, mas imagino que não seja uma daquelas pessoas totalmente deslumbradas que enxerga a existência como algo excitante e inspirador. Acredito que você gostaria de despertar todos os dias pensando: “Esplêndido, que bom poder viver mais um dia na Terra e no meu corpo! Quantas alegrias me aguardam? Quantos encontros, contatos, experiências e descobertas eu poderei vivenciar hoje? Muito obrigado por este novo dia! Agradeço àquele que me criou. Agradeço àqueles que me trouxeram ao mundo e cuidaram de mim. Agradeço a todos que me acompanham, tocam, inspiram e estimulam. E agradeço a mim mesmo pelo excitante caminho que posso percorrer e no qual posso permanecer graças a esta aventura que é a minha ‘vida humana’.’’
Imagino que o início habitual do seu dia deva ser um pouco diferente disso e que a tendência seja ele permanecer da forma como começou. Algo singular acontece todas as manhãs. A vida o chama: “Eu sou o novo dia e estou me dando a você nesta nova manhã. Sou uma folha de papel em branco e estou me perguntando que história você escreverá ou que imagem pintará. Sou o seu instrumento e anseio pela música que você tocará em mim. Entrego-lhe a voz e aguardo a canção que cantará comigo. Alegremente o chamo e digo: ‘Faça algo comigo! Torne-me a coisa mais bonita que você puder! Mas não me deixe passar despercebido, apagado e desamado. Porque só existo hoje, amanhã terei partido. Viva em mim agora!’”
Nós fechamos nossos olhos e sentidos a este chamado da vida. Embora os dias continuem clamando por nós, permanecemos adormecidos e permitimos que eles simplesmente passem para vivermos nossas pequenas existências normais, que não são realmente dignas da palavra “vida”. Por que nos deixamos levar por tantas aflições e pressões, tantos esforços em vão, tantas preocupações e tão pouco entusiasmo, prazer e amor?
Por uma razão muito simples: porque não conhecíamos (e ainda não conhecemos) nada melhor e porque aqueles que nos antecederam nos mostraram como viver desta maneira. O ritmo musical da “normalidade” soa há gerações e as pessoas acordam a cada manhã e pensam: “Não tenho escolha! Preciso levantar da cama outra vez. Tenho que ir trabalhar, me esforçar. Não posso me entregar. Preciso me aprumar.” E assim por diante.
É assim que, toda manhã, homens e mulheres se encaminham para suas vidas repletas de supostas obrigações, supostos deveres e encargos. Eles fazem um grande esforço para cumprir e satisfazer as expectativas dos outros e esperam, em troca, um pouco de reconhecimento por parte dos grupos de pessoas normais. Essa insanidade que chamamos de normal está chegando ao fim agora.
É hora de acordarmos. Um amanhecer diferente está nos convidando para, de fato, despertar, abrir nossos olhos e ver as coisas com clareza. Algo completamente novo está acontecendo à nossa geração. Muitos estão abandonando as tradições de “pessoa normal” e optando por levar vidas totalmente diferentes. Estão abrindo mão da segurança à qual os outros se agarram por medo. A “pessoa racional” avalia esse tipo de atitude como “ingenuidade” e “ausência de sintonia com a realidade”. Ela só acredita naquilo que é visível, tangível e mensurável. Mas até mesmo o ser humano mais equilibrado vai ser estimulado e desafiado agora a questionar suas crenças anteriores e a reconhecer que dentro de si também há um coração que bate com entusiasmo. Um coração que almeja amar e pulsar com alegria.
Até estar preparado para abrir um coração que manteve trancafiado e rejeitado por tanto tempo, esse indivíduo continuará batendo a cabeça contra os muros que teimam em surgir à sua frente, usando-os como desculpa para criar um caminho mais difícil para si mesmo. Quando a dor for tão grande a ponto de ele não conseguir imaginar uma maneira de sair do labirinto pelo qual sua mente o vem guiando, avistará uma porta se abrir para ele com a seguinte inscrição: “Bem-vindo à vida!”